Mercado ao vivo: acompanhe as movimentações da Bolsa e do dólar nesta terça-feira, 13 de setembro
O principal destaque da agenda do mercado hoje é a inflação americana
Em dia de divulgação da inflação de agosto nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores brasileira, a B3, opera em baixa nas primeiras horas do pregão, acompanhando o exterior, após os dados surpreenderem o mercado. O Índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano avançou 0,1% no último mês, enquanto o consenso de mercado projetava uma queda de 0,1%.
Com essa surpresa altista da inflação, investidores apresentam maior aversão aos riscos nos seus negócios, na expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deva promover uma nova alta de 0,75 ponto percentual em suas taxas de juros em reunião na próxima semana. Às 11h, o Ibovespa recuava 0,99%, aos 112.283 pontos, enquanto o dólar subia 1,43%, cotado a R$ 5,17.
Inflação nos Estados Unidos
No acumulado em 12 meses, a inflação americana registra alta e 8,3%, enquanto as expectativas eram de 8,1%. De acordo com analistas do BTG Pactual, a composição da inflação permanece desfavorável, com queda nos preços de itens voláteis, como energia, mas aceleração nos grupos de serviços, aluguel e saúde. O núcleo do CPI, que exclui os itens voláteis, subiu 0,6% em agosto, conta alta de 0,3% do consenso.
"Para setembro, o headline ainda deve sofrer impactos baixistas decorrentes de energia, em menor escala, em meio a desaceleração dos preços no mercado internacional. Por outro lado, a maior renda das famílias com a dissipação dos preços de gasolina pode impor novas pressões altistas sobre Bens e Serviços diante do redirecionamento destes gastos."
Equipe de Research do BTG Pactual
Neste contexto, Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, afirma que, além da alta nos juros já precificada para a reunião de setembro do Fed, o mercado também começa a precificar um novo aumento, também de 0,75 ponto percentual, na reunião de novembro, o que elevaria as taxas a um patamar entre 4,25% e 4,5% no final de 2022.
"Essa inflação está se mostrando muito mais persistente do que o Fed imaginava. E Powell (presidente do Fed) já havia afirmado que seguem firmes com o objetivo de controlar a inflação", destaca Fares. Com juros mais altos nos Estados Unidos, os rendimentos das Treasuries - os títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo - também sobem, atraindo os investidores, que podem tirar capital da renda variável, explicando a maior aversão ao risco neste pregão.
Cenário doméstico
Embora os dados da inflação americana estejam impactando os negócios da Bolsa, a queda observada no Ibovespa não é tão acentuada quanto no exterior por conta das ações de empresas exportadoras de commodities. Acompanhando a valorização do minério de ferro no exterior, a Vale, empresa com maior peso na composição do índice, avançava 0,46% às 11h.
Os analistas do BTG Pactual explicam que o minério de ferro sobe após a Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que passou por uma forte crise financeira no ano passado, retomar a construção de projetos no país asiático. "Apesar da forte discussão sobre o enfraquecimento da demanda com a redução das projeções de crescimento ao redor do mundo, a percepção dos investidores sobre a restrição da oferta segue dando suporte para os preços no mercado", afirmam.
Mais cedo, também, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o volume de serviços prestados em julho, que avançou 1,1% em relação ao mês imediatamente anterior, acima das expectativas de analistas, que previam alta mais modesta, de 0,6%.
Na comparação com julho de 2021, houve alta de 6,3% no volume de serviços prestados, já descontado o efeito da inflação. O dado ficou mais positivo do que o avanço de 5,8% da mediana das expectativas, que iam de uma elevação de 3,6% a um salto de 9,9%. A taxa acumulada no ano foi de alta de 8,5%. Em 12 meses, os serviços acumulam avanço de 9,6%.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
3R Petroleum | RRRP3 | +1,40% |
JBS | JBSS3 | +0,71% |
Ambev | ABEV3 | +0,70% |
BB Seguridade | BBSE3 | +0,60% |
Vale | VALE3 | +0,46% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Locaweb | LWSA3 | -6,40% |
Grupo Natura | NTCO3 | -4,95% |
Petz | PETZ3 | -4,26% |
Rede D'OR | RDOR3 | -4,12% |
Via | VIIA3 | -4,09% |
Mercados internacionais
Nos mercados internacionais, o pregão é de desempenho negativo para os principais índices acionários dos Estados Unidos e da Europa após a divulgação da inflação americana. Na Europa, as bolsas até operaram em alta durante a manhã, mas inverteram o sinal após a divulgação do CPI da maior economia do mundo.
Na Alemanha também foi dia de divulgação da inflação. De acordo com a Destatis, escritório de estatísticas do país, o CPI alemão avançou 0,4% em agosto ante julho, a uma taxa anual de 7,9%, acompanhando as previsões de especialistas.
Foi só na Ásia que as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com os investidores ainda na expectativa pelos dados de inflação nos Estados Unidos e refletindo o pregão positiva em Wall Street na véspera.
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: baixa de 2,00%
- S&P 500: baixa de 2,40%
- Nasdaq 100: baixa de 3,34%
Dados atualizados às 11h
Desempenho das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): baixa de 0,94%
- FTSE 100 (Inglaterra): baixa de 0,76%
- DAX (Alemanha): baixa de 0,92%
- CAC 40 (França): baixa de 0,68%
Dados atualizados às 11h
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): alta de 0,05%
- Shenzhen Composto (China): alta de 0,33%
- Hang Seng (Hong Kong): baixa de 0,18%
- Nikkei (Japão): alta de 0,25%
- Kospi (Coréia do Sul): alta de 2,74%
- Taiex (Taiwan): alta de 0,59%
Com Agência Estado
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