Preço do petróleo dispara mais de 7% com ataque da Rússia à Ucrânia
Valor da commodity ultrapassou o patamar de US$ 100/barril
Após a notícia de que a força militar russa realizou vários bombardeios em cidades da Ucrânia nesta quinta-feira, 24, o preço do petróleo disparou no mercado internacional. Às 9h05, o preço do barril do petróleo tipo Brent – que impacta diretamente nas ações da Petrobras – acelerava 7,79%, cotado a US$ 101,35, e o tipo WTI avançava 7,90%, cotado a US$ 99,38.
O valor da commodity já vinha em alta, atingindo o maior patamar dos últimos sete anos, acima de US$ 90/barril por conta de um desajuste entre oferta e demanda, ocasionada pela retomada econômica global pós-pandemia.
A grande preocupação do mercado agora é o agravamento desse desequilíbrio, já que a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo e gás natural do mundo. E a Europa tem o gás natural como sua principal fonte de energia.
Esse movimento deve impactar globalmente no avanço da inflação, que já segue elevada, pelo fato de que esse forte aumento deve ser repassado aos combustíveis, pressionando os preços da gasolina e do diesel.
Impacto no Brasil
O avanço acentuado do preço do petróleo impacta diretamente na inflação brasileira, pois tem um forte peso na cesta do IPCA, e consequentemente sobre os combustíveis.
Segundo especialistas, o impacto pode ser significativo pois a Petrobras deve repassar o custo do aumento do petróleo nos combustíveis para o consumidor final. Segundo Leonardo Aparecido, especialista da Valor Investimentos, o impacto só não dever mais acentuado por conta da queda do dólar atualmente.
Sanções dos Estados Unidos e EU
No pacote de sanções estipuladas pelos Estados Unidos e a União Europeia – que inclui a proibição de transações financeiras com entidades e bancos russos – não incluía restrições sobre o comércio de energia.
No entanto, por conta da invasão, de acordo com analistas, é possível que tanto os Estados Unidos quanto a Europa endureçam ainda mais as sanções.
Para onde vai a taxa de juros?
Os principais BCs de vários locais do mundo – incluindo os Estados Unidos e da Europa – já vem lidando com uma inflação acima de patamares históricos, adotando como estratégia a elevação da taxa de juros para conter a força desse avanço.
Com a pressão maior em cima dos combustíveis, na visão de Aparecido, a inflação deve ganhar ainda mais musculatura, e o questionamento que o mercado deve fazer a partir de agora é para onde vai caminhar a taxa de juros.
“Essa vai ser a pergunta de ouro a partir de agora, pois provavelmente esses ciclos de alta deverão ser ainda mais contracionistas”.