Valor de Face
O que é o valor de face?
Valor de face, também conhecido como valor de resgate e valor nominal, é o termo usado para designar o valor a ser resgatado ao final de um investimento, indicado diretamente no título.
Cada produto financeiro possui o seu próprio modelo de cálculo para a definição do valor de face. No entanto, em todos eles, a variação entre o valor de face e o valor de compra do título determina o yield.
Ou seja, se um título é comprado a 100 reais (valor de compra) e resgatado a 150 reais (valor de face), o yield é de 50 reais. Ademais, conhecendo-se o período de maturação do investimento, é possível determinar também, com esses mesmos dados, a sua rentabilidade.
Como funciona o valor de face?
O surgimento do valor de face remonta ao início da própria atividade financeira. Com o aparecimento dos títulos, indicar precisamente o valor que se pretendia receber de um empréstimo era fundamental para garantir o seu retorno integral.
Afinal, como comprovar às autoridades que o acordo feito indicava o pagamento de 1000 reais e não 10? Somente com um documento oficial em mãos é que o compromisso do devedor poderia (e ainda pode) ser comprovado.
Hoje em dia, o sistema econômico evoluiu e muito, mas a lógica por trás do valor de face ainda é a mesma.
Como os investimentos em títulos de crédito são, sobretudo, empréstimos, é necessário que haja a correta indicação do valor de resgate durante a sua emissão.
Dessa forma, o investidor se encontra resguardado. Aos moldes da economia primitiva, tem um documento onde se atesta o valor correto a receber por cada aplicação.
Qual é a ligação entre valor de face e valor futuro?
O valor de face nada mais é que o valor futuro dos títulos.
Valor futuro, por sua vez, é o termo utilizado para definir o valor que uma determinada quantia terá no futuro, caso seja capitalizada.
Quando os juros agem sobre um montante, ele não possui mais o mesmo valor que possuía ao ser investido (chamado de valor presente): é fermentado, como acontece em um bolo, e se torna ainda maior.
A fórmula aplicada para se definir o valor futuro é o seguinte:
Onde:
VP corresponde ao valor presente;
i, à taxa de juros do empréstimo;
n, ao tempo de aplicação.
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Como o valor de face se relaciona com a política monetária?
O valor de face não é isolado: ele interage com os demais fatores econômicos e coopera para o estabelecimento de certas dinâmicas dentro do mercado financeiro.
Uma delas diz respeito ao estabelecimento das taxas de juros.
Afinal, quando falamos que o Banco Central controla a economia através de políticas monetárias e da manipulação das taxas, estamos tratando também dos títulos e de seus componentes.
A lógica empregada é a seguinte: quando o Bacen decide por adotar uma política contracionista (ou seja, reduz a moeda em circulação), o que ele faz, em suma, é liberar uma grande quantidade de títulos públicos para venda.
Utilizando-se da lei da oferta e da demanda, o Bacen aumenta a oferta, o que derruba o valor dos títulos.
Como o valor de face impresso nos títulos continua o mesmo, a diferença entre o valor presente (preço atual do título) e o valor de face se alarga. Os juros, que representam essa distância, consequentemente são aumentados.
Com o aumento dos juros, o dinheiro se torna mais “caro” no tempo de maturação do título. Esse aumento dos juros também é repassado pelos bancos comerciais aos seus clientes, o que limita o acesso ao crédito por eles e desestimula o consumo de forma geral.
Além disso, a redução no preço dos títulos reduz a riqueza dos seus detentores no curto prazo, uma vez que agora seus títulos valem menos. Isso também ajuda a reduzir o consumo das famílias.
Para compreender as dinâmicas da política expansionista (o exato oposto da política contracionista), basta considerar a lógica inversa. Nela, o Bacen compra mais títulos e estimula o crédito, aumentando o valor presente dos mesmos e demandando juros menores para que valor de face seja alcançado.