Finanças Pessoais

Ranking de janeiro: Bolsa lidera com alta de 6,98%, dólar cai 4,83% e bitcoin é lanterna com queda de 20,61%

Entrada de capital estrangeiro deu tração e permitiu a liderança à Bolsa de Valores

Data de publicação:31/01/2022 às 08:45 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, foi a melhor aplicação do primeiro mês do ano, ao encerrar janeiro com uma valorização acumulada de 6,98%. O desempenho fez a B3 emendar a segunda alta seguida, depois de colecionar seis quedas consecutivas, entre junho e novembro. Confira o ranking de janeiro.

A B3 ganhou tração com as compras crescentes de investidores estrangeiros, a ponto de o mercado doméstico de ações andar descolado da trajetória das bolsas internacionais.

O retorno de cada investimento

AplicaçõesRetorno
1) Bolsa de Valores (Ibovespa)6,98%
2) IGP-M1,82%
3) Títulos indexados ao IPCA0,98% a 1,08%*
4) Fundos DI0,73% a 0,83%**
5) Fundos de Renda Fixa0,69% a 0,79%**
6) CDB0,67% a 0,77%**
7) Caderneta0,56%
8) IPCA0,55%***
9) Fundos Imobiliários (Ifix)-0,99%
10) Dólar-4,83%
11) Euro-5,54%
12) Ouro-8,33%
13) Bitcoin-20,61%****
Fonte: Fábio Colombo

(*) Indicativo

(**) Média

(***) Estimativa

(****) Infomoney

Em um cenário de incertezas internacionais, associadas a mudanças na política monetária americana, avanço da pandemia causada pela variante ômicron, alta global da inflação pressionada pelo petróleo e tensão geopolítica pela crise na Ucrânia, o capital estrangeiro redobrou o interesse pelas ações brasileiras.

A força compradora dos estrangeiros, atraídos pelos preços descontados das ações, na avaliação de especialistas, está cristalizado nos números da atuação dos três principais atores da bolsa de valores: investidor estrangeiro, investidor pessoa física e investidores institucionais.

Bolsa liderou o balanço do mês e bitcoin ficou em último lugar - Foto: Envato

De acordo com os dados divulgados pela B3, desde o início de janeiro até o dia 27, o fluxo de capital estrangeiro na bolsa de valores acumula saldo positivo (compras menos resgates) de R$ 28,1 bilhões. Já os investidores pessoas físicas mais venderam do que compraram, o saldo negativo é de R$ 6,34 bilhões, o mesmo ocorrendo com os investidores institucionais, com saldo negativo acumulado de R$ 24,56 bilhões.

Com as ações baratas de forma geral, quais o investidor estrangeiro está comprando? Gustavo Bertotti, head de Renda Variável da Messem Investimentos, diz que as ações mais demandas pelos estrangeiros são as bluechips, como Petrobras e Vale, e papeis de bancos.

“Há um fluxo muito voltado para commodities”, observa Bertotti, “por causa da valorização do petróleo e do minério de ferro”.  O petróleo do tipo Brent sobe perto de 15% em janeiro e a ação de Petrobras (PETR4), quase 14%, “mostrando a correlação que existe a commodity e o papel”.

A Vale tem valorização menor em janeiro, ao redor de 4%, porque vem acumulando uma alta média em torno de 8% nos últimos 12 meses. Embora com menor ritmo de valorização, a mineradora mantém atratividade por causa da demanda chinesa, analisa Bertotti, que vê o fluxo de recursos se deslocando também para o varejo. “As ações de empresas como Via Varejo e Magalu estão extremamente baratas.”

Dólar fica nas piores posições no ranking de janeiro

A chegada mais forte de capital estrangeiro para a compra de ações contribuiu para tirar a sustentação do dólar, que fechou janeiro com desvalorização de 4,83%, nas últimas posições do ranking.

Um dos segmentos de mercado que reage aos poucos em termos nominais, como efeito da contínua elevação da Selic, é o de renda fixa. O rendimento nominal tem subido, mas o líquido, descontado o imposto de renda, ainda não se emparelha, em muitos casos, com a inflação mensal.

E o bitcoin?

A mais popular e importante moeda digital, o bitcoin, também vem sofrendo com o enxugamento da liquidez promovido pelo banco central americano, o Fed, ao reduzir a recompra dos títulos da dívida americana que estão no mercado, e também com a perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos, o que torna os investimentos mais conservadores e seguros da renda fixa ainda mais atraentes.

Há especulação também com a possibilidade das autoridades monetárias virem a adotar restrições ao segmento como a tributação sobre esses ativos.

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.