Ray Dalio
Quem é Ray Dalio?
Ray Dalio, bilionário norte-americano, é o fundador da gestora de fundos de hedge Bridgewater Associates, com US$ 138 bilhões em ativos sob gestão.
Além de gestor e filantropo, ele também é escritor, tendo abordado em suas obras desde temas macroeconômicos da atualidade até os valores que incorporou para si ao longo de sua vida.
![Ray Dalio, ilustração.](https://media.maisretorno.com/portal/wp-content/uploads/2020/01/ray-dalio.png)
Um dos seus livros, “Big Debt Crisis” (A Crise do Alto Endividamento, em tradução livre) recebeu bastante atenção pela forma como ele descreve o mundo dos juros baixos que passou a vigorar a partir da crise de 2008.
Usando o termo “desalavancagem bonita”, ele defende que os países que emitem dívidas em suas próprias moedas, como os EUA, administram melhor as crises causadas pelo excesso de crédito, pois conseguem alongar o período de ajuste necessário para lidar com as demissões em massa e os seus efeitos sobre a demanda.
Qual a estratégia de Ray Dalio para se destacar no mercado?
A Bridgewater Associates se tornou conhecida a partir dos anos 90 com uma estratégia chamada de paridade de risco. De acordo com ela, uma carteira diversificada com várias classes de ativos, e equilibrada pela volatilidade de cada uma delas, apresentará retornos maiores do que uma carteira tradicional.
A paridade de risco pode variar entre os fundos de hedge mas a sua essência é a mesma: os ativos são selecionados de acordo com os altos e baixos do mercado, sendo que a volatilidade identificada pelos algoritmos determina o grau de exposição do fundo.
Quando ela é baixa, os fundos se alavancam. Quando a turbulência aumenta, as posições são desfeitas. Apesar de funcionar bem, a principal crítica dessa estratégia é que os fundos ficam mais sensíveis às oscilações bruscas, dado que a volatilidade é inerente aos ciclos econômicos, o que pode aumentar os danos causados no mercado.
Qual a melhor forma de descrever Ray Dalio?
No seu livro “Princípios”, Ray Dalio explica o seu modus operandi na Bridgewater Associates citando a diferença entre os operadores de mercado e os economistas.
Para ele, os traders são moldados pela experiência do mercado. Por conta disso, se atentam a outros fatores além da teoria econômica ensinada nas faculdades. Endividamento, preços dos ativos e fluxo de caixa das empresas são avaliados da mesma forma que variáveis como investimento e emprego.
Olhando para outras informações disponíveis no mercado, o gestor emplacou grandes acertos:
- Quando o FED subiu a taxa de juros na década de 80, ele corretamente previu a crise que viria na sequência;
- Com o calote mexicano em 1982, ele acertou a década perdida dos países latinos.
Sua vivência formou a filosofia que nortearia os investimentos da Bridgewater, forjada com as ideias que formou a partir dos grandes acontecimentos mundiais: a Grande Depressão da década de 30, a América Latina na década de 80 e o Japão na década de 90.