Economia

Projeção para IPCA 2022 cai de 7,96% para 7,67%, aponta Focus

No entanto, para o ano seguinte a estimativa para a inflação subiu de 5,01% para 5,09%

Data de publicação:11/07/2022 às 10:41 - Atualizado 2 anos atrás
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A projeção de alta do IPCA, o índice de inflação oficial do País, de 2022 seguiu perdendo fôlego na última semana, enquanto as estimativas para 2023, foco atual da política monetária, continuam se distanciando do teto da meta para o próximo ano.

Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 11, a projeção para o IPCA de 2022 passou de 7,96% para 7,67%, enquanto a estimativa de 2023 subiu de 5,01% para 5,09%. Há um mês, as estimativas eram de 8,50% e 4,70%, respectivamente.

Projeção para a inflação em 2022 perde a força - de 7,96% para 7,67% - segundo Focus - Foto: Envato

Mesmo com a redução nas projeções para este ano, a expectativa continua muito acima do teto da meta (5,0%), configurando o segundo ano consecutivo de rompimento do mandato principal do Banco Central. Para o IPCA de 2023, que está subindo por 14 semanas seguidas, a expectativa atual da Focus também está acima do teto de 4,75%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira em algo mais próximo do centro da meta do que sua projeção atual para 2023 (4,0%).

Maior desancoragem em 2024

O documento do BC também mostra uma desancoragem maior na mediana do IPCA de 2024, que passou de 3,25% para 3,30%, ante 3,25% de um mês antes. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, a meta também é de 3,00%, conforme definição do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho.

No Copom do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.

Outros meses

Os economistas do mercado financeiro já esperam uma deflação no IPCA de julho, com a estimativa passando de alta 0,06% para queda de 0,28%, conforme o Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de alta de 0,50%.

Para agosto, a projeção também desacelerou de alta de 0,18% para 0,16%, ante 0,36% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa variou de 0,47% para 0,48%, ante 0,46% de um mês atrás.

A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de avanço de 5,45% para 5,16% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,91%.

Selic: mantida em 13,75% para 2022

A projeção para a Selic, taxa básica de juros do País, para o fim deste ano ficou estável em 13,75% ao ano, segundo o documento do BC, ante 13,25% há um mês.

Na reunião do Copom de junho, a Selic subiu de 12,75% para 13,25% e o colegiado indicou novo aumento de igual ou menor magnitude que em junho (0,5pp) para a reunião de agosto.

Além disso, na ata, o Copom sinalizou que a Selic deve ficar em patamar "significativamente" contracionista por mais tempo, com o objetivo de que a inflação de 2023 convirja para o "redor da meta".

No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, os economistas do mercado financeiro também mantiveram a projeção para a Selic no fim de 2023 em 10,50%, de 10,00% há quatro semanas.

A previsão para o fim de 2024, no entanto, passou de 7,75% para 8,00%, ante 7,50% de um mês atrás. Já a previsão para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.

PIB para 2022 sobe de 1,51% para 1,59%

Os economistas do mercado elevaram a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 na última semana, que passou de 1,51% para 1,59%. Há um mês, a estimativa era de 1,42%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 permaneceu em 0,50%, ante 0,55% de quatro semanas atrás.

O Boletim Focus ainda trouxe as medianas para a alta do PIB de 2024, que oscilou de 1,81% para 1,80%, ante 2,00% de um mês antes. No caso de 2025, continuou em 2,00%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

Dívida líquida do setor público x PIB

O documento do BC também mostrou que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022 permaneceu em 59,00%, ante 59,80% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda manutenção na relação entre o superávit primário e o PIB deste ano, em 0,10%. Há um mês, o porcentual estava positivo em 0,15%. A relação entre déficit nominal e PIB em 2022 também seguiu em 6,70%, ante 6,77% de quatro semanas antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB permaneceu em 62,00%, de 63,13% há um mês.

A mediana para o déficit primário passou de 0,10% para 0,20% do PIB e para o rombo nominal continuou em 7,60%. Os porcentuais eram de 0,30% e 7,45%, respectivamente, há quatro semanas.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 68,36 bilhões para US$ 70,00 bilhões na última semana, de US$ 70,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus.

Para 2023, a projeção passou de US$ 60,00 bilhões para US$ 60,71 bilhões, ante US$ 62,40 bilhões de quatro semanas antes.

Já a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022 se manteve em US$ 18,00 bilhões na última semana. Estava em US$ 16,50 bilhões um mês atrás. Em 2023, a expectativa para o rombo em transações correntes também seguiu em US$ 32,30 bilhões. Há um mês, era de US$ 31,95 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nesses anos.

A mediana das previsões para o IDP em 2022 passou de US$ 60,00 bilhões para US$ 58,40 bilhões, ante US$ 58,45 bilhões de um mês atrás. Para 2023, passou de US$ 65,00 bilhões para US$ 66,15 bilhões, frente a US$ 62,75 bilhões de quatro semanas antes. / com Agência Estado

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