Mercado ao vivo: acompanhe as movimentações da Bolsa e do dólar nesta terça-feira, 28 de junho
Commodities avançam com notícias vindas da China, mas não sustentam o desempenho positivo do mercado brasileiro
Apesar do bom desempenho das commodities no exterior, que impulsionou os negócios nas primeiras horas do pregão, a Bolsa de Valores brasileira, a B3, inverteu o sinal e, às 14h54 desta terça-feira, 28, o Ibovespa, principal índice acionário do País, recuava 0,39%, aos 100.370 pontos. Já o dólar avançava 0,72% e era negociado a R$ 5,27, com o mau humor dos investidores.
As ações da Vale e da Petrobras - que, juntas, tem um peso de cerca de 27% na composição do Ibovespa - subiam 1,63% e 1,07%, respectivamente, acompanhando a valorização expressiva do minério de ferro e do petróleo e segurando uma queda mais acentuada do índice. No entanto, os temores com o risco fiscal brasileiro tomaram conta do mercado, levando a uma baixa expressiva de outros papéis.
Risco fiscal permanece no radar
Embora as primeiras horas do pregão desta terça-feira tenham sido marcadas pelo viés positivo, o risco fiscal brasileiro permanece no radar e pesou sobre as negociações na Bolsa. O BTG Pactual destaca que "a apresentação do parecer da PEC dos Combustíveis foi adiada das 11h para 18h de hoje, ou seja, após o fechamento do mercado, o que eleva o temor de mais gastos".
O relator do projeto, o senador Fernando Bezerra, já havia antecipado, na última semana, que a proposta contaria com alguns itens como a redução do ICMS, o "auxílio-caminhoneiro" de mil reais, o vale-gás e o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600. Não há especificações, ainda, de onde viria o dinheiro para a implementação de todas essas propostas, o que eleva a cautela dos investidores com o risco fiscal.
Na agenda interna, mais cedo o Caged, do Ministério do Trabalho e Previdência, informou que foram criadas mais de 277 mil vagas de emprego com carteira assinada em maio, número acima do esperado pelo mercado, de 266,4 mil vagas. Os dados revelam uma forte criação de postos formais, segundo especialistas, e podem amenizar as preocupações com os gastos do governo neste pregão.
Alta das commodities
Analistas do BTG Pactual destacam que a China anunciou que nenhum caso de covid-19 foi registrado em Xangai ou Pequim nas últimas 24 horas e, por isso, o tempo de quarentena para viajantes foi reduzido de 14 para sete dias. Especialistas explicam que a flexibilização traz perspectivas de uma retomada da atividade econômica chinesa e, consequentemente, um aumento na demanda por diversas commodities.
Além disso, o petróleo também sobe na esteira das preocupações com uma limitação da oferta do produto. O Ministro de Energia do Emirados Árabes Unidos confirmou que o país está próximo de seu limite de produção, enquanto a Líbia tem interrupções em suas exportações em consequência de um agravamento de sua crise política. No Equador, protestantes ameaçam parar a produção de petróleo.
Em um momento em que a oferta de commodities, principalmente o petróleo, está comprometida - vale lembrar, ainda, que a cadeia produtivo ainda não foi completamente normalizada depois da pandemia e a guerra da Rússia na Ucrânia também limita a oferta do produto -, as perspectivas de que um país do porte da China possa elevar sua demanda já é mais do que o suficiente para fazer com que os preços disparem no mercado.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Pão de Açúcar | PCAR3 | +2,92% |
Suzano | SUZB3 | +2,54% |
Multiplan | MULT3 | +2,52% |
BB Seguridade | BBSE3 | +1,73% |
Ultrapar | UGPA3 | +1,52% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Hapvida | HAPV3 | -5,96% |
Ecorodovias | ECOR3 | -5,46% |
Positivo | POSI3 | -5,38% |
Americanas | AMER3 | -4,06% |
Rede D'Or | RDOR3 | -3,88% |
Mercados internacionais
A maioria das bolsas internacionais opera em alta nesta terça-feira, na esteira das notícias de que a China terá um novo relaxamento nas medidas contra a pandemia de covid-19, o que eleva as perspectivas de recuperação econômica da segunda maior economia do mundo. Na Ásia, os principais índices acionários fecharam majoritariamente em alta e na Europa as bolsas se encaminham para fechar no positivo.
Nos Estados Unidos, os mercado amanheceram com altas também, mas a preocupação com a inflação voltou a pesar sobre os negócios.
Bruna Centeno, economista e especialista em renda fixa da Blue3, explica que o país norte-americano "pela primeira vez vê a ancora inflacionária ser colocada em xeque. Isso porque a expectativa de inflação de longo prazo que estava controlada até pouco tempo, em níveis normais, começou a aumentar ao longo dos horizontes mais longos desencorando essa expectativa".
"Quando isso acontece, a inflação que até então poderia ser considerada como transitória passa a ser permanente, estrutural. Isso exige uma postura mais dura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação ao aumento da taxa de juros o que faz com que a economia flerte com uma recessão nos próximos anos, diminuindo o nível de atividade econômica."
Bruna Centeno, economista e especialista em renda fixa da Blue3
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: baixa de 0,95%
- S&P 500: baixa de 1,43%
- Nasdaq 100: baixa de 2,33%
Dados atualizados às 14h54
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): alta de 0,27%
- FTSE 100 (Inglaterra): alta de 0,90%
- DAX (Alemanha): alta de 0,35%
- CAC 40 (França): alta de 0,64%
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): alta de 0,89%
- Shenzhen Composto (China): alta de 1,21%
- Hang Seng (Hong Kong): alta de 0,85%
- Nikkei (Japão): alta de 0,66%
- Kospi (Coréia do Sul): alta de 0,84%
- Taiex (Taiwan): caiu 0,70%