Bolsa sobe 1,84%, embalada pelo otimismo dos mercados internacionais; dólar recua 0,79%
Dados da inflação americana de dezembro, embora acima das expectativas, não tiraram o bom humor dos investidores nos mercados globais
A Bolsa de Valores, a B3, colecionou sua segunda alta seguida na semana e suas operações nesta quarta-feira, 12, com avanço de 1,84% aos 105.684 pontos, e mais uma vez acompanhando a tônica positiva dos mercados internacionais. O dólar voltou a cair e fechou o dia em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,535, atingindo menor patamar em quase dois meses, desde 17 de novembro do ano passado, quando a moeda americana chegou a R$ 5,524.
O bom humor nas praças internacionais foi embalado pelas notícias sobre a inflação americana de dezembro divulgadas pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Segundo o órgão governamental, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,5% no mês, um pouco acima da mediana das expectativas dos especialistas, de 0,4%.
Com isso, o indicador acumulou alta de 7,0% em 2021, atingindo o maior patamar em quase 40 anos e em um ritmo mais rápido desde junho de 1982. O resultado embora traga preocupações com a alta dos juros, parece não ter tirado o otimismo dos investidores lá fora ao longo do dia, com as bolsas americanas fechando a quarta-feira no azul.
Segundo o analista Chris Beauchamp, da IG, os números foram recebidos positivamente por investidores. "Com o resultado, os mercados puderam ter uma visão mais otimista e desfrutar de pelo menos algumas horas sem a preocupação de quando o próximo aumento da taxa do Federal Reserve chegará", explica.
O dado corroborou a visão de que o Fed deve elevar juros em março, apesar de ele não ser o preferido da autoridade monetária para balizar os caminhos da política monetária do país.
Hoje, o juro de curto prazo dos fed funds, semelhante à Selic, que o Fed administra está em um intervalo entre 0% e 0,25%. A plataforma do CME Group mostra que 74,4% das apostas monitoradas apontam para uma alta de 25 pontos-base sobre a taxa básica no encontro que ocorrerá no terceiro mês deste ano. Na visão da Capital Economics, o BC dos EUA fará quatro aumentos ao longo de 2022.
Livro Bege ocasionou reação branda ao mercado
A divulgação do Livro Bege pelo Fed também influenciou no comportamento do mercado nesta quarta-feira, apesar de ter tido menos força do que os dados da inflação. De acordo com o documento, o emprego nos Estados Unidos cresceu "modestamente" em semanas recentes, mas contatos na maioria dos distritos reportaram que a demanda por trabalhadores adicionais "segue forte".
De acordo com a autoridade monetária americana, a atividade econômica do país se expandiu em um ritmo modesto nas últimas semanas de 2021, com o crescimento sendo limitado por interrupções contínuas na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra.
Já os gastos dos consumidores continuaram crescendo em um ritmo constante antes da rápida disseminação da variante ômicron, com a atividade de crédito aumentando levemente no final do ano.
No entanto, houve um recuo repentino nas viagens de lazer, ocupação de hotéis e clientes em restaurantes à medida que o número de novos casos de covid-19 foi aumentando. Vários distritos citaram que as expectativas de crescimento nos próximos meses esfriaram um pouco nas últimas semanas.
O setor manufatureiro continuou a se expandir nacionalmente, com algumas diferenças regionais no ritmo de crescimento. Já as condições agrícolas foram prejudicadas pela seca em vários distritos.
Fechamento – bolsas americanas
- S&P 500: + 0,31%
- Dow Jones: + 0,11%
- Nasdaq 100: + 0,38%
Commodities ajudaram a puxar o Ibovespa para cima
Além de seguir na esteira do mercado internacional, a Bolsa brasileira foi impulsionada pelas ações das gigantes do setor de commodities, como Vale e Petrobras, que refletiram a apreciação do minério de ferro e petróleo nos mercados externos.
Com a queda dos juros futuros, os papéis das grandes varejistas também ajudaram nessa toada positiva do pregão.
Fechamento – ações de commodities
- Vale: + 1,36%
- Petrobras: + 3,19%
As maiores altas e baixas da Bolsa nesta quarta-feira, 12 de janeiro
As maiores altas
Magazine Luiza (MGLU3) | + 7,67% |
Iguatemi (IGTI11) | + 7,44% |
Multiplan (MULTI3) | +6,72% |
Lojas Renner (LREN3) | + 6,62% |
Positivo (POSI3) | + 6,23% |
As maiores baixas
Locaweb (LWSA3) | -3,34% |
Santander (SANB11) | -2,61% |
Banco Inter (BIDI11) | - 2,57% |
Cielo (CIEL3) | - 1,44% |
Embraer (EMBR3) | - 1,41% |
Bolsas europeias fecham em alta
As bolsas da Europa fecharam em alta, nesta quarta-feira, após a leitura de dezembro da inflação ao consumidor nos Estados Unidos reforçar a previsibilidade nos planos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para aperto da política monetária.
Ao longo do dia, a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, divulgou que a produção industrial da zona do euro subiu 2,3% em novembro de 2021 ante o mês anterior. O resultado veio bem acima da expectativa dos analistas, que previam alta de 0,4%, o que ajudou a embalar positivamente os mercados. / com Agência Estado
Fechamento – principais praças financeiras da zona do euro
- Stoxx 600 (Europa): + 1,49%
- FTSE 100 (Londres): + 0,81%
- DAX (Frankfurt): +0,75%
- CAC 40 (Paris): + 0,43%
- PSI 20 (Lisboa): +0,40%
- Ibex 35 (Madrid): + 0,16%