Abenomics
O que é Abenomics?
Abenomics é um termo que deriva da contração de Economics (Economia, em inglês) e Abe, em referência a Abe Shinzo, primeiro-ministro do Japão. Esse termo vem sendo usado para designar o conjunto de políticas econômicas defendidas e implementadas por Abe no Japão desde Dezembro de 2012, quando ele foi eleito para o seu segundo mandato.
Quais são os aspectos centrais do Abenomics?
Abenomics consiste em três pilares, chamados pelo governo japonês de "três flechas": política de harmonização financeira quantitativa (quantitative easing), estímulo fiscal e reformas estruturais.
O periódico The Economist caracterizou o Abenomics como um misto de reflação, incremento de gastos governamentais e uma estratégia de crescimento desenhada para arrancar a economia japonesa do estado de "animação suspensa" no qual se encontra nas últimas décadas, desde a crise de 1990.
Qual é a base ideológica do Abenomics?
Por trás do Abenomics, está a visão de estabelecer o Japão como um forte contrapeso à China, que cresce enquanto potência econômica e política, na região da Ásia; e também a intensão de tornar o Japão menos dependente dos EUA para sua defesa.
Apoiadores de Abe Shinzo traçaram paralelos explícitos entre suas políticas econômicas e o programa fukoku kyohei ("enriquecer o país, fortalecer o exército") da era Meiji.
Como foi implementado o Abenomics?
Duas flechas do Abenomics foram implementadas nas primeiras semanas do segundo mandato de Abe Shinzo, em 2012.
Para o estímulo fiscal, o primeiro-ministro japonês anunciou rapidamente um pacote 10,3 trilhões de ienes e apontou Haruhiko Kuroda para presidente do Bank of Japan (BoJ), com a meta de atingir uma taxa de inflação de 2% ano ano.
Em abril de 2013, o BoJ anunciou o programa de quantitative easing, pelo qual o banco compraria de 60 a 70 trilhões de ienes em bonds por ano. Mais tarde, em 2014, o programa foi expandido para 80 trilhões por ano.
A terceira flecha, das reformas estruturais levaram mais tempo para ser implementadas. Uma das primeiras ações de Abe Shinzo foi insistir na participação do Japão na Parceria Transpacífica.
Em Junho de 2014, o primeiro-ministro anunciou um pacote de reformas estruturais que incluía reforma na governança corporativa, corte de impostos para empresas a menos de 30%, redução das restrições para contratação de trabalhadores estrangeiros, liberalização do setor de saúde e variadas medidas para apoiar o empreendedorismo.
Houve alguma divergência em relação a certas propostas para reformas. Por exemplo, alguns membros do gabinete de Abe Shinzo eram favoráveis à redução dos impostos para empresas e aumento para os consumidores, enquanto outros receavam os efeitos que isso poderia ter na percepção do público.
As leis trabalhistas e o controle da produção de arroz também foram pontos de divergência nas reformas estruturais do governo de Abe.
Quais foram os efeitos do Abenomics?
O Abenomics teve um efeito imediato em vários mercados financeiros do Japão. Em Fevereiro de 2013, já se observava uma forte desvalorização do iene e um crescimento de 22% do índice TOPIX.
No entanto, o impacto nos salários e no sentimento dos consumidores não foi tão forte. Uma enquete do Kyodo News em Janeiro de 2014 apontou que 73% dos participantes não tinham notado os efeitos do Abenomics e quase 70% estavam pensando em cortar gastos em resposta ao aumento nos impostos sobre consumo.
Com o iene desvalorizado, o Abenomics aumentou os custos de importação, inclusive de itens dos quais o Japão depende muito, como petróleo. No entanto, o governo defendeu que esse era um obstáculo temporário, pois a desvalorização da moeda faria o volume de exportação crescer.
O país ainda conseguiu manter uma balança comercial superavitária, especialmente devido aos investimentos vindos do exterior.
No entanto, em dezembro de 2018, foi registrado um princípio de contração da economia Japonesa.