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Fundos de Investimentos

Bitcoin se recupera, sobe 39% e lidera ranking das aplicações em janeiro; bolsa fica em 2°

As demais moedas, euro e dólar, ficaram na lanterna do balanço mensal

Data de publicação:01/02/2023 às 08:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Em recuperação surpreendente, após meses de seguidas quedas, o bitcoin valorizou-se 38,82% e liderou o ranking dos melhores investimentos em janeiro. A Bolsa também não fez feio, fechou positivo em janeiro, com alta de 3,37%, embora tenha sido um mês marcado por início de novo governo, cercado por tensões políticas e incertezas econômicas, e elevada volatilidade no mercado. 

O ouro foi o terceiro colocado, com alta de 2,72%, seguido pela família da renda fixa que também foi positiva no mês.

Investimento/IndicadorRendimento/Variação
1 - Bitcoin*38,82%
2 - Bolsa  3,37%
3 - Ouro  2,72%
4 - Títulos IPCA0,90 a 1,30%
5 - CDB**0,96 a 1,26%
6 - Fundos de Renda Fixa***0,20 a 1,20%
7 - Poupança0,71%
8 - Fundos DI***0% a 1,10%
9 - IPCA****0,56%
10 - IGP-M0,21%
11 - Fundos Imobiliários (Ifix)-1,60%
12 - Euro-2,19%
13 - Dólar-3,88%

Obs.:

*Cotação do Investing.com

**Indicativo

*** Média

**** Estimativa

Mercado apreensivo e ajuda externa

Os primeiros dias do governo Lula foram permeados por algumas medidas econômicas e declarações do presidente sobre o ajuste fiscal e independência do Banco Central que causaram apreensão nos investidores.

Uma ajuda à Bolsa, para especialistas, veio do exterior, com a reabertura da economia da China, após a flexibilização das medidas de covid zero. A decisão chinesa animou as expectativas em relação à economia global, estimuladas também por bons dados de crescimento econômico dos EUA.

O mercado doméstico de ações encontrou suporte ainda na retomada de compras com mais apetite pelos investidores estrangeiros. O aumento do fluxo de capital estrangeiro na Bolsa deprimiu o dólar, que recuou 3,88%, pressionado pela oferta ampliada de moeda no mercado. 

Dados da B3 apontam que o capital estrangeiro registra um saldo positivo (compras menos vendas de ações) de R$ 10,890 bilhões em janeiro, até dia 27. “O investidor externo vem mantendo um fluxo semelhante ao de 2022”, avalia Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos.

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Renda fixa na maré dos juros altos

As principais aplicações de renda fixa continuam surfando na maré de juros altos referenciados na Selic de 13,75% ao ano. Acomodadas no pelotão intermediário do ranking, todas as opções conservadoras entregam ganho real, acima do IPCA de 0,56% estimado para o mês. 

Os resultados de fundos de renda fixa, principalmente, e DI com debêntures da Lojas Americanas e outros títulos privados foram impactados negativamente pelo episódio do rombo fiscal da varejista. 

Perspectivas

Especialistas esperam um ambiente de elevada volatilidade no mercado financeiro também em fevereiro. O novo mês começa com a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que, pela unanimidade das opiniões de analistas e economistas do mercado, deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.

A estabilidade do juro básico não assegura uma trajetória linear das taxas de juro na renda fixa, bastante influenciada pelos juros futuros. A expectativa é de movimentos bruscos nesse mercado, impactados por eventos no cenário político e econômico doméstico, principalmente.

Pauta política

A pauta política ganha destaque com a abertura dos trabalhos legislativos no Congresso e a eleição do comando nas duas Casas, Câmara e Senado. Tomam posse também os parlamentares eleitos nas últimas eleições, crivo por onde passará boa parte das propostas econômicas do novo governo. 

Medidas econômicas por si só já atrairão a atenção do mercado financeiro. Especialmente as que sinalizem a posição do governo em relação ao compromisso fiscal e à simplificação da estrutura tributária que venha a reduzir o chamado custo Brasil.

Ancoragem fiscal

“A principal incerteza que se tem hoje é o risco doméstico, principalmente a questão da ancoragem fiscal”, pontua Bertotti, da Messem Investimentos. Especialistas não arriscam palpite sobre uma tendência para a Bolsa. A ideia é que o mercado acompanhe as notícias político-econômicas do dia a dia e reaja mais a expectativas e fatores pontuais.

O cenário externo também continua foco de atenção dos investidores, sobretudo as decisões relacionadas à política monetária dos EUA. 

Nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) finaliza a primeira reunião do ano, com provável aumento de juros já precificado pelo mercado, de acordo com especialistas.  

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.