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Escalada de Compromisso

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:08/11/2019 às 05:19 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é a Escalada de Compromisso?

A escalada de compromisso é o nome dado a um padrão de comportamento humano, segundo o qual quando nos comprometemos com um projeto ou investimento (especialmente com outras pessoas envolvidas) resistimos em desistir dele, mesmo que evidências comprovem que não estão produzindo o resultado desejado.

Na prática, existe uma série de comportamentos que estão atrelados à escalada do compromisso.

Sabe aquela pessoa teimosa que não dá o braço a torcer mesmo quando se prova, por a mais b, que a sua opinião não tem fundamento lógico? No fundo, ela sabe que está errada, mas admitir isso (para si mesma e para os outros) está diretamente ligado ao estresse da dissonância cognitiva.

Todos já fomos essa pessoa em algum momento - hoje mesmo, inclusive.

Um bom exemplo é a criação de empresas. Anualmente, milhões de negócios surgem. No entanto, 1 em cada 4 fecha já nos primeiros dois anos - ao final dos primeiros 5, menos da metade sobrevive.

Contudo, não raro empreendedores falham em abandonar a empresa antes que os prejuízos se tornem exorbitantes. Eles sabem que as coisas vão mal, mas "o que minha família, amigos, funcionários, futuros contratantes e ex-colegas vão pensar quando souberem que eu fracassei? Se eu insistir mais um pouco, talvez eu evite isso".

E lá se vão mais recursos: financeiros, de tempo, energia… Se você já leu o nosso artigo sobre viés do custo afundado, deve notar que os dois vieses estão fortemente interligados, se retroalimentando e afundando ainda mais a sua "vítima".

Como a escalada de compromisso se relaciona com outros vieses?

Não existe um único viés cognitivo que atue isoladamente: na verdade, eles estão constantemente em contato dentro da sua cabeça, unindo forças para te ajudar a sobreviver (pelo menos essa era a ideia inicial).

Ao falar de escalada do compromisso, dois são os mais relevantes: o viés de custo afundado (que introduzimos já no tópico anterior) e o viés de confirmação.

Mudar de opinião é um processo incrivelmente doloroso - em especial, se houver um forte impacto emocional e/ou rejeição familiar envolvidos. Portanto, evitamos fazê-lo a qualquer custo.

Do contrário, se estivéssemos muito sensíveis a mudanças, ler o mundo a nossa volta (e, principalmente, sobreviver) seria muito mais difícil.

Somado a isso, o julgamento social é outro dos nossos pontos fracos, visto que ser excluído do grupo, na natureza, é ver as suas chances de morrer aumentarem consideravelmente.

É por isso que, mesmo que você não vá morrer ao contar para o seu chefe que aquele projeto que você estruturou não deu certo ou revelar para os seus amigos que a sua empresa faliu, mexe tanto com você. É a sensação de fracasso, julgamento e rejeição correndo nas suas veias.

Para evitá-la, muitos chegam até a esconder do maior número de pessoas possível quando iniciam um empreendimento. "O que ninguém sabe, ninguém estraga", elas dizem, morrendo de medo de ter que revelar uma derrota no futuro.

Nós sentimos muito sermos os portadores dessa notícia, mas o incômodo da perda vai ser sempre assim, em menor ou maior grau. Se afundar no compromisso firmado para evitar o desconforto apenas vai aumentá-lo, visto que no futuro os prejuízos tendem a ser ainda maiores.

Para ceifar a escalada de compromisso, você pode fazer como muitos outros profissionais e recorrer a especialistas para definir se continua investindo em algo ou não.

O mais importante, contudo, é aceitar que a racionalidade promete resultados melhores do que a fuga do desconforto, igualmente devastadora em diversos outros vieses que já vimos por aqui. Abre o olho!

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