Economia

Real digital: saiba tudo sobre a nova moeda do Banco central

Cada vez menos, o brasileiro tem carregado em sua carteira dinheiro físico. Conforme dados do Banco Central do Brasil, apenas 3% do dinheiro que circula nas…

Data de publicação:20/04/2022 às 09:00 - Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

Cada vez menos, o brasileiro tem carregado em sua carteira dinheiro físico. Conforme dados do Banco Central do Brasil, apenas 3% do dinheiro que circula nas operações, é representado pelo papel-moeda.

Além disso, desde 2019 houve um aumento considerável em mais de 35% nas transações realizadas via dispositivos móveis. Em razão disso, o Real Digital é a nova moeda digital do Brasil que tem sido tema de várias discussões.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O BIS – Banco de Compensações Internacionais informou que quase 86% dos Bancos Centrais no mundo estão discutindo a criação de uma moeda digital, e o Brasil não é diferente.

Por que criar o real digital?

O principal objetivo de criar essa moeda digital no Brasil é para usá-la para compras, pagamentos e várias transações, da mesma forma que o papel-moeda. No entanto, sua maior vantagem é a segurança. O processo é encadeado pelo Blockchain e por diversas chaves, que tornam as operações mais seguras. Com isso o sistema se torna mais complexo e mais difícil de ser corrompido.

Além disso, o desenvolvimento do real digital provoca o fim da impressão e manutenção da nota de papel, reduzindo os custos para o Governo. Isso não vai significar que o dinheiro físico vai acabar.

O real digital também vai ajudar nas compras internacionais e agilizar a liquidação das operações financeiras, tanto as internas, quanto as internacionais. Além disso, a moeda digital vai ajudar a inibir a lavagem de dinheiro.

Vários países do mundo já lançaram suas moedas digitais. São eles: Estados Unidos, Japão, Rússia, China e Bahamas.

O real digital deve ser entendido como um formato digital da moeda do real em espécie. A emissão também será da competência do Banco Central do Brasil, que acredita que o real digital será bem recebido pela população, assim como o PIX foi.

Data de lançamento

O projeto de lançamento do Real Digital está previsto para 2024. Ele é considerado uma CBDC, ou seja, uma Central Bank Digital Currency. Na tradução, entende-se por “moeda digital do Banco Central”.

A principal meta dessa CDBC brasileira será facilitar as transações financeiras e digitalizar a moeda fiduciária. Coma nova moeda digital, os brasileiros vão poder efetuar todo e qualquer tipo de transação. A partir do lançamento do real digital, a produção de dinheiro em espécie tende a reduzir drasticamente.

Os testes do real digital devem começar ainda este ano, sendo que a maior diferença entre ele o dinheiro é que a moeda digital não pode ser convertida em cédulas. Em vez de papel, o Banco Central vai gerar códigos e neles vão estar os valores da moeda.

Diferença para criptomoeda

O real digital não é uma criptomoeda, pois ele é regulado pelo Banco Central. Além disso, as criptomoedas possuem características similares a de ativos, que devem ser convertidos para uma moeda, que apresente valor especulativo ou instável.

A regulamentação das criptomoedas está em trânsito como projeto de Lei (PL 3825), que afirma que elas deverão ser fiscalizadas tanto pelo Banco Central quanto pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários. No entanto, elas vão continuar sendo investimentos e não moedas.

Uso do Real Digital

De acordo com dados informados pelo Banco Central, o real digital poderá ser usado para as seguintes explicações:

1. Distribuição da moeda digital de forma imediata pelos meios de sistemas de pagamentos.

2. Utilização no comércio de varejo.

3. Possibilidade em trazer novos modelos de negócios inovadores, com foco em tecnologia avançada.

4. Uso constante em transações simples.

5. Uso em sistemas de pagamentos online já existentes

6. Uso em sistema de pagamento offline que se encontra em desenvolvimento.

Como vai funcionar a moeda digital brasileira?

Quando o real digital for incluso no país, as transações financeiras, nacionais e internacionais serão facilitadas e terão mais agilidade e segurança. A moeda digital vai ser criptografada por sistema de tecnologia robusto e deve manter o seu maior poder monetário, que é de desenvolver dinheiro para movimentar a economia.

Na prática, os hábitos de consumo não vão ser alterados, apenas sua forma de pagamento. Por falar nisso, ainda não há definição se as transações realizadas via moeda digital vão precisar de uma conta, ou apenas um token.

Mas já está certo que o real digital será distribuído para a população por meio das instituições financeiras, fintechs e toda empresa que participa do Sistema de Pagamento Brasileiro.

Também não informado ainda como será a remuneração da circulação do real digital. Mesmo reduzido, há sempre um custo envolvido.

Outros assuntos como dívidas ainda não foram discutidos. Como o real digital está previsto para entrar no mercado ainda nos próximos anos, há ainda muito o que se tratar sobre o assunto.

Desvantagem

A principal desvantagem para os bancos já informada pelo Banco Central é que a moeda digital não deverá pagar juros. Diante disso, fica a pergunta: Como os bancos vão se comportar, se não vão poder emprestar dinheiro utilizando a moeda digital para pessoas físicas e jurídicas sem a cobrança dos juros?

Por isso, que em muitos países, só é possível usar a moeda digital como forma de pagamento. Dessa forma, é possível afirmar que o uso do dinheiro físico vai continuar.

Vantagens

Além de todas as vantagens mencionadas acima, a criação da real digital permite que o Banco Central interaja diretamente com a população sem intermédio dos bancos.

A partir daí, ele será capaz de controlar melhor o aumento dos preços de produtos e serviços, ou seja, a inflação, estimulando a economia.

Além disso, o BC vai conseguir rastrear o dinheiro com mais facilitando, controlando os gatos e evitando crimes.

Como visto, ainda é muito cedo para afirmarmos como essa moeda digital vai funcionar na prática. Há ainda um longo caminho a ser percorrido, pois apesar de toda tecnologia de ponta, as classes D e E ainda não possuem conta em nenhum banco.

Sobre o autor
Mais RetornoA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!