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Economia

FED joga balde de água fria em Wall Street e descarta queda de juros em 2023

Em sua primeira reunião deste ano, o BC dos EUA elevou a taxa dos Fed Funds em 25 pontos-base, para o intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano

Data de publicação:02/02/2023 às 12:08 -
Atualizado um ano atrás
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O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) entregou um aumento mais brando de juros nos Estados Unidos como amplamente esperado, mas sinalizou que novas elevações serão necessárias ainda que haja sinais encorajadores de desinflação no país.

Para 2023, a autoridade descartou um possível corte nas taxas, em uma tentativa de não endossar o otimismo de Wall Street. Ainda assim, a reação do mercado foi 'dovish', com subida dos mercados acionários e queda dos juros na renda fixa.

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O BC dos EUA elevou a taxa dos Fed Funds, que são os juros básicos do país, em 25 pontos-base - FOTO: Reprodução

Em sua primeira reunião deste ano, o BC dos EUA elevou a taxa dos Fed Funds, que são os juros básicos do país, em 25 pontos-base, para o intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano. O movimento já esperado veio na sequência de uma desaceleração para 50 pontos-base após quatro elevações seguidas de 75 pontos-base, no aperto monetário mais veloz já implementado pelo Fed desde a década de 1980.

"A mudança para um ritmo mais lento permitirá que o Comitê avalie melhor o progresso da economia", afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa, na tarde de ontem.

Apesar disso, ele ratificou o que o comunicado do Comitê Federal de Mercado (FOMC, na sigla em inglês) já havia sinalizado, de que mais aumentos de juros serão necessários para direcionar a inflação nos EUA de volta à meta de 2% ao ano.

Na visão de Powell, o país ainda está nos "estágios preliminares" da desinflação e seria prematuro declarar vitória uma vez que ainda há "muito trabalho" pela frente. A leitura do Fed é que o mercado de trabalho segue "muito forte".

Apesar da tentativa de Powell de não corroborar com o relaxamento das condições financeiras dos mercados, suas falas soaram 'dovish', isto é, de menor disposição para elevar os juros.

Para alguns agentes em Wall Street, sua postura após a primeira reunião do ano foi otimista.

Como reflexo, os índices de ações norte-americanos encerraram o pregão desta quarta-feira em alta e os juros dos Treasuries, que são os títulos do Tesouro norte-americano, foram para baixo.

Já na opinião do Citi, os comentários de Powell foram "neutros", mas a reação do mercado assume que a inflação nos EUA continuará a ceder em um ritmo mais rápido do que o Fed espera.

"Powell está esperançoso com essa possibilidade tentadora e, embora não endosse o otimismo do mercado, também falhou em recuar de maneira significativa", avalia o banco, em comentário a clientes.

O Credit Suisse considerou o comunicado do FOMC e as falas de Powell na coletiva de imprensa 'hawkish', ou seja, sinalizando a postura do BC de subir mais os juros nos EUA.

O Fed, além de enfatizar a probabilidade de novos aumentos de juros, minimizou a recente desaceleração da inflação e do crescimento dos salários, observa o banco suíço.

"No geral, a reunião de hoje foi 'hawkish', como esperado. O Fed está cético de que a inflação esteja desacelerando o suficiente e continua afirmando que subirá os juros acima das expectativas atuais do mercado", avalia o diretor de economia para os EUA do Credit Suisse, Jeremy Schwartz.

O que chamou mais a atenção de operadores em Wall Street foi o fato de o Fed citar que "aumentos contínuos", no plural, nas taxas serão apropriados, sinalizando mais elevações nos Fed Funds à frente.

Antes, alguns agentes viam a possibilidade de o BC dos EUA fazer uma pausa após um novo aumento de juros em março.

Powell descartou uma projeção sobre os próximos passos do aperto, alegando que as decisões serão tomadas a cada reunião, com base nos dados, mas o Comitê indicou que a subida de juros nos EUA irá, ao menos, até a reunião de maio ao manter o plural em seu comunicado.

De acordo com o presidente do BC dos EUA, não foi discutida uma pausa na elevação de juros e também não estão previstos cortes de juros em 2023, como já havia apontado na reunião de dezembro.

"Julgamos que a coisa apropriada a fazer nesta reunião era aumentar a taxa em 25 pontos-base, e dissemos que continuamos a antecipar que os aumentos serão apropriados para atingir essa postura de política monetária suficientemente restritiva que reduzirá a inflação para 2%", reforçou.

Ainda assim, o mercado elevou a expectativa de redução nas taxas ainda neste ano. Levantamento da plataforma CME Group indica probabilidade de 58,50% de o Fed cortar juros nos EUA até o fim deste ano, contra 28,11% de chances de não relaxamento monetário.

Quanto aos efeitos do processo de aperto monetário nos EUA, Powell disse que a maior economia do mundo deve entregar um crescimento moderado neste ano, mas descartou uma recessão.

"As previsões indicam um crescimento moderado contínuo, alguma suavização no mercado de trabalho, mas não uma recessão", afirmou.

No mercado, várias casas, como a consultoria Oxford Economics, discordam e veem os EUA entrando em recessão no começo do segundo trimestre deste ano. E é exatamente este cenário que deve fazer com que o Fed considere o primeiro corte de juros, segundo o holandês ING. / AGÊNCIA ESTADO.

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