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Fundos de Investimentos

Pesquisa revela as estratégias dos principais gestores de fundos de investimento, de Kinea a Kapitalo; confira

Levantamento realizado pela XP mostra que gestores estão mais animados com o Brasil do que com os Estados Unidos

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Data de publicação:26/01/2023 às 23:51 -
Atualizado 2 anos atrás
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Um levantamento realizado pela XP com os gestores dos principais fundos de investimentos distribuídos por sua plataforma identificou que o mercado financeiro terminou o ano de 2022 mais incomodado com os rumos da economia nos Estados Unidos do que propriamente aqui no Brasil, onde apesar das preocupações fiscais com o novo governo, é esperado um 2023 mais atraente para as empresas, tanto no mercado de dívidas quanto no de ações.

O estudo, conduzido no final do ano passado, entrevistou os responsáveis pela alocação de grandes casas de investimento da Faria Lima e do Leblon, endereços que reúnem os principais fundos brasileiros. 

Foram colhidas impressões desde gestores tradicionais, como do Kinea, braço do Itaú com uma carteira de R$ 68 bilhões, e Kapitalo, com R$ 43 bilhões no portfólio, até empresas novas, como a Giant Steps, que recentemente encerrou seus fundos de criptomoeda por não confiarem nas corretoras internacionais de bitcoin.

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No mercado de juros, 67% dos gestores brasileiros acreditam na manutenção ou leve queda da Taxa Selic. Apenas uma minoria aposta em problemas fiscais causados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, posicionados em uma alta da Selic, a 14%.

Inflação e recessão globais

A inflação americana, assim como o risco de uma recessão global, continua o foco de preocupação dos profissionais. A visão geral é que o Comitê de Mercado Aberto (FOMC) continue elevando os juros, já que a inflação é vista pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) como a maior ameaça à economia americana.

A recessão global é apontada também como um risco real e parte dos gestores associa essa perspectiva às condições da economia chinesa. Muitos dos profissionais contam que já estão posicionados para um cenário recessivo.

Enquanto o aperto monetário e a inflação persistentemente alta são vistos como os principais riscos globais, os gestores dizem que a velocidade com que o Banco Central (BC), aqui no Brasil, aumentou a Selic trouxe alívio à inflação doméstica.

Para gestores, esse cenário tem encorajado uma posição mais cautelosa,  em que a estratégia se mostra mais inclinada à diversificação, com preferência pelos ativos domésticos, em detrimento do global.

Nos fundos de renda fixa, destaque para os títulos privados

Os ativos de crédito privado, papeis de dívida emitidos por empresas privadas, predominam na recomendação de carteira dos fundos de renda fixa. O risco é um dos principais itens na seleção do portfólio, a maioria dos títulos é do tipo high grade, de baixo risco.

Para os gestores, o patamar já alto da taxa Selic, a 13,75% ao ano, torna os títulos de crédito privado ainda mais atrativos, já que precisam pagar um prêmio que o CDI para atrair os investidores.

Diversidade de estratégias nos fundos multimercados

Os fundos com as carteiras recomendadas, na classe de multimercado, trabalham com diferentes estratégias, que vão desde fundos macro com alta, média ou baixa volatilidade, passando pelos quantitativos até os fundos long short.

Os multimercado, especialmente do tipo macro, foram beneficiados ao longo de 2022 por dois fatores, de acordo com os gestores: inicialmente por uma alocação mais positiva para o mercado local, estimulada pela valorização do Ibovespa e alta do real perante o dólar, e pela aposta de aperto monetário em países desenvolvidos, sobretudo nos EUA.

A equipe de análise da XP destaca que, como em 2022, a estratégia seguirá seletiva na composição dos fundos e acredita na gestão ativa para a formação de uma carteira eficiente.

“Para o ano de 2023, acreditamos que, para navegar no ambiente de alta volatilidade, a flexibilidade de atuação e descorrelação dos fundos multimercados pode seguir agregando de forma positiva no portfólio”, diz o relatório.

Ações no Brasil

Em relação a ações brasileiras, predomina o ambiente de cautela entre os gestores de multimercados. Parte adota posição neutra, parcela tem preferência por setores com baixa sensibilidade ao consumidor e ao PIB brasileiro e outra ainda está ancorada em posições vendidas via índice. Outras estratégias estão divididas entre gestores comprados em bancos e vendidos em commodities e consumo doméstico.

No âmbito das commodities, a pesquisa identificou um consenso entre os profissionais na exposição direta a elas, mas com posições divididas entre compradas e vendidas. Na parte comprada, as commodities citadas pelos gestores são petróleo, cobre e alumínio e, na posição vendida, minério de ferro, paládio, açúcar e soja.

Selic e câmbio, prognósticos com ampla variação

Os palpites dos gestores guardam ampla variação em relação à Selic e ao dólar neste último levantamento entre os gestores de fundos de investimento de carteiras recomendadas da XP.

Embora grande parte dos profissionais estime um juro básico entre 7% e 8%, outros acreditam que a Selic poderá chegar a 14%, dado o cenário de incerteza com a política fiscal e ao risco de ampliação das metas de inflação.

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As projeções para o dólar também estão bastante divididas, entre gestores que acreditam em uma valorização do real diante do dólar e os que não descartam uma cotação de R$ 6,00 no fim de 2023.  Uma aposta que leva em conta, tanto quanto na Selic, o risco fiscal do País.

Fundos de ações sob o comando de duas estratégias

Os fundos de ações mais comuns no mercado, de acordo com as estratégias adotadas pelos gestores nas carteiras recomendadas, são o long only e o long biased. O long biased opera com posições compradas e vendidas e o long only apenas com posições compradas.

Na disputa entre as duas estratégias, saiu-se bem os fundos de ações long biased, com valorização de 6,20%, mais que a alta de 4,69% do Ibovespa. O long only teve desempenho negativo de 1,64%.

Após um ano extremamente desafiador em 2022, gestores seguem cautelosos para 2023, tanto com o cenário local como global. As incertezas em relação à política econômica do novo governo causam preocupação e, no exterior, a dinâmica potencialmente recessiva ainda não é vista como precificada nos preços da bolsa americana.

Posições em ações no Brasil

Os setores mais resilientes da economia, como financeiro, infraestrutura e saúde, aparecem com maior frequência nas carteiras dos fundos de ações. Por setores, têm destaque também o de utilities, como o de gás, energia elétrica e água. Em commodities, a preferência é pelo setor de petróleo.

Expectativas para 2023

A pesquisa apontou que no Brasil os gestores estão com uma visão mais construtiva. Consideram os preços das ações atraentes e avaliam que o desempenho da Bolsa tende a ser positivo neste ano.

Os profissionais estão atentos ao avanço das discussões fiscais pelo novo governo, com potencial para a queda da curva de juros, portanto, para a valorização dos ativos. E também à atividade doméstica e seus impactos nos resultados das empresas.

No cenário internacional, os gestores estarão com a atenção voltada à economia global, especialmente à chinesa, e à demanda por commodities.

Setores que geram maior otimismo na Bolsa

De acordo com os gestores de fundos de carteiras recomendadas, as expectativas positivas recaem sobre os setores de petróleo, varejo, elétricas, serviços, financeiros, utilidades públicas, consumo e varejo não-discricionário.

Setores vistos como de maior risco

É praticamente consensual entre os profissionais que os maiores riscos se concentram nos setores de consumo e varejo discricionário e real estate (imobiliário). O segmento de mineração também é visto com cautela, com os gestores avaliando que os valuatios (relação entre valor patrimonial e o de mercado) atuais estão sustentados em vetores de curto prazo.

Pesquisa teve a participação de 15 gestoras

O levantamento contou com a participação de 15 gestoras: AZ Quest, Augme Capital, Brasil Capital, Capitânia Investimentos, Dahlia Capital, Giant Steps Capital, Guepardo Investimentos, Kadima Asset Management, Kapitalo Investimentos, Kinea Investimentos, JGP Gestão de Recursos, Legacy Capital, Távola Capital, Tork Capital e Truxt Investimentos. 

Sobre o autor
Tom
Repórter da Mais Retorno