Bolsa fecha em alta de 0,98%, após reunião do Fed sem surpresas; dólar cai a R$ 5,43
Confira as movimentações do mercado neste pregão
Em um pregão marcado pelas expectativas em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a Bolsa de Valores viveu mais um dia de valorização, com os investidores repercutindo um comunicado que veio em linha com que já esperava e havia precificado o mercado. O Ibovespa avançou 0,98%, aos 111.289 pontos, nesta quarta-feira, 26, enquanto o dólar, depois de oscilar bastante, caiu 0,20%, cotado a R$ 5,43.
Sem surpresas, o Fed manteve a taxa de juros americana inalterada entre 0% e 0,25%, mas sinalizou que "pode ser adequado" elevar essa taxa com a finalização dos estímulos econômicos adotados com a pandemia (tapering), prevista para acontecer em março, a fim de controlar a inflação. Após a divulgação do comunicado, o presidente do Fed, Jerome Powell, declarou que a pressão nos preços poderá ser mais persistente do que se tem visto até aqui.
O que surpreendeu o mercado, no entanto, foi o anúncio de que, após o início de alta de juros, o Fed pretende começar a reduzir o seu balanço de ativos. O comitê disse que a redução do balanço deve acontecer "de forma previsível", principalmente ajustando os valores reinvestidos de pagamentos recebidos de ativos mantidos na Conta de Mercado Aberto do Sistema (Soma, na sigla em inglês).
Cenário doméstico: IPCA-15
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do IPCA-15 de janeiro, que representa a prévia da inflação oficial do mês. Segundo o instituto, o indicador avançou 0,58% em janeiro, 0,20 ponto porcentual abaixo do indicador de dezembro de 2021.
"O IPCA-15 de janeiro surpreendeu a nós, que esperávamos 0,45% e a mediana do mercado em 0,44%. Em 12 messes o IPCA-15 desacelerou na margem, de 10,42% para 10,20%, mas isso não alivia em nada a perspectiva inflacionária que segue muito ruim".
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos
O economista comenta que as pressões altistas no indicador (aluguel residencial, transportes, artigos de residência, vestuários, cuidados pessoais e serviços de internet, TV e telefonia por assinatura, principalmente) tenderão a perdurar pelo menos na próxima divulgação e os alívios (alimentação no domicilio) tendem a não serem consistentes, dada as intempéries climáticas correntes. "Preliminarmente subimos nossa perspectiva para janeiro de 0,44% para 0,57%", diz.
O dia na Bolsa
Alta no petróleo favorece a B3
A Petrobras, que tem um peso de cerca de 11% na composição do Ibovespa, foi uma das principais responsáveis por empurrar a Bolsa para cima no pregão desta quarta-feira. As ações da petroleira fecharam em alta de 2,67%, acompanhando a valorização do barril de petróleo tipo Brent, que superou os US$ 90 pela primeira vez desde 2014.
De acordo com Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, o movimento de alta observado no preço do barril de petróleo vem em decorrência das tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia, uma vez que a região possui grandes reservas da commodity e um avanço nos conflitos poderia reduzir a oferta de petróleo no mundo.
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Grupo Soma | SOMA3 | +9,76% |
Petz | PETZ3 | +7,33% |
Méliuz | CASH3 | +6,91% |
JHSF | JHSF3 | +5,50% |
MRV | MRVE3 | +4,31% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Braskem | BRKM5 | -4,17% |
Americanas | AMER3 | -3,51% |
JBS | JBSS3 | -3,13% |
Tim | TIMS3 | -2,24% |
Suzano | SUZB3 | -1,89% |
Fechamento das bolsas americanas
Após a divulgação do comunicado do Fed e o discurso de Poell, sinalizando que a elevação dos juros americanos está próxima, os principais índices acionários do país fecharam, majoritariamente, em baixa.
- Dow Jones: baixa de 0,38%
- S&P 500: baixa de 0,15%
- Nasdaq 100: baixa de 0,17%