Ranking traz os cinco fundos de crédito privado com maior rentabilidade em 2022; líder entrega quase 14% acima da inflação
Para compensar o risco, papeis de crédito precisam oferecer taxas superiores ao CDI
Os cinco fundos de renda fixa de crédito privado mais rentáveis em 2022 superam os fundos de renda fixa com portfólio concentrado em títulos públicos. Enquanto os primeiros rendem até 18,58% nos nove meses do ano (tabela abaixo), os segundos chegam ao máximo em 11,99% (veja ranking aqui).
A composição distinta de carteira não é a única diferença entre esses fundos, da mesma classe de ativos. A supremacia dos fundos de crédito privado está ligada ao risco envolvido nos papeis, emitidos por empresas que precisam de financiamento.
Por esse risco, o mercado costuma exigir uma taxa bem acima do CDI em uma debênture, por exemplo, sempre que houver a percepção de que a empresa terá dificuldades para pagar seus compromissos.
Pedro Tiezzi, estrategista da SVN Investimentos diz que o risco de crédito pode conter mais uma variável, em que o mercado pode pedir um spread adicional sobre a taxa. Mas fundos como os da gestora Infinity, que emplacou dois fundos entre os mais rentáveis no ano, evitam correr o risco de crédito, limitando-se apenas ao de mercado, esclarece o especialista.
Conheça o campeão
É o Infinity Tiger Alocação Dinâmica FI RF, com valorização de 18,58% no ano. É um ganho que entrega ao cotista juro real positivo de 13,92%, descontada a inflação de 4,09% acumulada no ano, até setembro. Em relação ao benchmark dessa classe de ativos, o Tiger também dá um banho, superando em 8,91%, a variação de 8,87% do CDI no período de 9 meses. É o fundo que cobra a menor taxa de administração, de 0,5% ao ano dentro desse quinteto de melhores fundos.
| Fundo | Rend. 2022 | Rend. 12 meses | Patrimônio em R$ |
|---|---|---|---|
| Infinity Tiger Aloc. Dinâmica FI RF | 18,58% | 21,30% | 117,2 mi |
| NC RF Exclusive FI LP | 17,68% | 20,19% | 644,4 mi |
| Infinity Select FI RF LP | 15,37% | 17,08% | 632,2 mi |
| Itaú Optimus RF LP FIC FI | 12,56% | 15,76% | 8,3 bi |
| Kinea IPCA Dinâmico II FIC FI RF | 11,84% | 11,28% | 1,8 bi |
| Inflação acumulada pelo IPCA | 4,09% | 7,17% | -.- |
Os fundos de renda fixa em que o gestor mescla a carteira com títulos de crédito privado estão também rendendo mais que produtos semelhantes com portfólio concentrado apenas em títulos públicos.
O ganho real de cada um
Os quatro fundos que também estão no topo do ranking não ficam atrás. O segundo colocado, o NC RF Exclusive FI LP, rendeu 13,06% acima da inflação e 8,09% à frente do CDI.
O terceiro, o Infinity Select FI RF LP, apresenta um ganho de 10,84% acima do IPCA e de 5,97% acima do CDI. O quarto, o Itaú Optimus RF LP FIC FI, um rendimento 8,14% acima da inflação e 3,39% mais que o CDI. E o quinto colocado, o Kinea IPCA Dinâmico II FIC FI RF, ,84%, ou ganho positivo de 7,45% e 2,73% superior ao CDI.
Embora a maior flexibilidade na composição da carteira assegure mais espaço na alocação dos recursos do portfólio, os títulos de crédito privado dividiram o sucesso desses fundos campeões com os títulos públicos.
O ciclo de alta da Selic favoreceu a rentabilidade dos títulos públicos e de crédito privado. E os gestores que focaram a estratégia nesse movimento dos juros estão rentabilizando bem seus cotistas.
No período de 12 meses, o retorno é igualmente generoso quando comparado com a inflação acumulada de 7,17%: o Infinity Tiger entrega um ganho real de 13,18%; o NC RF Exclusive, de 12,15%; o Infinity Select, de 9,25%; o Itaú Optimus, de 8,02%; e o Kinea IPCA, de 3,84%.
Todos também entregaram uma rentabilidade acima do CDI, o benchmark dessa classe de ativos, que acumulou variação de 10,90% em 12 meses.
O desempenho deixa claro que o gestor que apostou parcela maior da carteira em papeis de crédito privado para apimentar a rentabilidade está sendo bem sucedido. Os fundos de crédito privado estão com performance superior à rentabilidade média entre 12% e 11% dos fundos que concentraram os recursos da carteira em títulos públicos.
Mais informações sobre os fundos campeões
Infinity Tiger Alocação Dinâmica FI RF
Com patrimônio de R$ 117,220 milhões e 1.160 cotistas, o fundo oferece baixo risco, com volatilidade de 0,96% em 12 meses e índice de Sharpe de 10,71%. Taxa de administração de 0,50% ao ano, sem performance. Aplicação inicial: R$ 500.
O fundo investe os recursos basicamente em ativos de renda fixa, distribuídos entre Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) e Notas do Tesouro Nacional da série B (NTNs-B), além de operações futuras com juros.
NC Renda Fixa Exclusive FI LP
Com patrimônio de R$ 664,48 mil e 8.950 cotistas, o fundo tem volatilidade de 3,02% e índice de Sharpe de 3,08%. Taxa de administração: 0,90% ao ano; taxa de performance, 20% sobre o que exceder 100% do CDI. Aplicação inicial: R$ 1 mil
O fundo investe próximo de 90% dos recursos em títulos públicos, divididos entre LFTs e LTNs. E uma parcela também em Notas do Tesouro Nacional da série F (NTNs-F), título público com juros prefixados.
Infinity Select FI RF LP
Com patrimônio de R$ 632,17 milhões e 9.810 cotistas, é um fundo que oferece baixa volatilidade, de 0,63%, e índice de Sharpe de 9,55%. Taxa de administração de 0,70% ao ano, sem performance. Aplicação inicial: R$ 100.
O Infinity Select aloca a maior parte dos recursos em carteira em ativos de renda fixa, distribuídos entre LFTs e NTNs-B. Cerca de 12% do portfólio está alocado em cotas de fundos.
Itaú Optimus RF LP FIC FI
O Itaú Optimus é detentor do maior patrimônio entre os fundos que compõem a lista, com R$ 8,280 bilhões, e também de cotistas, 62.700, é um fundo com baixa volatilidade, de 1,18%, e índice de Sharpe de 3,98%. Taxa de administração de 0,90% ao ano, sem performance.
O fundo aloca a maior parcela de recursos, na posição da carteira em junho, em títulos públicos, distribuídos entre NTN-Bs, LFT e LTN, de vários vencimentos, dos mais curtos aos intermediários, além de fundos off-shore.
Kinea IPCA Dinâmico II FIC FI RF
O fundo é detentor do maior patrimônio dentre os que compõem o ranking: R$ 1,80 bilhão, pertencente a 28.680 cotistas. Sua volatilidade é de 3,75% em 12 meses e o índice de Sharpe, 0,02%. Taxa de administração: não cobra; taxa de performance, não tem. Valor da aplicação inicial: R$ 1.
O fundo investe quase 90% dos recursos do portfólio em cotas de outros fundos, com os recursos da carteira (90%) distribuídos em ativos de renda fixa (LFTs, NTN-Bs e LTNs) e uma parcela em debêntures.
