Mercado ao vivo: acompanhe as movimentações da Bolsa e do dólar nesta sexta-feira, 08 de julho
Mercados globais operam sem direção única no último pregão da semana
A Bolsa de Valores brasileira, a B3, iniciou o último pregão da semana com bastante volatilidade, com os investidores repercutindo os dados da inflação de junho e acompanhando o exterior. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado e o resultado foi de alta de 0,67%, uma aceleração frente à maio, quando o indicador subiu 0,47%.
Apesar da aceleração, o IPCA de junho veio abaixo das projeções dos economistas e analistas, que apontavam para uma alta de 0,70%. Já no cenário internacional, as bolsas americanas operam em baixa, assim como as commodities, o que impacta negativamente o mercado brasileiro. Às 15h50 desta sexta-feira, 8, o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa, registrava baixa de 0,52%, aos 100.207 pontos.
No exterior, permanece a cautela com a possibilidade de que o mundo atravesse uma crise econômica mais forte nos próximos meses. O minério de ferro tem desvalorização, na esteira das expectativas de que a demanda pela commodity seja reduzida. Com isso, as ações da Vale, empresa com maior peso na composição do Ibovespa, recuava 1,32% no mesmo horário, puxando o índice para baixo.
O dólar também opera em baixa durante a manhã. Nas primeiras horas do dia, a moeda americana chegou a cair abaixo do patamar dos R$ 5,30, refletindo o IPCA abaixo do esperado e dados positivos de emprego nos Estados Unidos. Às 14h45, o dólar era cotado a R$ 5,21, com queda de 1,21%.
Inflação de junho
De acordo com especialistas ouvidos pela Mais Retorno, embora o IPCA do último mês tenha ficado abaixo das expectativas do mercado, a composição do índice no mês continua desfavorável.
"Em 12 meses tanto o headline quanto os núcleos mostram alta na margem, ainda que com menor ímpeto, ainda não conseguimos observar o ponto de inversão da trajetória. As incertezas quanto o resultado do IPCA de julho tornam difícil seu ajuste na margem, ao passo que grande parte da calibragem dependerá do poder judiciário ao longo desse mês."
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos
O BTG Pactual afirma que, para o curto prazo, há vetores altistas e baixistas para os preços. "Na esfera altista, entendemos que o fortalecimento do mercado de trabalho, com a melhora na margem do rendimento mensal das famílias e o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 pode aumentar a demanda por serviços, que podem resultar em novas pressões inflacionárias", explicam.
Em contrapartida, os analistas destacam que a forte desaceleração nos preços das commodities nas últimas semanas, resultado das perspectivas de recessão econômica, "pode promover novos vetores baixistas para os preços".
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Azul | AZUL4 | +4,95% |
3R Petroleum | RRRP3 | +4,23% |
IRB Brasil | IRBR3 | +3,18% |
PetroRio | PRIO3 | +2,83% |
Gol | GOLL4 | +2,65% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Raia Drogasil | RADL3 | -1,70% |
Yduqs | YDUQ3 | -1,44% |
Weg | WEGE3 | -1,16% |
CSN | CSNA3 | -1,03% |
SLC Agrícola | SLCE3 | -0,97% |
Mercados internacionais
Os mercados globais operam sem direção definida nesta sexta-feira, com uma série de fatores no radar dos investidores. Nos Estados Unidos, o relatório de empregos (payroll) de junho foi divulgado e os resultados surpreenderam positivamente: no último mês, foram criadas 372 mil novas vagas de trabalho, enquanto as expectativas do mercado apontavam para 265 mil. O nível de desemprego foi de 3,6%, em linha com as projeções.
Apesar dos bons números de emprego, o mundo todo permanece receoso com as chances de que a maior economia do mundo passe por um período de recessão econômica. Na véspera, James Bullard e Christopher Waller, dois dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), afirmaram que a economia dos Estados Unidos caminha para um "pouso suave", não para uma recessão.
Na Europa, em dia de agenda esvaziada, o mercado reflete as informações vindas do país norte-americano e também a renúncia de Boris Johnson do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido na manhã desta quinta-feira, 7.
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta. A única exceção foi a China, que vou suas bolsas caíram em um movimento de realização de lucros nas ações do setor automotivo. No Japão, as bolsas subiram bastante ao longo do dia, mas devolveram a maior parte das altas com a notícia de que que o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu após ser baleado durante um discurso.
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: baixa de 0,11%
- S&P 500: baixa de 0,17%
- Nasdaq 100: baixa de 0,09%
Dados atualizados às 14h41
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): alta de 0,47%
- FTSE 100 (Inglaterra): alta de 0,10%
- DAX (Alemanha): alta de 1,34%
- CAC 40 (França): alta de 0,44%
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): baixa de 0,25%
- Shenzhen Composto (China): baixa de 0,35%
- Hang Seng (Hong Kong): alta de 0,38%
- Nikkei (Japão): alta de 0,10%
- Kospi (Coréia do Sul): alta de 0,70%
- Taiex (Taiwan): alta de 0,89%
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