Bolsa fecha com alta de 1,19% e acumula valorização de 7% no ano; dólar cai 0,32%, a R$ 5,42
Nem mesmo a perspectiva de elevação da Selic na próxima semana está impedindo a valorização do mercado de ações
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, engatou a terceira alta seguida na semana e fechou com avanço de 1,19%, reconquistando o nível dos 112 mil pontos (112.611). E isso um dia após o Federal Reserve (Fed, banco central americano) sinalizar medidas que eram inteiramente esperadas, como a de alta de juros e a retirada mais acentuada de estímulos da economia.
O que não ficou inteiramente claro, no entanto, e deixa o mercado com um pé atrás é o número de vezes que o juro poderá subir por lá e, principalmente, quando o Fed começará a reduzir o seu balanço patrimonial.
Na prática, isso traz apreensão aos investidores porque, para manter a economia americana aquecida, o Federal Reserve comprou ativos para injetar recursos no mercado, movimento que levou as bolsas de Nova York a bater seguidos recordes. Na medida em que o banco central americano se desfizer dessas posições, os ativos, incluindo ações, poderão se desvalorizar.
Mas a principal noticia do dia por lá foi a de um forte avanço do PIB americano em 2021, de 5,7% acima das expectativas e também da queda do ano anterior, de 3,4%. Isso acabou animando as bolsas americanas que subiram em um primeiro momento, mas não encontraram sustentação diante das preocupações com as restrições que deverão ser adotadas na política monetária, mais dia menos dia.
O Índice Dow Jones fechou com queda de 0,028%, o S&P 500, de 0,24%, e a Nasdaq, 1,40%.
Bolsa sobe mesmo com perspectiva de alta da Selic
Aqui, a B3 operou mais um dia descolada do exterior e por outro motivo: os preços deprimidos os papeis atrai cada vez mais o investidor estrangeiro que, inicialmente, se posicionou em empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras; depois nos grandes bancos, os mais líquidos e porta de entrada na bolsa brasileira; e nesta quinta-feira tiveram clara preferência pelas empresas de varejo.
Segundo Nathalia Monaco, estrategista da Veedha Investimentos, o fluxo de capital estrangeiro se mostra relevante em janeiro, o que fez o Ibovespa subir 7% neste ano.
Entre as cinco maiores altas do dia duas ações de varejo: Magalu (MGLU3), com alta de 6,96%, e Via (VIIA3), com valorização de 6,21%. Papeis do Banco Inter também tiveram um dia positivo, com alta de 6,31%, em BIDI4, e de 6,28% em BIDI11. Todas ações que foram penalizadas com a fraqueza do mercado, mas que contam com potencial de bom retorno.
Nem mesmo a perspectiva de elevação da Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) tem inibido o avanço do mercado de ações.