Mercado Financeiro

Bolsa cai 0,52% e dólar sobe 1,26% na semana, com aperto monetário mundial e ômicron no radar

Perspectiva de alta dos juros e redução de recursos da economia afetam as empresas e suas ações negociadas em bolsa

Data de publicação:17/12/2021 às 06:51 - Atualizado 3 anos atrás
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Os mercados globais parecem ter se dado conta das consequências do aperto monetário que foi sinalizado nesses últimos dias pelos bancos centrais, com aumento dos juros e menos dinheiro circulando na economia. Por isso, hoje foi um dia queda nas bolsas em todo o mundo e também na Bolsa de Valores de São Paulo. Mas não foi só isso, o avanço da variante ômicron, cada vez maior na Europa, está levando países a fechar suas fronteiras e traz preocupação.

Aqui, a Bolsa de Valores, a B3 fechou com queda de 1,04% e o dólar fechou com alta de 0,10%, cotado a R$ 5,685. Com isso, na semana, o Ibovespa apresenta uma queda de 0,52%, e a moeda americana, uma alta de 1,26%.

Propagação da ômicron leva países europeus a fechar fronteiras - Foto: Arquivo

Os anúncios de reforço na retirada de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), e da manutenção da taxa de juros na zona do euro pelo Banco Central Europeu (BCE), já eram esperados e estivessem precificados nos ativos, por isso as bolsas até subiram após a divulgação das medidas.

No entanto, foi a elevação imediata dos juros promovida pelo Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco do Japão (BoJ) que deram uma banho de realidade aos mercados. A indicação foi a de que a escalada dos juros pode estar muito mais próxima do que se imaginava.

Na Inglaterra, a autoridade monetária decidiu por elevar a taxa de juros de 0,10% para 0,25% ao ano. Já o Boj irá manter a taxa de juros em -0,1% ao ano, porém vai encerrar, em março de 2022, as compras emergenciais de commercial paper e bônus corporativos.

Os esforços são globais para conter a inflação, nesse momento, em detrimento da atividade econômica.

A elevação dos juros tem um impacto negativo nas bolsas porque torna o crédito mais caro, inibe o consumo, e esfria a economia, seja em qualquer parte do mundo. Por sua vez, o mecanismo afeta os resultados das empresas e prejudicam a performance de suas ações negociadas em bolsa.

Mas além disso, há outras ameaças à economia. A de aumento da contaminação da variante ômicron na Inglaterra, que levou a França a fechar suas fronteiras. Investidores acreditam que isso pode ser a ponta de novo iceberg de nova onda pandemia que levará a novos lockdowns e travas à economia.

Bolsa é afetada com preocupações com ajuste fiscal

Por aqui, o adicional de preocupação é com o ajuste fiscal, depois que novas pesquisas mostraram que Lula da Silva tem em torno de 48% da preferência dos eleitores, com chances de vencer até mesmo no primeiro turno as eleições presidenciais do ano que vem. O receio é que diante disso, Jair Bolsonaro lance mão de medidas populistas para se manter competitivo na corrida eleitoral.

Em relação à inflação no País, o mercado acompanha a desaceleração de índices nas segundas prévias do mês de dezembro. Porém, o mercado está evitando fazer mudanças significativas nas projeções de alta do juro básico da economia. O Banco Central já contratou possível alta de 1,5 ponto porcentual, mas deixou a porta aberta para ajustes ainda maiores a depender do comportamento da inflação, risco fiscal e o cenário externo.

IGP-MIPC-Fipe e do IPC-S desaceleraram as altas nas segundas prévias deste mês. O IGP-M desacelerou a 0,43% na 2ª prévia de dezembro, de 0,76% na prévia de novembro. O IPC-Fipe subiu 0,56% na 2ª quadrissemana, após alta de 0,61% na prévia anterior. E o IPC-S arrefeceu a 1,07% na segunda medição do mês, após registrar 1,18% na abertura de dezembro.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.