Renda Fixa

Confira o juro real na renda fixa com Selic em 10,75% e projeção de inflação em 5,44%

Dependendo do tipo e prazo da aplicação, ganho real varia de 5,31% a 9,61% ao ano

Data de publicação:08/02/2022 às 12:30 - Atualizado 2 anos atrás
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Como fica a renda fixa com a Selic de 10,75% e uma inflação esperada pelo mercado de 5,44%? O juro real ao ano se mostra mais encorpado, de 5,31% a 9,61% ao ano, dependendo do tipo e prazo da aplicação. Com esses dados, fica mais fácil entender por que a renda fixa vem roubando cada vez mais investidores da renda variável nesse início de ano.

O head de Renda Variável da Zahl Investimentos, Flávio Oliveira, fez uma simulação de cálculos sobre a rentabilidade das principais opções de investimento de renda fixa, que levam em conta a Selic atual de 10,75% e a inflação de 5,44% estimada para o ano pelo último boletim Focus. São projeções de momento, feitas com indicadores atuais, que deverão passar por alterações ao longo do ano. “Se a inflação cair, a Selic também vai cair.”

InvestimentoTaxa esperadaRend. bruto
esperado a.a.
Juro real a.a.
Tesouro Selic100% CDI10,75%5,31%
Fundo DI Cr. Privado108% CDI11,61%6,17%
CDB 3 anos117% CDI 12,58%7,14%
Fundo Cr. Estruturado140% CDI15,05%9,61%
Tesouro IPCA 8 anosIPCA+5,24%10,68%5,24%
CDB 3 anosIPCA+6%11,44%6,00%
Cr. Privado 10 anosIPCA+7%12,44%7,00%
Tesouro prefixado 9 anos11,23%11,23%5,79%
CDB 3 anos12,65%12,65%7,21%
Fonte: Zahl Investimentos

A diferença entre a Selic atual e a inflação de 5,44% projetada pelo último boletim Focus equivale a um juro real de 5,31%, de acordo com os cálculos de Oliveira. Um juro real desse porte tende a animar o investidor por esse tipo de papel, após dois anos de juro real negativo, abaixo da inflação, afirma o especialista.

Títulos públicos, qual a melhor opção?

Na plataforma do Tesouro Direto, no atual cenário de inflação em desaceleração e juros em alta, qual o tipo de título mais vantajoso em rendimento: um papel com juro pós-fixado, como o Tesouro Selic, com rendimento indexado à taxa básica, ou um título com rendimento híbrido, como o Tesouro IPCA, que combina juro real e correção monetária?

O Tesouro Selic segue a variação da Selic e, diante da perspectiva de continuidade do ciclo de alta, para além de 10,75% ao ano do momento, podendo chegar a 12%, como apontam algumas previsões de mercado, o rendimento desse título da dívida pública poderia chegar a esse patamar.

“Quem aplicar agora em um papel pós-fixado como o Tesouro Selic terá um juro real muito atraente”, diz o head da Zahl Investimentos. “Mas convém não embarcar na ilusão de curto prazo nos ativos que compra, achando que o juro real da Selic será sempre esse e colocar todo o dinheiro em pós-fixado”, alerta. “À medida que a inflação cair, como se prevê, a Selic também deve recuar, para que haja uma equalização”, avalia Oliveira.

O importante é ter uma carteira diversificada, recomenda ele, em que o Tesouro IPCA, que remunera com juro real e correção monetária pela inflação, também merece espaço de destaque. Embora o juro positivo embutido nesses títulos tenha recuado ligeiramente, de um nível em torno de 5,40% ao ano para perto de 5,00% em prazo menor, “o ganho real continua bastante atraente”, avalia Oliveira.

Foto: Pixabay

Não apenas por isso, mas também pelo passado de inflação alta do País “historicamente a compra de ativos atrelados ao IPCA sempre foi mais rentável, além de preservar o poder aquisitivo do dinheiro”. Essa modalidade de título só é contraindicada para o dinheiro guardado como reserva de emergência, que precisa de liquidez a qualquer momento, cujo destino deve ser mesmo “um título ou fundo atrelado à Selic”.

Como fica o crédito privado

Os ativos de crédito privado, como CDBs e debêntures, oferecem uma rentabilidade nominal mais interessante porque carregam risco de crédito mais elevado que os títulos públicos, garantidos pelo Tesouro Nacional. As taxas de remuneração e o tempo de investimento adotados na simulação, segundo Oliveira, referem-se à média embutida nos ativos mais negociados no mercado.

Os fundos DI de crédito privado têm a carteira formada por títulos de renda fixa emitidos por instituições privadas, como CDBs e debêntures. O fundo de crédito estruturado é formado por títulos de crédito alternativo com maior risco e rentabilidade e menos liquidez que outros ativos.

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Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.