Mercado mostra sinais de recuperação nesta terça-feira após onda de temor sobre o avanço da ômicron no mundo
Expectativa é de que haja uma recuperação nesta 3ª feira, a menos que nova onda da pandemia se agrave
Os negócios desta terça-feira, 21, apontam sinais de recuperação, após uma baixa generalizada no mercado mundial na véspera por conta das preocupações sobre a rápida disseminação da nova variante ômicron pelos Estados Unidos e Europa. Os futuros das bolsas americanas operam em alta, assim como as bolsas europeias e o mercado asiático - que encerrou o dia no terreno positivo.
Os investidores estão tentando avaliar até que ponto a nova variante interromperá a reabertura econômica global. A farmacêutica Moderna disse, na véspera, que uma terceira dose de sua vacina da covid-19 aumentou os níveis de anticorpos contra a nova cepa, enfatizando a gama de tratamentos eficientes para o coronavírus disponíveis no mercado.
No entanto, a preocupação sobre o avanço da nova cepa persiste por conta do aumento de casos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ômicron é mais contagiosa do que qualquer variante anterior do vírus. Somente nos Estados Unidos, foi responsável por 73% das novas infecções.
Bolsas americanas/índices futuros
- S&P 500: + 0,71%
- Dow Jones: + 0,67%
- Nasdaq 100: + 0,85% (dados atualizados às 8h15)
Bolsas europeias/principais praças financeiras
- Stoxx 600 (Europa): + 1,15%
- FTSE 100 (Londres): + 0,98%
- DAX (Frankfurt): + 1,16%
- CAC 40 (Paris): + 0,91%
- PSI 20 (Lisboa): + 1,21%
- Ibex 35 (Madrid): + 1,34% (dados atualizados às 8h38)
Fechamento da véspera: bolsas no vermelho
A confirmação sobre o fato de que a contaminação pode ocorrer mesmo em pessoas vacinadas e recuperadas da covid-19 e as medidas mais severas de restrição adotadas por países da Europa - que inclui a adoção do lockdown na Holanda – colocaram ainda mais tempero no pessimismo do mercado no dia anterior.
O índice Dow Jones recuou 1,23%, para 34.932 pontos; o S&P 500 caiu 1,14%, para 4.568 pontos, e o índice da bolsa eletrônica Nasdaq desvalorizou-se 1,24%, para 14.981 pontos.
Sem amparo de indicadores domésticos em uma agenda esvaziada neste início de semana e refletindo ainda o dia de mau humor no exterior, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou o pregão do dia anterior com queda de 2,03%, em 105.020 pontos.
Aumento de aversão ao risco dá fôlego ao dólar
O agravamento de incertezas no cenário internacional e o aumento da aversão ao risco favoreceram a valorização do dólar, um ativo em que os investidores procuram proteção para o patrimônio em ambiente de insegurança econômica ou política. O dólar foi cotado por R$ 5,74%, com valorização de 0,82% no dia, o maior nível desde o dia 30 de março deste ano.
Mercado tem agenda econômica fraca na semana e negócios esvaziados
A agenda mais fraca de indicadores nesta semana também deixa o mercado financeiro com menos sustentação. O dado ganha a atenção do mercado é o IPCA-15 de dezembro, considerado a prévia do indicador do mês, aguardado pelos investidores para a quinta-feira, 23, que acompanham o arrefecimento da inflação por meio das projeções dos economistas
O Natal é no sábado, mas a véspera, sexta-feira, tende a ser um dia de poucos negócios. As bolsas americanas e a B3 aqui deixam de funcionar no dia 24, que seria o último dia útil da semana.
Cenário doméstico fiscal: Orçamento 2022
No ambiente local, após a aprovação da PEC dos Precatórios, o Orçamento 2022 tornou-se o tema principal de atenção dos investidores no cenário fiscal.
Após reunião no Ministério da Economia, a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas, disse que "ainda faltam 11 pontos" do Orçamento 2022 a serem fechados, mas garantiu que a comissão votará o texto ainda nesta terça-feira.
A senadora não deu detalhes sobre quais seriam esses pontos ainda em discussão. Afirmou apenas, de forma genérica, que eles envolvem recursos para saúde, educação e outras áreas. Questionada ainda sobre se a Pasta apontou uma fonte de receitas para a reestruturação de carreiras policiais do Ministério da Justiça, Freitas respondeu que não houve novidades.
Na semana passada, a pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes enviou ofício à CMO solicitando uma reserva de R$ 2,86 bilhões para reestruturação de carreiras.
Estados Unidos: pacote de Biden
Nos Estados Unidos, além da rápida disseminação da ômicron, os investidores estão às voltas com o pacote de infraestrutura do presidente Joe Biden, no valor de US$ 1,75 trilhão.
Biden ainda não desistiu do plano Build Back Better, mesmo depois que o senador democrata Joe Manchin rejeitar a iniciativa em entrevista à Fox News na véspera. Segundo analistas, ainda não está claro se o os democratas tentarão aprovar um projeto de lei menor que inclua apenas partes do pacote completo. Por lá, o Congresso segue dividido.
Ásia: pacote de estímulos aprovado no Japão
As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta terça-feira em alta, recuperando as perdas vistas ontem entre ativos de risco nos mercados globais. Os ganhos foram puxados pela bolsa de Tóquio, que subiu mais de 2% após o governo do Japão aprovar um pacote de estímulos à economia.
A ação da farmacêutica Shinogi (+5,30%) liderou os ganhos do pregão de Tóquio após informar que seu medicamento oral apresentou atividade antiviral robusta contra a Ômicron.
Afastando a cautela do dia anterior, investidores japoneses também acompanharam a aprovação de um novo pacote de gastos fiscais para combater impactos econômicos da covid-19 no país. O orçamento foca em medidas contra a pandemia, incluindo vacinas de reforço e medicamentos orais, mas também inclui pagamentos em dinheiro para famílias com dependentes e estímulos para o setor de turismo.
Em Hong Kong, o fechamento no positivo do Hang Seng foi apoiado pelo desempenho de papéis de grandes companhias de tecnologia, como Meituan (+4,47%) e Xiaomi (+4,43).
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o movimento geral positivo da Ásia. Em ata de sua última reunião de política monetária, o banco central da Austrália relatou que a nova cepa acrescentou incerteza à perspectiva, mas ressaltou que a variante não deve impedir o crescimento econômico do país. / com Júlia Zillig e Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): +2,08% (28.517 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): + 1,00% (22.971 pontos)
- Xangai Composto (China continental): + 0,88% (3.625 pontos)
- Taiex (China continental) : + 0,68% (17.789 pontos)
- Kospi (Seul): + 0,41% (2.975 pontos)
- S&P/ASX 200: + 0,86% (7.335 pontos)