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Afrouxamento Quantitativo

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:16/10/2020 às 07:38 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Afrouxamento Quantitativo?

Afrouxamento Quantitativo, ou Quantitative Easing, é uma medida não convencional de política monetária, que consiste na compra, pelo Banco Central de um determinado país, de títulos de longo prazo no mercado aberto. 

Entendendo o Afrouxamento Quantitativo

Quando o Banco Central deseja aumentar a oferta de moeda na economia, um dos caminhos que podem ser adotados é realizar a compra de títulos que estão sendo negociados no mercado. 

Essa medida tem, como efeito principal, colocar mais dinheiro em circulação. Com mais dinheiro em circulação – ou seja, maior oferta de dinheiro –, seu preço cai. O preço, ou custo, do dinheiro é a taxa de juros: o valor que uma pessoa cobra para emprestar seu capital a outra. 

Portanto, um efeito secundário do afrouxamento quantitativo é baixar as taxas de juros, incentivando a realização de empréstimos pelos bancos.

Além disso, ao expandir a oferta de dinheiro, o afrouxamento quantitativo pode levar ao aumento da inflação. Esse pode ser um efeito positivo para países em que a inflação está muito baixa, mas exige que a medida seja adotada de forma equilibrada.

Quando o Afrouxamento Quantitativo é adotado?

O afrouxamento quantitativo é uma medida não convencional, o que equivale a dizer que ele não é normalmente adotado pelos Bancos Centrais.

Pelo contrário. Em geral, ele só é implementado quando essas instituições já estão ficando sem muitos instrumentos para exercer a política monetária e impactar o crescimento da economia. Isso ocorre, principalmente, quando a taxa básica de juros está se aproximando de zero e a inflação está muito baixa ou negativa. 

O afrouxamento quantitativo é adotado, usualmente, com a intenção de retirar a economia do país de um cenário de recessão, ajudando a manter a inflação dentro do alvo estabelecido pelo Banco Central.

Quais são os fatos mais recentes ligados ao Afrouxamento Quantitativo?

A União Europeia é um dos principais exemplos recentes de uso da medida de afrouxamento quantitativo. No final de 2019, foi anunciado que a compra de títulos emitidos pelos governos da Zona do Euro pelo Banco Central Europeu seria retomada.

Na época, a meta era comprar 20 bilhões de euros em títulos por mês. Em junho de 2020, com a crise causada pela pandemia de novo Coronavírus, a meta já havia sido expandida para 1,35 trilhão de euros em títulos por mês. Segundo as avaliações mais recentes, a medida tem ajudado a aumentar a inflação, mas ela ainda está longe do alvo – que é de inflação próxima, mas abaixo, de 2%.

Com a ampliação do afrouxamento quantitativo, a União Europeia espera agilizar a recuperação econômica pós-pandemia. Como vimos, essa medida incentiva os empréstimos a taxas de juros mais baixas, o que pode beneficiar tanto as empresas quanto os consumidores, ajudando produção e consumo a voltar aos níveis normais.

Nos EUA, em março de 2020, também foi anunciado que o FED adotaria o afrouxamento quantitativo para estimular a economia, prevendo a compra de US$ 700 bilhões em títulos.

Por outro lado, no Brasil, em maio de 2020, após o Congresso ter concedido autorização para que o Banco Central fizesse a compra de títulos públicos, o diretor de Política Econômica da instituição, Fabio Kanczuk, afirmou que "o BC não tem afrouxamento quantitativo como política monetária na cabeça".

O Afrouxamento Quantitativo sempre funciona?

Assim como qualquer instrumento de política monetária, o afrouxamento quantitativo não é à prova de erros.

Em alguns casos, ele pode ser mais eficaz do que o esperado e acabar fazendo a inflação subir excessivamente, beirando à hiperinflação.

Em outros casos, ele pode não ser eficaz o suficiente e não atingir os objetivos traçados para a taxa de juros e a inflação.

Geralmente, a falta de eficácia do afrouxamento quantitativo está associada a um problema nos empréstimos. Mesmo que o Banco Central coloque mais dinheiro em circulação por meio da compra de títulos, isso só vai trazer efeitos positivos para a economia se os bancos estiverem dispostos a emprestar e as pessoas, dispostas a pegar empréstimos.

Se a confiança das instituições financeiras, dos empresários e dos consumidores estiver fortemente abalada, os empréstimos não acontecem. Assim, nem mesmo o afrouxamento quantitativo consegue retirar a economia da recessão. É por isso que índices de confiança positivos são considerados uma boa notícia: eles apontam que as pessoas estão mais abertas para começar a colocar o dinheiro em circulação novamente.

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