Mercado Financeiro

Preocupação com cenário macro doméstico e algum otimismo com exterior estão no radar da equipe da Ace Capital

Abandono da âncora fiscal no País é o que causa maior apreensão

Data de publicação:08/11/2021 às 02:44 - Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

Preocupação com o ambiente macroeconômico doméstico e otimismo moderado com o cenário internacional. É o sentimento da equipe que elaborou a Carta do Gestor da Ace Capital, em uma análise conjuntural, local e externa, distribuída aos clientes em outubro.

No Exterior, segunda a Carta, os gargalos na oferta global e a percepção de que demandarão tempo para ser resolvidos têm levado o mercado a revisar para cima as projeções de inflação para este e o próximo ano, com impactos nas taxas de juro mais curtas dos países desenvolvidos.

A perspectiva não desautorizaria o otimismo. A relativa estabilidade dos juros mais longos mantém as condições financeiras globais acomodatícias e os mercados de ações em valorização, observam os analistas da Ace Capital. A perspectiva é que a pressão sobre a inflação se arrefeça em 2022 e a reprecificação dos juros globais, vista até como precipitada e pouco exagerada, venha a ser revertida.

Tensão no campo fiscal e monetário preocupa Ace

O otimismo comedido com o cenário externo contrasta com as preocupações domésticas, tanto no campo fiscal como monetário do time da Ace.  A percepção de mudança de regime fiscal, com a PEC dos Precatórios abrindo caminho para mais gastos públicos, e a inflação em persistente alta, impulsionando a Selic, pressionaram com força os juros futuros.

A incerteza fiscal bateu forte no mercado de ações. A bolsa de valores sucumbiu às incertezas políticas e econômicas, sobretudo pelas seguidas revisões para baixo nas estimativas de crescimento para 2022.

A mudança nas regras do teto de gastos por meio da PEC, para acomodar as despesas com o Auxílio Brasil, de acordo com a equipe de análise da Ace Capital, “abre um precedente perigoso que muito provavelmente decretou o fim do teto de gastos”.

A quebra de confiança no regime fiscal pode ter como consequência a deterioração das expectativas de inflação, que já começam a subir, assinala a carta, sem economizar na tinta. “O saldo final dessa história será mais inflação, mais juros e menos PIB.”

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.
Mais sobre