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Economia Fechada

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:19/09/2019 às 07:46 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é economia fechada?

Um país possui economia fechada quando realiza um comércio externo relativamente pequeno em relação ao seu tamanho. Dessa forma, esses países tendem a se fortalecer produzindo e consumindo mais internamente (entre seus próprios habitantes) do que com o restante do mundo.

Uma economia fechada normalmente possui:

  • Baixa corrente de comércio: o país negocia pouco com o mundo;
  • Altos impostos de importação;
  • Poucos acordos comerciais vigentes;
  • Alto índice de barreiras não tarifárias: como as barreiras sanitárias, as medidas antidumping e a imposição de padrões técnicos próprios.

Por que se diz que o Brasil é uma economia fechada?

O grau de abertura de uma economia é calculado de uma forma bastante simples: ele é a soma de tudo que é importado e exportado, dividido pelo PIB do país. Quanto maior o valor percentual obtido, mais aberta é a economia.

Um relatório de 2017 do banco Credit Suisse, elaborado com dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), traz esse resultado para 21 economias emergentes onde:

  • Brasil: 18,8% do PIB;
  • Média dos países da América Latina: 38% do PIB;
  • Média das economias emergentes: 60% do PIB.

Entre 2003 e 2011, o Brasil aumentou a sua participação de 0,8% para 1,3% do comércio mundial. Esse movimento passou a se reverter a partir de 2012, estacionando em 1,1% em 2015. No mesmo período, os demais países aumentaram a sua participação de 17,4% para 26,5%.

Por mais que seja tentador usar o pretexto de uma guerra cambial, os problemas enfrentados pelo país se concentram nos seguintes pontos:

Quantidade de acordos comerciais

No período entre 2010 e 2016, foram assinados 97 tratados de livre comércio entre os países emergentes (nenhum deles firmado com o Brasil).

Enquanto o país priorizou os tratados multilaterais (envolvendo vários signatários) que acabaram não vingando, os demais países partiram para os seus próprios acordos bilaterais.

Eles sabem que quem não assina novos acordos perde a sua importância no comércio global, afetando a sua capacidade de importar e exportar.

Tributação e barreiras

O Brasil também está bem distante de seus pares nesse quesito:

  • Imposto de importação:
    • Brasil: 12,9%;
    • Demais países emergentes: 9,4%.
  • Quantidade de barreiras não tarifárias:
    • Brasil: 2.071;
    • Demais países emergentes: 535.

Percebe-se, pelas estatísticas, que o país atende a todos os critérios de uma economia fechada.

Quais os resultados obtidos pelo Brasil como modelo de economia fechada?

Os resultados alcançados foram:

  • A tecnologia utilizada pelo país é de pelo menos 30 anos atrás;
  • Em um período de 40 anos, a indústria teve uma redução de 15% de sua importância no PIB;
  • O setor de serviços, que não exige muitos investimentos ou mão de obra qualificada, aumentou a sua participação na economia.

Inicialmente desenvolvida para a substituição da importação, a indústria nacional pouco induziu a inovação. Como consequência, empresas e consumidores pagam mais quando compram, reduzindo a renda disponível.

Como o Brasil pretende deixar o ambiente de economia fechada?

Um acordo com a União Europeia implica que o país terá que negociar novas tarifas de importação com os seus parceiros do Mercosul. Uma proposta nesse sentido é a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) para níveis mais condizentes com os praticados por outros países.

Uma vez encaminhada essa questão, as outras medidas dizem respeito ao ambiente macroeconômico em si, que gera o famoso “custo Brasil”:

  • Alta carga tributária;
  • Burocracia excessiva;
  • Infraestrutura deficiente.

Quais os benefícios de se abrir a economia?

Uma economia com participação maior no comércio global obtém os seguintes benefícios:

  • Implementação dos avanços tecnológicos desenvolvidos por outros países;
  • Acesso facilitado a insumos;
  • Maior especialização produtiva;
  • Ganho de produtividade.

Dessa forma, ela se torna mais dinâmica: uma vez integrada às cadeias globais de suprimento, passa a importar mais, para depois exportar produtos de maior complexidade.

Isso se deve ao fato das empresas intensivas em tecnologia importarem 4,7 vezes mais do que as empresas comuns.

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