Q de Tobin
O que é o Q de Tobin?
O chamado Q de Tobin é uma metodologia criada pelo economista estadunidense James Tobin, ainda em meados do século XX, para a avaliação de companhias em particular até ao mercado de ações como um todo.
O Q de Tobin é composto por dois elementos básicos: o valor de firma e o valor de reposição.
O valor de firma é caracterizado como a soma do valor de mercado de uma empresa e as suas dívidas. Já o valor de reposição, por sua vez, mensura o capital necessário para a substituição do ativo circulante da companhia, concentrando-se em seu estoque.
O conceito é usado, sobretudo, na observação do valor (de mercado e intrínseco) das corporações e do próprio mercado, de modo a identificar avaliações superestimadas ou subestimadas.
Como o Q de Tobin é calculado?
O cálculo do Q de Tobin é realizado seguindo-se a seguinte fórmula:
- Q de Tobin = Valor de firma / Valor de Reposição.
De acordo com o resultado, têm-se três interpretações primárias possíveis:
- O resultado é inferior a 1: significa que o valor de firma é inferior ao valor de reposição e o valor da companhia, portanto, é subestimado - desse modo, investir nela não é recomendado.
- O resultado é igual a 1: significa que o valor de firma e de reposição são idênticos, de modo que a companhia vale exatamente quanto custa para substituí-la.
- O resultado é superior a 1: o valor de firma é superior ao valor de reposição e o seu valor é superestimado, de modo que os investimentos são incentivados.
Interpretar o resumo, portanto, é simples. Basta dividir as duas variáveis e encontrar o resultado adequado - por exemplo, se o valor de firma é de 100 milhões e o valor de reposição é de 50 milhões, o Q de Tobin é igual a 2. Isso significa que a companhia está superestimada (se julgar necessário, retorne ao parágrafo anterior para rever a classificação).
A maior divergência ligada ao Q de Tobin, no entanto, não diz respeito ao fruto do seu cálculo, mas sim acerca da melhor maneira de se apurar o valor de reposição de uma companhia - em especial no que tange ao arranjo entre ativos e passivos, tanto circulantes quanto não circulantes, para se chegar a um valor exato.
Quais são as críticas atreladas ao uso Q de Tobin?
As principais críticas ligadas ao Q de Tobin estão relacionadas a precisão de seus elementos.
Isso porque nem sempre apontar o valor de reposição de uma companhia, por exemplo, é tarefa fácil ou exata. Diversas variáveis, como amortizações, têm a mensuração igualmente problemática.
E ainda que seja possível indicar com exatidão cada uma delas, há também aqueles que julguem o Q de Tobin como incapaz de precisar a supervalorização ou subvalorização das companhias e mercados. Isso porque, segundo eles, embora o índice tenha se mostrado eficiente na primeira amostra utilizada para a sua criação (de 1960 a 1974), o mesmo não se repete precisamente em períodos distintos.