Bolsa fecha em leve alta de 0,17% em dia de ata do Fomc e com avanço da Petrobras
Ao longo do dia, investidores digeriram dados econômicos locais, dos EUA e da zona do euro
A Bolsa encerrou o pregão desta quarta-feira, 17, em leve alta de 0,17%, aos 113 mil pontos, e o dólar subiu 0,53%, cotado a R$ 5,16.
O dia foi marcado pela expectativa do mercado sobre a divulgação da ata do Fomc (Copom americano) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e por uma agenda econômica mais esvaziada.
No meio da tarde, a autoridade monetária dos EUA divulgou o documento, que veio em linha com as sinalizações que o Fed tem dado após a decisão de política monetária mais recente - que resultou em uma alta de 0,75 pontos-base na taxa básica de juros do país - e deixou a porta aberta para definir a magnitude do próximo ajuste na taxa básica de juros.
A ata destaca que o BC americano pretende monitorar os indicadores econômicos do país - inflação, PIB, mercado de trabalho, entre outros - para balizar a magnitude das próximas altas.
No entanto, de acordo com Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3, o BC americano enfatizou que o aumento de juros é imprescindível para controlar a inflação, mesmo que isso comprometa o crescimento dos Estados Unidos no curto prazo.
"Com a ata, dá para entender que provavelmente virá um aperto mais forte na próxima reunião".
Leonardo Neves, da Blue3
Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, "a estabilidade do CPI em julho, os dados negativos do PIB e a desaceleração do mercado imobiliário, podem sinalizar uma diminuição do ritmo de alta dos juros de 75 pontos-base para 50 pontos-base".
Neste sentido, caso as condições atuais permaneçam, com desaceleração da economia norte-americana e uma inflação mais controlada, Sung afirma que "poderemos ver uma diminuição no ritmo de aperto monetário pelo Fed nas próximas reuniões".
Com a publicação da ata, as bolsas americanas se mantiveram avessas ao risco e fecharam o dia em queda.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -0,71% (426,24 pontos)
- Dow Jones: -0,50% (33.980 pontos)
- Nasdaq 100: -1,21% (13.470 pontos)
O dia na Bolsa
No mercado interno, os investidores digeriram dados da inflação divulgados durante a manhã. Segundo a FGV, o IGP-10 arrefeceu 0,69% em agosto, ante alta no mês anterior.
No âmbito das ações, um dos destaques do dia foi a forte valorização da Petrobras, refletindo um dia positivo para o petróleo no mercado internacional, além da notícia de que a empresa está colocando à venda sua participação de 40% na Bacia Potiguar. As ações PETR3 e PETR4 encerraram o dia em alta de 3,47% e 2,50%, respectivamente.
Na ponta contrária, a desvalorização do minério de ferro - cuja tonelada chegou perto de US$ 100 - no mercado internacional impactou nas ações das siderúrgicas, incluindo a Vale, que segurou um avanço mais acentuado do Ibovespa. A mineradora terminou o pregão com queda de 2,26%.
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Cemig | CMIG4 | +6,23% |
Copel | CPLE6 | +5,06% |
CSN Mineração | CMIN3 | +4,42% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | +4,41% |
Raia Drogasil | RADL3 | +`4,08% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
Americanas S.A | AMER3 | -6,13% |
Yduqs | YDUQ3 | -5,84% |
Via | VIIA3 | -5,80% |
Qualicorp | QUAL3 | -4,48% |
SulAmérica | SULA11 | -3,92% |
Mercado internacional
Bolsas europeias fecham em queda com CPI e PIB
As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta quarta-feira, com operadores decepcionados com dados econômicos locais.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu ao maior nível em quatro décadas, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi revisado para baixo.
Depois de uma abertura positiva, o sentimento nos ativos Europeus se deteriorou após o CPI do Reino Unido, nota o analista-chefe para CMC Markets, Michael Hewson.
Em julho, a inflação ao consumidor britânico saltou a 10,1%, na comparação anual. O resultado ficou acima da previsão de 9,8% d analistas e representa a taxa mais alta em quatro décadas.
"Isso levou a alta de rendimentos de títulos em um sinal de que não apenas preços mais altos estão a caminho, mas também o risco de taxas mais altas de juros e possível recessão. Não apenas no Reino Unido, mas através da Europa também".
Michael Hewson, da CMC Markets
Na zona do euro, o PIB do segundo trimestre mostrou avanço trimestral de 0,6%, na segunda leitura do dado. O indicador sofreu revisão, uma vez que no cálculo original, a alta era de 0,7%.
A Oxford Economics prevê que o crescimento da região não deverá se estender ao longo da segunda metade do ano e deve já apresentar quase nenhuma expansão no início do próximo ano.
A aversão por risco em Wall Street também pesou sobre os índices europeus, com investidores decepcionados com resultado financeiro da Target e de olho no dado de vendas de varejo nos Estados Unidos em julho. / com Agência Estado
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): - 0,91% (439,03 pontos)
- FTSE 100 (Londres): - 0,27% (7.515 pontos)
- DAX (Frankfurt): - 2,04% (13.626 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,97% (6.528 pontos)
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