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Mercado Financeiro

Vírus, inflação, Selic e cenário político estão no radar no 2º semestre

Início da segunda metade do ano é marcado por incertezas e muita cautela

Data de publicação:01/07/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro avança para a segunda metade do ano nesta quinta-feira, 1, ainda em um cenário de muitas incertezas. Algumas novas, outras nem tanto.

Foto: Freepick/jcomp
Incertezas marcam o início do segundo semestre para o mercado financeiro - Foto: Envato

O período começa com a preocupação voltada para a variante delta do coronavírus, que já impôs medidas restritivas em países da Europa e na Austrália, e pode ser um novo desafio para a recuperação da economia global, de acordo com a analista da Clear Corretora, Pietra Guerra.

O mercado financeiro dá indicativos de que voltou a ficar mais cauteloso, com os sinais de avanço dessa nova versão do coronavírus, temendo os efeitos negativos da pandemia sobre o ritmo de recuperação da economia global.

Os possíveis impactos da disseminação da nova variante na economia dividirão a atenção, segundo especialistas, com as preocupações com o cenário doméstico, relacionadas à escalada da inflação, que tende a ganhar força com a crise hídrica e que gera pesados reajustes nas contas de luz.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajusta em 52% a bandeira vermelha nível 2 a partir de hoje e, de acordo com especialistas, poderá ocorrer um novo aumento diante do nível insuficiente de água para geração de energia nos reservatórios das principais hidrelétricas do País.

O custo da energia elétrica é um dos itens de maior peso no cálculo da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), porque boa parte da produção e do consumo gasta muita energia, explica Pietra.

A analista da Clear afirma que, pelo impacto que tem na inflação, o aumento na conta de luz pode exercer uma pressão forte sobre o IPCA e acelerar a elevação das taxas de juro.

Selic mais elevada

Uma possibilidade que está sendo cristalizada nos últimos dias na forma de revisões para cima, nas estimativas da taxa Selic por parte de algumas casas financeiras, é de um intervalo praticamente consensual entre 6,00% e 6,50% para um nível de até 7,00% ao ano no fechamento de 2021.

A perspectiva de aumento de ruídos políticos também ocupa espaço maior no radar dos investidores neste início de semestre final do ano. Uma possibilidade derivada do andamento dos trabalhos da CPI da Covid, que avança em denúncias sobre a negociação e compra de vacinas que tenderiam a se aproximar cada vez mais do centro do poder.

O mercado financeiro tem se limitado a monitorar os trabalhos de investigação desenvolvidos na CPI, sem reações mais contundentes até o momento, mas não disfarça a preocupação de que turbulências políticas contaminem os debates sobre a reforma tributária.

Uma proposta de alteração nas regras tributárias que o mercado espera por grandes mudanças no projeto enviado pelo governo ao Congresso.

No plano mais geral da política, já estressada pelas denúncias levantadas pela CPI da Covid, o segundo semestre do ano que antecede as eleições presidenciais convive tradicionalmente com um cenário mais instável do que costuma influenciar também os ânimos do mercado financeiro.

Junho e 1º semestre

O destaque, negativo, dos seis meses iniciais do ano, foi a inflação. A calculada pelo Índice Geral de Preços Médio (IGP-M) acumulou alta de 15,08%. Não é propriamente a régua que investidores usam para comparar e medir o rendimento das aplicações, mas a adoção do IPCA com essa finalidade também não deixa saldo positivo para a maioria das aplicações.

Apenas a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, rendeu mais que a inflação oficial estimada em 4,69%, ao acumular valorização de 6,54% no semestre. As demais perderam da inflação.

Confira o rendimento das aplicações em junho e no primeiro semestre de acordo com os cálculos do administrador de investimentos, Fabio Colombo.

Ranking de junho

Aplicação/índice Rendimento/evolução

1º) Título IPCA * 0,72/0,82%

2º) IGP-M 0,60%

3º) IPCA ** 0,58%

4º) Bolsa de valores 0,46%

5º) Fundos DI*** 0,30/0,40%

6º) CDB *** 0,25/0,35%

7º) Fundos renda fixa *** 0,24/0,34%

8º) Caderneta 0,20%

9º) Dólar -4,81%

10º) Euro - 7,67%

11º) Ouro -11,08%

Ranking 1º semestre

Aplicação/índice Rendimento/evolução

1º) IGP-M 15,08%

2º) Bolsa de valores 6,54%

3º) Título IPCA * 4,69%

4º) IPCA ** 3,82%

5º) Fundos DI *** 1,36%

7º) CDB *** 1,33%

6º) Fundos renda fixa *** 1,23%

8º) Caderneta 0,87%

9º) Dólar -4,13%

10º) Euro -7,51%

11º) Ouro -11,08%

Obs.:  * indicativo

         ** estimativa

       *** média

NY: futuros em alta

No cenário externo, os contratos futuros negociados nas bolsas de Nova York operam em alta com os investidores preocupados com o avanço da variante delta e em compasso de espera para a divulgação do payroll, que acontece na próxima sexta-feira, 2, e trará mais sinalizações sobre o quadro econômico do país.

Na véspera, o índice Dow Jones avançou 0,61%, em 34.502,51 pontos, o S&P 500 subiu 0,13%, a 4.297,50 pontos - renovando sua máxima histórica de fechamento pelo quinto dia seguido - e o Nasdaq teve perda de 0,17%, a 14.503,95 pontos.

Em entrevista à Bloomberg TV na última terça-feira, 29, o dirigente do Fed Christopher Waller afirmou que o tapering, como é conhecido o processo de retirada gradual dos estímulos monetários, deve começar mais cedo do que o esperado nos EUA, por conta de uma recuperação da atividade econômica.

Já o dirigente da distrital de Dallas, Robert Kaplan, apresentou um quadro otimista para a maior economia do planeta, apesar dos riscos relativos à disseminação da variante delta do coronavírus.

No dia anterior, a pesquisa da ADP divulgada ao mercado registrou forte criação de vagas no setor privado no mês passado, com a geração de 692 empregos, o que pode ser um sinal de que os gargalos de oferta na mão de obra estão se reduzindo.

Porém, o número deve ser visto com ceticismo, já que a pesquisa da ADP recentemente superestimou o desemprego do mercado de trabalho dos EUA em relação aos dados oficiais, segundo a Capital Economics em relatório enviado a clientes.

CPI da Covid: silêncio de Wizard

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado seguem com novidades a cada dia e com os investidores acompanhando cada passo da investigação.

Na véspera, o empresário Carlos Wizard, apontado como integrante do suposto gabinete paralelo de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia, se manteve em silêncio durante as cinco horas e meio do interrogatório, amparado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Quando expressou uma única informação, Wizard negou que tenha participado ou tenha conhecimento do gabinete paralelo e afirmou também que nunca fez “qualquer movimento” para a compra de medicamentos para enfrentamento da covid.

A decisão do empresário de ficar em silêncio não impediu o relator, Renan Calheiros, de fazer suas perguntas ao investigado.

Mais do que isso, Calheiros se amparou em vídeos em que o empresário fala em "forrar" o Brasil com medicamentos não comprovados cientificamente para tratar a covid e relembra o mês que passou junto ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello atuando como conselheiro da pasta.

Também no dia anterior, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello enviou um documento à Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmando ter sido avisado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre as denúncias de corrupção durante as negociações para compra da vacina indiana Covaxin.

Ele negou ter encontrado irregularidades no contrato e pediu o arquivamento da notícia-crime contra o chefe do Planalto. Pazuello atribuiu a responsabilidade por fazer a apuração ao então secretário-executivo Elcio Franco.

Élcio Franco, número dois no comando da pasta da Saúde naquele momento, teria sido informado sobre as denúncias de corrupção e ficado responsável por realizar "uma averiguação prévia sobre os alegados indícios de irregularidades e ilicitudes".

Bolsas asiáticas fecham em baixa

As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira, na esteira de dados fracos da atividade manufatureira chinesa e em meio a temores com a disseminação da variante delta do coronavírus pelo mundo.

O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,29% em Tóquio hoje, aos 28.707,04 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,57% em Hong Kong, aos 28.827,95 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 0,44% em Seul, aos 3.282,06 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,23% em Taiwan, aos 17.713,94 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve baixa apenas marginal, de 0,07%, aos 3.588,78 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto se desvalorizou 0,97%, aos 2.442,26 pontos.

Pesquisa da IHS Markit/Caixin Media mostrou que o índice de gerentes de compras (PMI) industrial chinês diminuiu de 52 em maio para 51,3 em junho, atingindo o menor patamar em três meses.

Dados oficiais, publicados um dia antes, mostraram a mesma tendência de queda do PMI manufatureiro da China no período, de 51 para 50,9. Os números não muito distantes de 50 mostram que o setor industrial chinês está se expandindo em ritmo modesto.

Investidores também seguem atentos aos desdobramentos da variante delta do coronavírus, que se espalha rapidamente pela Ásia, Europa e África, ameaçando planos de reabertura econômica.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho, pressionada por novos surtos de covid-19 no país. O S&P/ASX 200 caiu 0,65% em Sydney, aos 7.265,60 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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