Setor de serviços cai 4% em março ante fevereiro, mas cresce em relação a 2020
O setor de serviços sofreu baque com pandemia, houve uma queda em março de 4,0% quando a comparação é feita em relação ao mês anterior, mas…
O setor de serviços sofreu baque com pandemia, houve uma queda em março de 4,0% quando a comparação é feita em relação ao mês anterior, mas o faturamento real cresceu 4,5% diante do mesmo mês em 2020.
“Conforme esperado, o aperto das medidas de distanciamento social para contenção da pandemia causou forte contração dos serviços prestados às famílias em março (-27,0%, frente a fevereiro)”, analisa Rodolfo Morgato, economista da XP.
Ele diz, no entanto, que a maioria dos segmentos apresentou resiliência no mês, como a elevação das receitas reais de ‘outros serviços” (3,7% m/m) e serviços de informação e comunicação (1,9% m/m).
O resultado foi que o faturamento real do setor (índice geral) cresceu 2,8% no 1º trimestre em relação ao 4º trimestre de 2020, com ajuste sazonal (-0,8%, comparado com o 1º trimestre de 2020).
A receita real do setor de serviços ficou 2,8% abaixo dos níveis pré-pandemia (fevereiro/março de 2020), mas com resultados muito heterogêneos entre os segmentos do setor terciário, constata Morgato. Segundo ele, muitos serviços prestados às empresas apresentam faturamento real acima dos níveis pré-crise. Outros, como os serviços prestados às famílias (serviços de alimentação, hotelaria, academia, cursos), exibiram receitas reais cerca de 45% abaixo dos patamares anteriores à crise sanitária.
O que esperar para os serviços nos próximos meses
Os indicadores coincidentes de abril já divulgados apontam para uma recuperação parcial das receitas reais do setor, avalia o economista da XP. Os índices de confiança das sondagens do consumidor e de serviços relativos a abril recuperaram cerca de metade da expressiva contração registrada em março.
Além disso, a maioria dos índices de mobilidade – incluindo atividades de lazer/recreação – vem subindo de forma significativa desde meados de abril, aproximando-se dos níveis registrados no início de fevereiro (pouco antes do recrudescimento da pandemia no País).
Estimativas preliminares da XP sugerem que o índice de volume de serviços cresceu 2,1% em abril, comparado com março, após ajuste sazonal (expansão de 22,7% em relação a abril de 2020).
Morgato acredita que o sentimento econômico continuará em rota de recuperação nos próximos meses, dado o afrouxamento adicional das medidas de isolamento social na esteira de avanços no programa de vacinação contra a Covid-19.