Oferta de petróleo no Brasil em 2021 deve ser menor do que o previsto anteriormente, diz Opep
A organização manteve a previsão para o crescimento da demanda global por petróleo inalterdada
Em relatório mensal divulgado nesta segunda-feira, 13, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuiu a sua previsão para a oferta brasileira da commodity este ano de 3,72 milhões de barris por dia (bpd) a 3,64 milhões de bpd.
O cartel destaca que a produção de outubro no Brasil caiu 220 mil de barris por dia em outubro ante setembro, a 2,78 milhões de barris por dia, principalmente devido à manutenção do campo em Búzios.
De acordo com o relatório, a manutenção impactou a produção de petróleo bruto em 2021 e espera-se que continue até o final do ano.
"Além disso, medidas de saúde e segurança relacionadas à covid-19 nas plataformas de produção, atrasos no início do projeto e fortes declínios naturais em campos maduros offshore, principalmente na Bacia de Campos, também contribuíram ao desempenho insuficiente na produção."
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep10
Para 2022, apesar de ainda haver previsão de alta, o grupo revisou para baixo a produção brasileira a 3,84 milhões de bpd. A expectativa é de que a oferta se eleve devido dois novos projetos:
- Mero-1 (Guanabara), com início previsto para 2021;
- Peregrino-Fase 2.
Além disso, em Búzios, uma quinta unidade, o FPSO Almirante Barroso - a ser fornecido pela japonesa Modec - iniciará a operação em 2022.
Projeções da Opep sobre a demanda global por petróleo
Também em relatório, a Opep manteve a previsão para crescimento da demanda global pela commodity este ano em 5,65 milhões de barris por dia (bpd), a 96,63 milhões de bpd. A estimativa para expansão do consumo em 2022 também não foi alvo de revisão e ficou inalterada em 4,15 milhões de bpd, a 100,79 milhões de bpd.
O cartel prevê que o impacto da variante Ômicron do coronavírus no mercado petroleiro será "brando e de curta duração", uma vez que o mundo está melhor equipado para lidar com a covid-19.
A organização caracteriza o cenário econômico como "firme", apesar das incertezas referentes à inflação e aos gargalos nas cadeias produtivas.
Perspectivas macroeconômicas
A Opep cortou ligeiramente a projeção para avanço do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2021, de 5,6% a 5,5%, e preservou a de 2022 em 4,2%.
Pelos cálculos do grupo, a economia dos Estados Unidos crescerá 5,5% este ano e 4,1% no próximo, enquanto a da zona do euro subirá 5,1% em 2021 e 3,9% em 2022 - previsões inalteradas em relação ao relatório do mês passado.
Já a estimativa para crescimento do PIB da China caiu 0,3 ponto porcentual em 2021, a 8%, e 0,2 ponto porcentual em 2022, a 5,6%.
A entidade explica que, apesar da recuperação ainda sólida, a economia do planeta enfrenta renovados desafios, entre eles a Ômicron e a desaceleração da atividade na Ásia.
"A forte reação dos mercados ao surgimento da variante Ômicron mostrou a fragilidade do ímpeto de crescimento global, que ainda pode ser muito impactado por desdobramentos imprevistos relacionados à covid-19".
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
Para a Opep, a retomada voltará a ter taxas mais normais de crescimento no próximo ano, depois de distorções causadas pela pandemia. / com Agência Estado