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mercados
Mercado Financeiro

Mercado deve seguir monitorando andamento da PEC dos Precatórios e atento a dados do emprego nos EUA

Hoje será divulgado o nível de emprego nos EUA de outubro, o payroll

Data de publicação:05/11/2021 às 07:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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A votação da PEC dos Precatórios permanece com destaque no radar do mercado financeiro, que até ensaiou uma recuperação após a aprovação da proposta em votação de primeiro turno pela Câmara. Afinal, o mercado precisava de um fato novo, embora não totalmente de agrado dos investidores, para uma correção, após seguidos tropeços.

A aprovação da PEC em primeira rodada na Câmara, na madrugada de quarta-feira,3, para quinta-feira, 4, passou a impressão aos investidores e gestores de mercado de que a novela de votação da proposta que abre espaço para gastos com o Auxílio Brasil estaria caminhando para capítulos finais.

Bolsa em queda
Mercado tem reações mistas sobre a PEC dos Precatórios e tem atenções ao seu desfecho - Foto: Reprodução

A reação positiva dos investidores não durou muito e o estresse voltou ao mercado financeiro. O humor virou, e com ela a trajetória dos mercados, com a notícia de que o PDT questionou o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a constitucionalidade da decisão da Câmara. O argumento foi a mudança no regimento da Casa que possibilitou que parlamentares que estavam fora do País votassem de forma remota.

A iniciativa do PDT de contestar a votação lançou dúvidas sobre o avanço da PEC no Congresso nas votações seguintes. Uma, em segundo turno, na Câmara e outras duas no Senado, para sua aprovação definitiva.

Em meio à volta de incertezas com o andamento da PEC, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, inverteu rapidamente o sinal e fechou o pregão com forte desvalorização de 2,09%, em 103.412,09 pontos. É o menor nível de fechamento do Índice Bovespa (Ibovespa) no ano. O dólar comercial avançou 0,29%, cotado por R$ 5,606 na venda.

Investidores e gestores não se sentem confortáveis com o uso da PEC dos Precatórios como fonte de recursos para financiar o programa social do governo – visto como uma manobra fiscal para furar o teto de gastos -, mas interpretava como solução de curto prazo para redução de preocupações com a questão fiscal e abrir caminho para a recuperação dos mercados. 

Payroll nos EUA

Em Nova York, no fechamento da véspera, o índice S&P 500 subiu 0,42%, para o nível recorde de 4.680,06 pontos, e o Nasdaq seguiu pelo mesmo caminho, ao avançar 0,81%, também para a máxima histórica de 15.940,31 pontos. O Dow Jones destoou e teve ligeira queda, de 0,09%, para 36.124,23 pontos.

As bolsas americanas reagiram positivamente à redução dos pedidos semanais de seguro-desemprego, vista como sinal de recuperação da economia americana.

Em comunicado, o presidente americano, Joe Biden, disse que ainda há "muito o que fazer" para completar a recuperação econômica, mas que houve progresso "forte". Em meio a dificuldades para aprovar sua agenda econômica no Congresso, ele comemorou a queda nos pedidos de benefícios a desempregados.

Os dados da véspera reforçam as expectativas com os números do mercado de trabalho, estampados no relatório de emprego (payroll) de outubro - que inclui ainda a criação de novas vagas no setor público - que será divulgado nesta sexta-feira, 5, nos EUA. Por lá, os futuros nas bolsas de Nova York operam estáveis.

Segundo analistas, o nível de progresso no emprego pode mudar a visão sobre a política monetária novamente, anunciando uma maior volatilidade no mercado de títulos.

Por outro lado, até o momento as ações estão superando essas oscilações. Os sólidos ganhos dos Estados Unidos, segundo Filipe Teixeira, sócio da Wisir Research, parecem ter tranquilizado os investidores de que a recuperação econômica pode superar as faltas de insumos nas cadeias de suprimentos e suas respectivas paralisações ou diminuições no setor produtivo.

Mais sobre a PEC dos Precatórios

Após o governo aprovar em primeiro turno a PEC dos precatórios por uma margem estreita de votos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que o quórum de votação na próxima terça-feira (9) será maior, o que dará uma folga mais ampla de apoio à proposta.

A PEC dos precatórios libera R$ 91,6 bilhões de espaço no Orçamento de 2022 e é essencial para tirar do papel o Auxílio Brasil de R$ 400, como quer o presidente Jair Bolsonaro. Parlamentares contrários reclamam, porém, que a folga fiscal pode acabar sendo usada para turbinar emendas de relator, usadas para distribuir recursos a aliados do governo.

Na madrugada desta quinta-feira (4), o texto-base da PEC foi aprovado em primeiro turno com 312 votos - apenas quatro a mais do que os 308 necessários a uma mudança constitucional. Os contrários somaram 144.

"Tínhamos quase 60 deputados ausentes. Isso não acontecerá na terça, o quórum será maior", disse Lira. "Vamos para a votação na terça-feira com mais votos a favor da PEC."

O presidente da Câmara ainda rebateu as críticas a manobras adotadas para assegurar maior número de votos. No dia anterior, em edição extra do Diário do Congresso, Lira publicou um ato autorizando deputados em viagem de missão oficial a votarem de forma remota - isso depois de a Casa retomar o sistema 100% presencial.

Além disso, Lira disse que não haverá uma “fila de precatórios” a pagar depois das mudanças promovidas pela PEC. Declarou também que ninguém foi mais beneficiado nesse texto do que os governadores dos Estados.

"Não sobrará precatório, não faremos fila", afirmou. "Vamos para a votação na terça-feira com mais votos a favor da PEC."

Bolsas asiáticas

Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira, em meio a preocupações renovadas com a frágil situação financeira do setor imobiliário chinês.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve queda de 1,41%, aos 24.870,51 pontos, pressionado por ações de incorporadoras chinesas como a Evergrande (-2,54%), que vem enfrentando graves problemas de liquidez nos últimos meses, gerando temores sobre a solidez da indústria imobiliária da China.

O mau humor foi deflagrado pela suspensão de negócios com ações da incorporadora chinesa Kaisa em Hong Kong, após a unidade financeira da empresa falhar no pagamento de uma dívida de um produto de gestão de riquezas. Assim como a Evergrande, a Kaisa é um grande emissor de bônus no mercado internacional.

Na China continental, o Xangai Composto caiu 1%, aos 3.491,57 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,77%, a 2.406,42 pontos.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei teve baixa de 0,61% em Tóquio, aos 29.611,57 pontos, e o sul-coreano Kospi cedeu 0,47% em Seul, aos 2.969,27 pontos. Exceção na Ásia, o Taiex subiu 1,28% em Taiwan, aos 17.296,90 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o tom predominantemente negativo da Ásia, e o S&P/ASX 200 avançou 0,39% em Sydney, aos 7.456,90 pontos, na esteira de novos recordes do S&P 500 e do Nasdaq em Wall Street. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.