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bolsa
Fundos de Investimentos

Conheça os 3 piores fundos de ações em 12 meses e saiba o que tem em suas carteiras

A queda do Ibovespa está 8,13% em 12 meses, mas os fundos caíram bem mais no período, de 47% a 62%

Data de publicação:24/04/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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Em 12 meses, a queda do Ibovespa está em 8,13%, mas alguns fundos de ações apresentam quedas bem mais acentuadas do que essa média de mercado, refletida no índice. As três maiores quedas do mercado, nesse mesmo período até 14 de abril, ficam com o Vitreo Canabidiol, de -61,74%, seguido pelo Inter+Ibovespa, de -54,09%, e o Trend XP Inc. BDR Nível I, de -47,25%.

É verdade que o comportamento da Bolsa não ajudou em nada, fase em que sofreu com expectativas em relação às eleições presidenciais, riscos institucionais, troca de governo, quebra de varejistas e, principalmente, com a manutenção de uma política monetária restritiva pelo Banco Central nesse tempo todo. 

Fundos de ações caem mais que Ibovespa

Lá fora, os juros em elevação nos Estados Unidos também aumentaram a aversão ao risco e drenaram recursos dos mercados emergentes para os títulos do Tesouro americano, cada vez mais atraentes, e a crise financeira dos bancos também trouxe reflexos negativos ao mercado de ações.

Teses de investimentos

Já os resultados dos fundos, além dos fatores macros, refletem as teses de investimentos específicas, nem sempre bem-sucedidas, de cada um deles.

O Vitreo Canabidiol, por exemplo, investe em ativos no exterior voltados a empresa dos setores de cultivo legal, produção e distribuição de cannabis (maconha e cânhamo), especialmente, para fins medicinais.

Fundo

Rend. 

12 meses*

Rend. 

2023

Rend. 

desde início

Início
Vitreo Canabidiol FIA IE-61,74%-30,44%-74,34%10/2019
Inter+Ibovespa Ativo FIA-54,09%-6,89% 42,36%08/2016
Trend XP INC BDR Nível I-47,25%-1,41%-61,72%12/2019

(*) cotações até 14/04

Para ter uma ideia, a maior posição do Vitreo em sua carteira (dados de dezembro de 2022) é de 28% no Advisoryshares Pure US Cannabis ETF

Esse fundo americano é um ETF, que busca a valorização do capital no longo prazo. Em gestão ativa, o Advisoryshares procura ter, em condições normais de mercado, 80% dos ativos líquidos empregados em títulos de empresas que tenham 50% de suas receitas provenientes de negócios de maconha e cânhamo nos Estados Unidos. Com pelo menos 25% de seus investimentos concentrados no grupo da indústria farmacêutica, biotecnologia e setor de saúde.

Além dessa, há uma alocação de 11,48% em uma das maiores empresas de cannabis no mundo, a Canopy Growth Coporation, e 10,27% em outra grande empresa do setor, na Cronos Group Inc. USA.

O Vitreo Canabidiol foi lançado em outubro de 2019, e pouco mais de um ano depois experimentava uma valorização superior a 155%, no rastro da empolgação da vitória de Joe Biden para a presidência dos EUA. A expectativa era a de que com Biden, um democrata e supostamente mais progressita em relação ao tema, alguns projetos fossem aprovados para acelerar o avanço do setor de cannabis, o que acbaou não acontecendo.

Desde então, o fundo engatou em uma descendente à espera de boas notícias para o segmento.

Fundo Vitreo Canabidiol tem a maior queda em 12 meses

Nesse período, o Vitreo Canabidiol encolheu em termos de patrimônio e também em número de cotistas.

O fundo chegou a ter 8,63 ml cotista em julho de 2021 e conta atualmente com 5,66 mil, com recuo de 34% em quase dois anos. O patrimônio líquido, que superou a marca de R$ 236 milhões, em abril de 2021, tem agora R$ 21,38 milhões, com queda de 91%.

O Vitreo Canabidiol tem a gestão da Empiricus Investimentos que, procurada, não retornou à solicitação de entrevista.

Inter+Ibovespa

O fundo tem a gestão da Interinvest Gestão de Ativos, com sede em Blumenau, Santa Catarina.

Sua carteira é diversificada, com alocações diretas em 17 ações, pelo menos de acordo com os registros de dezembro de 2022. A maior alocação é de 5,57 % em Cia Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), seguida por 4,28% em Assaí e 3,35% em Intelbras.

Em menor proporção estão no portfólio do Inter+Ibovespa: Magazine Luiza, Locaweb, Jalles Machado, IRB, Cemig, Caixa Seguridade, SLC Agrícola, Schulz, Cia Siderúrgica Nacional, Irani Papel e Embalagens, CTEEP, Weg, Vale e Unipar.

Há obrigações por ações ou outros títulos de valores mobiliários, cerca de 30%, com Ambev, Petrobras, Enauta, Natura, entre outras.

Desde o seu lançamento, em agosto de 2016, o fundo apresenta valorização de 42,36%. Em junho de 2021, no entanto, a valorização era muito maior, de 719%. Desde então, o fundo vem em processo de queda, e sua carteira com desempenho pior que o Ibovespa. Veja o gráfico.

Inter+Ibovespa é a segunda maior queda em 12 meses

O Inter+Ibovespa chegou a ter 3,44 mil cotistas e atualmente conta com 1,66 mil, o que representa uma queda de 52%. O patrimônio líquido também caiu consideravelmente, 93%, passando de R$ 377,63 milhões em julho de 2021 para os atuais R$ 25,97 milhões.

Trend XP BDR Nível I

O fundo tem gestão passiva e investe em ações da XP, negociadas em uma das bolsas de Nova York, na Nasdaq, por meio dos BDRs oferecidos na B3. “Esse fundo não possui gestão ativa, ele replica as ações da XP. Não há um gestor por trás realizando operações. Se a ação subir, o fundo sobe, se cair, o fundo cai”, esclarecem os gestores.

Algo como entre 95 e 100% do fundo refletem o comportamento das ações da XP, e uma pequena alocação em  título do Tesouro, LFT, para a liquidez do caixa do fundo, segundo eles.

O Trend BDR Nível I foi lançado em dezembro de 2019 e viveu momentos bem melhores em 2021, quando chegou a superar uma rentabilidade de 30%. 

No entanto, o setor de tecnologia que inclui o de bancos digitais, que necessitam de financiamento para tocar seus negócios, vem sofrendo com a continuidade de alta dos juros.

Fundo Tresn XP BDR Nível I cai 46% em 12 meses

As ações da XP apresentam em 12 meses uma queda de 49,16%, até 20 de abril. A plataforma financeira é considerada uma empresa de crescimento, e o valor atribuído a ela tem como base as expectativas futuras de expansão. Os juros elevados, tanto nos EUA como no Brasil, têm levado os investidores a rever para baixo a trajetória da companhia, afetando seus papeis em bolsa.

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.