Gestora Franklin Templeton aposta na renda fixa de emergentes como o Brasil; saiba os motivos
Setor tem potencial para retornos mais atraentes, mas no médio e longo prazo, no curto prazo é mais para defesa
A gestora norte-americana Franklin Templeton considera que os títulos de renda fixa de países emergentes, como o Brasil, têm potencial de oferecer retornos mais atraentes no médio e longo prazo.
Entretanto, no curto prazo, essa é uma classe de ativo no qual a gestora mantém uma posição defensiva, disse o analista sênior da Franklin Templeton Investment Solutions, Miles Sampson, em evento na última quinta-feira.
“Vemos para a renda fixa emergente potencial atrativo, porque o dólar está supervalorizado em algumas moedas e, por isso, em termos de diversificação, a renda fixa emergente tem seu espaço e esperamos retornos atrativos no médio e longo prazo”, afirmou.
Entretanto, para o curto prazo, a visão da gestora Franklin Templeton é mais defensiva, dado que os preços dos papéis mostram preocupações com a capacidade de alguns governos honrarem seus compromissos.
Segundo ele, isso somado à aversão ao risco faz com a recomendação seja underweight para a classe de ativos no curto prazo.
Franklin Templeton no Brasil
Aqui, a gestora tem 30 fundos em operação, entre os de ações e multimercado, que somam patrimônio total de R$ 2,02 bilhões, com 5,5 mil cotistas.
Os dois de maior patrimônio são: o Templeton Global Total Return FIC FIM IE, com R$ 663 milhões, 14 cotistas, e uma queda de 20,44% em 12 meses; e o Templeton Global Total Return FIM IE, com patrimônio de R$ 658 milhões, 1 cotista, e queda de 17,52% em 12 meses.
Recessão americana
Sobe os Estados Unidos, a Franklin Templeton acredita haver probabilidade de 65% de que a maior economia do mundo entre em recessão no ano que vem, porém a desaceleração prevista não é severa.
Segundo o gestor de portfólio da área de soluções da gestora, Daniel Popovich, sinais já são percebidos no poder da renda da população e na confiança do consumidor e devem impactar o lucro e as margens das empresas.
“Embora as expectativas de longo prazo sejam boas, temos de reconhecer que o caminho até atingir esse retorno não é uma linha reta e não é fácil. O caminho para navegar diferentes períodos continua sendo a boa alocação e diversificação de prêmios de risco”, afirmou Popovich.
No curto prazo, temas de crescimento, inflação e política monetária continuam sendo relevantes como em 2022, pontuou.
“A melhor forma de conciliar o longo prazo e curto prazo está na renda variável, onde prevemos os melhores retornos, mas no curto prazo estamos subalocados, por conta da revisão para baixo do crescimento de lucro das empresas”, disse.
De acordo com ele, essa visão já vinha sendo espelhada nos modelos de alocação da casa. “Nossa visão continua sendo mais defensiva no curto prazo, de aversão a risco e por isso o underweight para renda variável e overweight em renda fixa com grau de investimento no segmento corporativo e em títulos soberanos”, explicou. / Com Agência Estado
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