Setor de serviços cresce 0,7% em abril, aponta IBGE
Apesar do crescimento, mercado ainda está abaixo do patamar alcançado antes da pandemia
O setor de serviços no Brasil cresceu 0,7% em abril em relação a março, na série com ajuste sazonal, recuperando parte do recuo do mês anterior (-3,1%). Apesar da elevação, o setor está 1,5% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado, antes da pandemia, e 13,1% abaixo do pico, registrado em novembro de 2014.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na série sem ajustes sazonal, em relação ao mesmo período de 2020, o setor avançou 19,8% - lembrando que o mercado já estava sob os efeitos do lockdown e restrições por conta da covid-19. Apesar disso, foi a segunda taxa positiva seguida e a mais intensa da série, iniciada em janeiro de 2012.
Atividades
A alta de março para abril deste ano foi influenciada por duas das cinco atividades pesquisadas. Informação e comunicação (2,5%), que acumulou ganho de 4,7% nos últimos três meses e opera no patamar mais elevado da série; e serviços prestados às famílias (9,3%), que recupera somente uma pequena parte da queda de 28,0% registrada em março.
Em contrapartida, os únicos resultados negativos deste mês foram os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%), alcançando a segunda taxa negativa seguida no período março-abril (-2,0%); e os outros serviços (-0,9%), eliminando pequena parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março.
A média móvel trimestral avançou 0,5% no trimestre encerrado em abril de 2021 frente ao nível do mês anterior, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho de 2020.
Alta em 13 das 27 unidades da Federação
Regionalmente, 13 das 27 unidades da Federação tiveram expansão no volume de serviços em abril de 2021, ante o mês imediatamente anterior.
Os crescimentos mais relevantes vieram de São Paulo (0,5%), seguido pelo Distrito Federal (4,8%) e Paraná (1,5%). Por outro lado, as principais retrações vieram de Minas Gerais (-1,0%) e Mato Grosso (-2,4%).
Queda no turismo
Em abril deste ano, o índice de atividades turísticas recuou 0,6% frente ao mês anterior, após forte retração em março (-23,1%), mês em que houve um maior número de limitações ao funcionamento de determinados estabelecimentos. O segmento de turismo ainda necessita crescer 81,9% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado.
Frente a abril do ano passado, o volume de atividades turísticas no Brasil subiu 72,6%, maior alta da série iniciada em 2012, após treze taxas negativas seguidas.
O índice foi impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita nos ramos de restaurantes; hotéis; transporte aéreo; rodoviário coletivo de passageiros; serviços de bufê; e locação de automóveis.
As 12 unidades da Federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (49,3%) e Rio de Janeiro (86,7%), seguidos por Bahia (123,1%), Minas Gerais (54,8%), Paraná (86,1%) e Pernambuco (127,4%).
Setor de serviços opera longe do pico
O IBGE ainda divulgou que o setor continua distante do maior valor já registrado, em novembro de 2014. Em abril, operava 13,1% abaixo do pico. Com exceção dos serviços de informação e comunicação, todos as outras quatro atividades pesquisadas estão bem abaixo dos patamares elevados de anos atrás.
O destaque fica por conta dos serviços prestados às famílias, que estavam 47,7% abaixo do pico, de outubro de 2013. Na sequência, aparecem os serviços profissionais, administrativos e complementares, que ficaram 24,0% abaixo do ápice, de setembro de 2014; transportes tiveram um resultado 13,0% aquém do pico, de fevereiro de 2014; e o segmento de outros serviços, 8,6% abaixo do auge, registrado em janeiro de 2012. / Agência Estado