Economia

Boletim Focus: projeções para o IPCA em 2022 caem para 7,54%, mas avançam para o próximo ano; expectativas para taxa Selic também sobem

Perspectivas para o PIB são mais otimistas, mas permanecem iguais para o dólar

Data de publicação:18/07/2022 às 10:30 - Atualizado 2 anos atrás
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Ainda sob efeito das medidas tributárias para baixar os preços de combustíveis, principalmente, a projeção para o IPCA de 2022 caiu pela terceira semana consecutiva e passou de 7,67% para 7,54%, segundo o Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira, 18. Em contrapartida, a de 2023, foco da política monetária, já sobe pela 15ª semana seguida, avançando de 5,09% para 5,20%.

Apesar da queda registrada nas expectativas para este ano, o principal indicador da inflação brasileira segue acima da meta do BC, de 3,50%, com tolerância superior de 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%. Por esse motivo, as projeções para a Selic, taxa básica de juros, também seguem elevadas, com perspectivas de 13,75% em 2022 e 10,75% em 2023.

IPCA segue muito acima do teto da meta da inflação para 2022 | Foto: Reprodução

Os 13,75% esperados para este ano já foram precificados pelo mercado e se mantiveram estáveis entre o Boletim Focus da última semana e o desta segunda-feira. No entanto, para o próximo ano, as expectativas para a taxa Selic subiram 0,25 ponto percentual, de 10,50% para os atuais 10,75%.

Selic versus IPCA

No Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de junho, a Selic subiu de 12,75% para 13,25% e o colegiado indicou novo aumento de igual ou menor magnitude para a reunião de agosto. Além disso, na ata, sinalizou que a Selic deve ficar em patamar "significativamente" contracionista por período maior do que projetava na época o mercado, com o objetivo de que a inflação de 2023 convirja para o "redor da meta".

Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.

Na última reunião, o colegiado também indicou que, para o IPCA, mira algo mais próximo do centro da meta no ano que vem do que sua projeção atual (4,0%). O BC ainda atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024.

O Boletim Focus também mostra sinais de desancoragem mais ampla para a inflação, com a mediana de 2024 acima do centro da meta. Nesta semana, a estimativa continuou em 3,30%. Há um mês, estava em 3,25%. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, mesmo porcentual há 53 semanas. A meta do BC para 2024 e para 2025 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%).

PIB no Boletim Focus

Com os dados positivos de atividade econômica e a PEC dos Benefícios, pacote bilionário de estímulo à demanda em ano eleitoral aprovado no Congresso Nacional, a previsão mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 continuou a avançar, conforme o Boletim Focus.

A projeção passou de 1,59% para 1,75%, contra 1,50% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,50%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

Considerando apenas as 27 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 1,80% para 1,85%. No caso de 2023, houve 25 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação de 0,43% para 0,50%.

O Focus ainda trouxe a medianas para o PIB de 2024, que continuou em 1,80%, e de 2025, que permaneceu em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,81% e 2,00%, respectivamente.

Taxa de câmbio

O Boletim Focus trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022 e 2023. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,13, ante R$ 5,06 um mês antes. Para 2023, se manteve em R$ 5,10, mesma cotação esperada há quatro semanas.

A projeção anual de câmbio publicada no Relatório é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro. / Com Agência Estado

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Sobre o autor
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