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Economia

Ações do varejo sofrem com novo arcabouço fiscal; no ano, só Magalu se salva

Ações do varejo fecharam o pregão desta quarta-feira, 19, com forte queda diante de desconfiança em relação ao pacote fiscal

Data de publicação:20/04/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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O ano não tem sido fácil para as ações de varejo. Com a sinalização de que as taxas de juros permaneceriam em níveis elevados por mais algum tempo, ninguém apostava mesmo em um desempenho exuberante do setor em 2023. Mas outros fatores inesperados, como a crise das varejistas desde janeiro e mais recentemente a desconfiança em relação a eficácia do novo arcabouço fiscal, divulgado nesta semana, atingem em cheio o setor.

Os reflexos vieram estampados no pregão do dia seguinte. Entre as cinco maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira, 19, três são do varejo: Magazine Luiza (-8,19%); Via (-6,74%) e Renner (-5,48%). Outras que não fazem parte do índice também desabaram como Carrefour (-8,37%) e Lojas Marisa (-6,06%). No ano, apenas Magalu se salva, com alta de 41%, um papel que, no entanto, chegou a exibir valorização de 75% em janeiro. A empresa foi a mais beneficiada com a quebra de Americanas.

empresas do varejo vão mal na bolsa

Em relação ao pacote fiscal, “voltar atrás na taxação de importações abaixo de US$ 50 por parte do governo causa uma piora na perspectiva fiscal, além de trazer quedas para empresas do setor”, aponta Matheus Sanches, analista da Ticker Research. São empresas que necessitam de financiamento e, por isso, mais expostas e sensíveis aos juros.

Incertezas com o arcabouço fiscal

Mas não é apenas isso, os questionamentos em relação às novas regras que impõem limites para os gastos do governo trouxeram um gosto amargo na digestão do arcabouço fiscal.

"Dia bem estressado, com frustração do mercado sobre o arcabouço fiscal. Mudança de última hora abriu 13 pontos de exceção à regra, e a sensação é de que haverá furos, não será cumprida mais uma vez, da forma como se viu em anos recentes em que se rompeu o teto. O que veio ontem acabou sendo uma cortina de fumaça", diz Alan Dias Pimentel, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos.

“Ficou claro para o mercado a dificuldade de se mexer em todas as vacas sagradas, todos os beneficiários de isenções, e fazer com que a arrecadação cresça. Até agora tem sido dito que não se mexerá em alíquotas de tributação” argumenta Ricardo Campos, sócio e diretor de investimentos da Reach Capital.

"É uma resposta fiscal que deixa insegurança muito grande, e uma compensação para não cumprimento das regras muito ruim, e não crível. O governo tem necessidade de novos gastos e não tem um caminho fácil pela frente, provavelmente se chegará ao fim do mandato com uma relação dívida/PIB maior do que se gostaria", complementa o diretor da Reach.

Eduardo Cavalheiro, sócio e gestor da Rio Verde Investimentos pondera que a semana está sendo tensa para o mercado. “Os investidores estão cansandos de esperar por decisões do governo. Todos aguardavam a formalização do arcabouço fiscal, que veio com atraso e com surpresa que ninguém gostou: regra muito aberta, passível de aumento de despesas públicas”.

O gestor da Rio Verde acrescenta que "em vez de retomar segurança com o arcabouço, o governo está injetando incerteza no mercado". Ele observa que o prolongamento do estresse na curva de juros desde a última segunda-feira e a retomada do câmbio, com o dólar de volta ao patamar de R$ 5, movimento que afeta em especial as ações de empresas com exposição a juros e crédito, como as de varejo e construção.

"O que eu vejo, em conversas com colegas, é que pouca gente está disposta a pagar pra ver", aponta o Cavalheiro, referindo-se também a ruídos que começam a chegar de um front que vinha se mostrando mais pacificado, após a turbulenta abertura de ano. "O relato, que circulou na imprensa, de que tem gente do governo atual envolvida no 8 de janeiro não afetaria tanto normalmente, mas acabou impactando bastante hoje, em um dia que já era ruim", observa.

"No cenário institucional, a divulgação de vídeo mostrando o ministro do Gabinete de Segurança Institucional circulando pelo Palácio do Planalto no dia da invasão aos Três Poderes, de 8 de janeiro, aumentou a incerteza sobre a estabilidade do ambiente político institucional - em um momento-chave para a aprovação da nova regra fiscal, que abriria espaço para discussões mais estruturais como a reforma tributária", pontua em nota Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. / Com Agência Estado

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