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Juros alto
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Bolsa fecha em queda de 2,30% e dólar sobe a R$ 5,19 com inflação americana acima do esperado

Bolsa cai em linha com exterior

Data de publicação:13/09/2022 às 17:26 -
Atualizado 2 anos atrás
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Em dia de divulgação da inflação de agosto nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores brasileira, a B3, fechou em baixa, acompanhando o exterior, após os dados surpreenderem o mercado. O Índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano avançou 0,1% no último mês, enquanto o consenso de mercado projetava uma queda de 0,1%.

Com essa surpresa altista da inflação, investidores apresentaram maior aversão aos riscos nos seus negócios, na expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deva promover uma nova alta de 0,75 ponto percentual em suas taxas de juros em reunião na próxima semana. O Ibovespa recuava 2,30%, aos 110.794 pontos, enquanto o dólar subia 1,77%, cotado a R$ 5,19.

Bolsa
Bolsa cai em linha com exterior | Foto: Reprodução

"O cenário de inflação persistente reforça o discurso do FED de um cenário de juros elevados por mais tempo, e exigirá uma postura dura para trazer a inflação para a meta. Esse cenário favorece a alta do dólar e penaliza os ativos de risco com investidores em busca de segurança", ressalta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Inflação nos Estados Unidos

No acumulado em 12 meses, a inflação americana registra alta e 8,3%, enquanto as expectativas eram de 8,1%. De acordo com analistas do BTG Pactual, a composição da inflação permanece desfavorável, com queda nos preços de itens voláteis, como energia, mas aceleração nos grupos de serviços, aluguel e saúde. O núcleo do CPI, que exclui os itens voláteis, subiu 0,6% em agosto, conta alta de 0,3% do consenso.

"Para setembro, o headline ainda deve sofrer impactos baixistas decorrentes de energia, em menor escala, em meio a desaceleração dos preços no mercado internacional. Por outro lado, a maior renda das famílias com a dissipação dos preços de gasolina pode impor novas pressões altistas sobre Bens e Serviços diante do redirecionamento destes gastos."

Equipe de Research do BTG Pactual

Neste contexto, Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, afirma que, além da alta nos juros já precificada para a reunião de setembro do Fed, o mercado também começa a precificar um novo aumento, também de 0,75 ponto percentual, na reunião de novembro, o que elevaria as taxas a um patamar entre 4,25% e 4,5% no final de 2022.

"Essa inflação está se mostrando muito mais persistente do que o Fed imaginava. E Powell (presidente do Fed) já havia afirmado que seguem firmes com o objetivo de controlar a inflação", destaca Fares. Com juros mais altos nos Estados Unidos, os rendimentos das Treasuries - os títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo - também sobem, atraindo os investidores, que podem tirar capital da renda variável, explicando a maior aversão ao risco neste pregão.

Minério de ferro não sustenta alta

No início do pregão, as ações da Vale seguravam o Ibovespa de uma alta mais acentuada. A empresa, que tem o maior peso na composição do índice, subia acompanhando a valorização do minério de ferro no exterior. No entanto, o mau humor geral do mercado foi mais forte e pesou, também, sobre os papéis da mineradora, que fechou em baixa de 2,47%, derrubando ainda mais a Bolsa.

Os analistas do BTG Pactual explicam que o minério de ferro sobe após a Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que passou por uma forte crise financeira no ano passado, retomar a construção de projetos no país asiático. "Apesar da forte discussão sobre o enfraquecimento da demanda com a redução das projeções de crescimento ao redor do mundo, a percepção dos investidores sobre a restrição da oferta segue dando suporte para os preços no mercado", afirmam.

O dia na Bolsa

Maiores altas da Bolsa

EmpresaCódigoVariação
MRVMRVE3+1,23%
BB SeguridadeBBSE3+0,39%
Fonte: B3

Maiores baixas da Bolsa

EmpresaCódigoVariação
HapvidaHAPV3-7,07%
BRFBRFS3-5,95%
Grupo NaturaNTCO3-5,90%
QualicorpQUAL3-5,84%
YduqsYDUQ3-5,42%
Fonte: B3

Mercados internacionais

Nos mercados internacionais, o pregão foi de desempenho negativo para os principais índices acionários dos Estados Unidos e da Europa após a divulgação da inflação americana. Na Europa, as bolsas até operaram em alta durante a manhã, mas inverteram o sinal após a divulgação do CPI da maior economia do mundo.

Na Alemanha também foi dia de divulgação da inflação. De acordo com a Destatis, escritório de estatísticas do país, o CPI alemão avançou 0,4% em agosto ante julho, a uma taxa anual de 7,9%, acompanhando as previsões de especialistas.

Foi só na Ásia que as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com os investidores ainda na expectativa pelos dados de inflação nos Estados Unidos e refletindo o pregão positiva em Wall Street na véspera.

Fechamento das bolsas americanas

  • Dow Jones: baixa de 3,94%
  • S&P 500: baixa de 4,33%
  • Nasdaq 100: baixa de 5,54%

Fechamento das bolsas europeias

  • Stoxx 600 (Europa): baixa de 1,48%
  • FTSE 100 (Inglaterra): baixa de 1,17%
  • DAX (Alemanha): baixa de 1,59%
  • CAC 40 (França): baixa de 1,39%

Fechamento das bolsas asiáticas

  • Xangai Composto (China): alta de 0,05%
  • Shenzhen Composto (China): alta de 0,33%
  • Hang Seng (Hong Kong): baixa de 0,18%
  • Nikkei (Japão): alta de 0,25%
  • Kospi (Coréia do Sul): alta de 2,74%
  • Taiex (Taiwan): alta de 0,59%

Com Agência Estado

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Sobre o autor
Bruna Miato
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