Bolsa opera em alta com commodities, em semana de decisão de juros nos EUA e aqui
No radar, cautela com alta dos juros nos Estados Unidos e aqui
Depois de iniciar a semana com instabilidade, o Ibovespa engatou em curva de alta em meio à melhora das bolsas norte-americanas e das commodities. Às 14h, a Bolsa de Valores subia 1,92% aos 111.373. Já o dólar, depois de abrir em alta, registrava queda de 2,1%, cotado a R$ 5,15.
No radar da bolsa prevalece a cautela nos mercados diante da preocupação com o aumento de juros no mundo e os reflexos disso na economia global, sobretudo de uma recessão nos Estados Unidos.
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A despeito da melhora vista nos mercados, Alison Correia, CEO da Top Gain, pondera que o quadro ainda é de cautela. "As apostas de que o Fed pode subir os juros não só em 0,75 ponto porcentual, mas em um ponto têm aumentado", diz. Em sua visão, até quarta-feira, dia da decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos, os mercados podem operar de forma lateralizada, com receio do que estará por vir.
"Na dúvida, deve sobressair o lado negativo até lá. O mercado pode ficar em banho-maria até quarta", estima Correia, da Top Gain.
Diante do comportamento arisco dos investidores no exterior e da cautela também por aqui, o economista Álvaro Bandeira alerta que se o índice Bovespa perder a faixa dos 109 mil pontos, pode atrair novas quedas, acionando o suporte dos 107 mil pontos.
Bolsas internacionais
Além da queda vista nas bolsas da Ásia, as da Europa e dos Estados Unidos caem, sugerindo novas perdas em Wall Street. As commodities cedem, com o petróleo recuando em torno de 1%, após ceder cerca de 3% mais cedo.
Ações ligadas a commodities metálicas tentam avançar após a injeção de 12 bilhões de yuans em liquidez no mercado pelo banco central chinês.
"Apesar do anúncio de mais estímulos monetários na China, o clima no mercado global agora é de aversão a risco. A história continua sendo a mesma. Existe muita preocupação com juros altos internacionais e seus impactos sobre crescimento mundial", resume em comentário matinal o economista-chefe do BV, Roberto Padovani.
Para tentar conter a inflação elevada, a maioria das estimativas de mercado acredita que o Fed subirá o juro em 0,75 ponto porcentual, mas também não faltam projeções - ainda que minoritárias - de aumento de um ponto.
Há ainda receio quanto ao comunicado da autoridade monetária dos EUA e em relação ao tom a ser dado pelo seu presidente Jerome Powell, na entrevista coletiva depois da decisão. Também fica no radar o anúncio das projeções do Fed para a economia americana, que já podem indicar recessão moderada no país no primeiro semestre de 2023.
No mesmo dia da decisão sobre juros nos Estados Unidos, o Banco Central (BC) brasileiro define a Selic, que deve ser mantida em 13,75% ao ano, conforme a maioria das expectativas na pesquisa Projeções Broadcast. Porém, ainda há (poucas) estimativas de aumento de 0,25 ponto porcentual.
"Esperamos que o BCB Banco Central do Brasil permaneça com a taxa Selic em 13,75% e encerre o ciclo de ajuste da política monetária", escreve em nota o BTG Pactual./Agência Estado