Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
bolsa
Renda Variável

Diferença entre mercado à vista, a termo, futuro e opções

Você sabia que existem diversas formas de negociar ativos na renda variável? Aprenda a diferença entre os mercados à vista, a termo, futuro e opções.

Data de publicação:02/08/2022 às 06:00 -
Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

Quando falamos sobre bolsa de valores ou mercado de ações, é bem normal pensar nas transações normais de rotina. Isto é, a compra e venda direta dos ativos por meio do Home Broker da sua corretora. No entanto, você sabia que essa não é a única forma de negociar os papéis das principais companhias do Brasil?

bolsa
Bolsa de valores é a base das negociações para o mercado de capitais | Foto: Reprodução

Isso mesmo! Embora seja o método mais popular e simples de entender, o mercado à vista (como chamamos tecnicamente essa negociação direta) é apenas um dos formatos disponíveis na B3 para o mercado de capitais.

Quais são os tipos de negociação da bolsa de valores?

No Brasil, existem basicamente quatro tipos de negociação para os ativos disponíveis no mercado de capitais. São eles:

  • Mercado à vista
  • Mercado a termo
  • Mercado futuro
  • Mercado de opções

Cada um desses modelos de negociação de ações (ou outros ativos, como commodities) possui as suas próprias características e particularidades. A seguir, vamos explicar quais são essas propriedades e os motivos pelos quais cada um pode ser utilizado pelo investidor para alcançar os seus objetivos financeiros.

Mercado à vista

O mercado à vista é o mais popular e conhecido da bolsa de valores. Aqui, como o próprio nome sugere, a negociação ocorre de uma vez só. Ou seja, o comprador das ações paga pela sua aquisição no mesmo momento, de acordo com as condições de preço estabelecidas pelo vendedores no mercado secundário.

Esse é justamente o mercado que utilizamos quando temos um saldo na nossa corretora, abrimos o Home Broker e compramos as ações (ou outros ativos, como ETFs, BDRs e fundos imobiliários) de forma imediata. Isto é, o desembolso financeiro ocorre no mesmo momento da operação.

A B3, empresa responsável pela bolsa de valores, organiza as negociações de ações em lotes (geralmente, são pacotes com 100 papéis). No entanto, caso tenha uma menor disponibilidade financeira, o investidor pode comprar e vender os seus ativos no que se chama de mercado fracionário, onde os ativos são vendidos de forma individual. Para os demais produtos, eles já são negociados em cotas individuais.

O mercado à vista ocorre de forma online e depende das leis de oferta e demanda. Caso exista um preço comum entre compradores e vendedores, a negociação acontece.

Mercado a termo

Já pensou em poder comprar as suas ações, mas com pagamento em data futura? Isso é possível no mercado a termo. Ao contrário do mercado à vista, aqui a negociação ocorre no dia que você compra ou vende os seus papéis, mas a operação financeira ocorre apenas em data futura.

É claro que, assim como acontece no varejo, a postergação do pagamento gera uma taxa de juros, que é muito próxima da Taxa Selic, a taxa básica de juros do Brasil. No entanto, para o vendedor o risco é baixo, pois a B3 exige uma garantia da parte compradora e, em caso de eventuais problemas, garante a negociação.

O prazo de pagamento pode variar bastante, entre 16 e 999 dias. No entanto, os contratos podem ser antecipados, sem necessariamente chegar até a data de vencimento.

Mercado futuro

O mercado futuro, como o nome indica, representa uma negociação com ativos para a data posterior. O funcionamento é similar ao mercado a termo, mas há uma diferença importante: o comprador pode vender a sua obrigação a outro investidor ao trabalhar com contratos futuros — essa possibilidade inexiste na negociação a termo.

Ao optar pelo mercado futuro, a negociação define uma quantidade de ações, uma data futura e um valor para a realização da operação entre dois investidores. Esse formato de derivativo permite ainda a alavancagem (trabalhar com valores maiores do que disponíveis em conta) e operações de curto prazo aproveitando a oscilação de preço dos ativos.

Entretanto, o seu uso é mais recomendado visando a proteção (hedge) de uma carteira. É comum, por exemplo, entre commodities. Como há uma exposição dos produtores agrícolas ao dólar, eles podem fixar a negociação do câmbio americano para evitar grandes sustos nos seus resultados. A previsibilidade é importante — e os contratos futuros permitem isso.

Vale mencionar que, no mercado futuro, não há a entrega real dos ativos envolvidos. Isto é, você não precisa levar petróleo ou dólar de fato ao comprador. Esses contratos são feitos para aproveitar a oscilação dos preços, que ocorre diariamente no mercado financeiro.

Mercado de opções

Por fim, ainda nessa estrutura de derivativos, nós temos o mercado de opções. Assim como os demais mercados da renda variável, o nome é bastante intuitivo: trata-se do acordo de opções de compra ou venda sobre um determinado ativo-objeto. O comprador é chamado de tomador ou titular, enquanto que o vendedor é chamado de lançador.

Se você quiser negociar nesse mercado, é essencial também se habituar aos nomes das operações. As opções de compra são chamadas de Call, enquanto que as opções de venda são chamadas de Put. Portanto, nós temos quatro tipos de operações disponíveis:

  • Compra de Call (titular da opção de compra)
  • Venda de Call (lançador da opção de compra)
  • Compra de Put (titular da opção de venda)
  • Venda de Put (lançador da opção de venda)

Assim como no caso do mercado a termo, quando há a aplicação de juros para quem está vendendo os papéis, o mercado de opções também oferece um prêmio financeiro para o lançador dos ativos.

Esse tipo de contrato representa um direito para o investidor que adquire as opções (sejam elas de compra ou venda). Ou seja, na data de vencimento acordada para a negociação, cabe ao titular definir se vai ou não exercer a sua opção nos valores acordados.

Se o preço do ativo-objetivo no mercado secundário estiver mais atrativo, ele pode deixar a sua opção de compra ou venda "virar pó", para usar uma expressão comum quando o direito não é utilizado. Neste caso, ele assume apenas o custo do prêmio para o lançador, mas sem concretizar a operação.

Entendeu a diferença entre os mercados de renda variável?

Como vimos ao longo do artigo, os diferentes mercados de renda variável oferecem a possibilidade de negociações distintas para que os investidores possam comprar e vender ativos da melhor maneira para a sua estratégia. É possível, por exemplo, ganhar prazo para pagamento, fixar preços ou mesmo especular.

Importante mencionar que muitos investidores acabam utilizando os mercados derivativos como forma de especulação. Há casos, inclusive, de exagero no uso da alavancagem. Nós recomendamos que você estude bem cada um dos formatos antes de realizar uma operação, especialmente se o objetivo não for apenas proteger a sua carteira das condições de mercado.

Caso opte pela especulação, saiba que os riscos e a volatilidade são maiores do que o mercado à vista, que é onde ficam a maior parte dos investidores. Portanto, é preciso ter muita consciência da dinâmica de funcionamento para não errar na escolha do mercado de atuação.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.