GovCoins: saiba o que são e como funcionam
O que são GovCoins?
GovCoins são moedas digitais emitidas — e apoiadas — por Bancos Centrais do Governo Federal. O esperado é que elas sejam a inovação mais revolucionária no mercado financeiro desde a invenção dos caixas eletrônicos — mesmo que o seu desenvolvimento costuma passar despercebido pela população no geral.
O termo GovCoin não é o rótulo para uma moeda em particular, mas sim para o conceito de várias moedas digitais nacionais e regionais diferentes. Elas estão sendo desenvolvidas para facilitar um sistema de pagamento que seja mais rápido, seguro e até mais barato. Em alguns aspectos, elas são semelhantes às criptomoedas populares, como o Ethereum e o Bitcoin, mas a maior diferença é que ao invés de serem baseadas na descentralização — como as outras —, são centralizadas e reguladas pelo Estado.
Como GovCoins funcionam?
Basicamente, os GovCoins adotam a tecnologia blockchain, introduzida pela primeira vez pelo Bitcoin, e a utilizam tanto para cortar custos operacionais do sistema bancário global — que chegam a cerca de 350 dólares por conta anualmente — e para fins de governança. Por meio desse novo método de pagamento, o governo pode recuperar certo controle ao monitorar todos os pagamentos e até mesmo todo o histórico de transações de cada cliente.
Isso poderia transferir o poder de volta para o Estado e para os bancos centrais que atualmente contam com a tarefa principal de fornecer fundos aos bancos comerciais por meio de transações que acontecem de maneira privada. O dinheiro de uma pessoa, então, seria garantido diretamente pelo Estado e não mais por um banco que pode entrar em colapso a qualquer momento. Esse novo sistema também pode ser utilizado para diminuir crimes financeiros — como lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Quais são os benefícios dos GovCoins?
Uma das maiores vantagens dos GovCoins em relação às outras moedas digitais é que eles não são tão voláteis quanto elas e, sendo assim, apresentam poucos riscos. Um dos motivos pelos quais os bancos centrais e governos criam suas próprias moedas, aliás, é porque muitos se sentem desafiados pelo rápido declínio do dinheiro e também pela adoção de criptomoedas descentralizadas.
Em particular, os governos de diversos países estão preocupados com a entrada de empresas de longa data no chamado cripto-espaço, como Mastercard, Visa e até mesmo o grupo Meta — dono de marcas como Facebook e Instagram, onde cada uma dessa redes teria a sua própria criptomoeda. Entre outras preocupações, os métodos de transação de forma anônima poderiam minar o sistema financeiro e facilitar atividades ilegais.
Outro ponto positivo é que, ao contrário dos cartões de crédito, os GovCoins não envolvem taxas de transação e podem oferecer empréstimos e outras vantagens financeiras de maneira acessível. Isso significa que os governos que acabarem ficando sem dinheiro não precisariam imprimir mais ou sequer armazenar mais cédulas, o que reduziria o desperdício e, de quebra, contribuiria positivamente com o meio ambiente.
Qual é o futuro para os GovCoins?
Por mais revolucionária que a ideia possa ser, os GovCoins ainda não passam de pesquisas muito preliminares na maioria das nações mais desenvolvidas. Se todas as fases dos testes forem bem-sucedidas, ainda será preciso muito tempo até que esse novo método seja uma realidade para a maioria dos países.
Além disso, muitos estudiosos estão preocupados com o rumo que as moedas mais estáveis e valiosas de hoje — como a libra esterlina, o euro e o dólar americano — podem tomar. Isso porque, com a evolução dos GovCoins, elas podem perder o seu valor e poder.
De acordo com o Banco da Inglaterra, por exemplo, mesmo depois de implementar GovCoin no Reino Unido, eles existiriam junto com os depósitos bancários e o dinheiro de papel ao invés de simplesmente substituí-los. Ao mesmo tempo, muitos outros países poderiam ficar completamente sem dinheiro — o que é uma preocupação mundial.