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Focus: projeção para a inflação em 2022 sobe de 7,46% para 7,65% e segue longe da meta
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: mesmo com leve queda, Bolsa deve encerrar abril em alta

A Bolsa de Valores segue em baixa nesta sexta-feira, 30. Às 14h16, o Ibovespa registrava recuo sensível de 0,28% , aos 119.727,75 pontos. A atenção do…

Data de publicação:30/04/2021 às 10:55 -
Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores segue em baixa nesta sexta-feira, 30. Às 14h16, o Ibovespa registrava recuo sensível de 0,28% , aos 119.727,75 pontos.

A atenção do mercado segue voltada ao cenário internacional, com o interesse direcionado para as taxas de juros no Estados Unidos e os dados da economia do país, afirma Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Em Nova York, as bolsas também seguem recuando. Às 14h17, o Dow Jones apontava retração de 0,61%, S&P na mesma esteira, com baixa de 0,66%, e Nasdaq, com 0,51%.

O cenário externo divide o olhar do mercado com o cenário interno, onde a CPI da Pandemia deve ganhar maior destaque a partir da próxima semana, com a convocação dos primeiros depoentes.

“Uma das preocupações do mercado é saber o impacto das investigações sobre as ações do governo na pandemia na relação entre o Executivo e o Congresso”, afirma Miraglia.

O temor é que o avanço dos trabalhos da comissão acirre o clima de instabilidade política, com possível reflexo sobre os mercados.

Em um dia mais morno de divulgação de balanços trimestrais corporativos, algumas empresas que divulgaram seus números nesta manhã ou na noite da véspera seguem com seus papéis valorizados. Às 14h35, as ações da Duratex (DTEX3) subiam 7,42%. Já as da Unidas (LCAM3) registravam alta de 1,43% e Fleury, leve avanço de 0,39%.

Dólar em alta com Treasures

O dólar opera em alta nesta sexta-feira, a reboque da elevação leve dos juros dos Treasuries e da moeda americana em meio a quedas das bolsas no exterior. Às 14h14, a moeda americana mantinha a forte elevação e apresentava uma valorização de 1,72%, comercializada a R$ 5,428.

O ajuste de alta da moeda americana também responde à pressão de investidores "comprados " em contratos cambiais, que tentam minimizar perdas, após queda de quase 5% do dólar no mês, que beneficia os "vendidos" em dólar (defendem a queda das cotações).

NY: contratos sem direção única

Os contratos em Nova York sem uma direção definida sexta-feira refletindo mais um dia de divulgação de balanços trimestrais corporativos e os dados da economia do país.

Nesta sexta-feira, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou que os gastos com consumo no país subiram 4,2% em março ante fevereiro. O resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam acréscimo de 4%. Já a renda pessoal saltou 21,1% no mesmo período, superando o ganho de 20% projetado pelo mercado.

Os investidores estão buscando mais apoio para a recuperação dos Estados Unidos depois que o presidente Joe Biden revelou um pacote social de US$ 1,8 trilhão, além de seus planos de infraestrutura.

Segundo Teixeira, ainda não há sinais de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) reveja sua política acomodatícia, com o presidente do banco, Jerome Powell reafirmando esta semana que está procurando mais progresso no mercado de trabalho. Além disso, Powell destaca em seus discursos que a pressão inflacionária é temporária.

Já em relação à temporada de balanços, o analista da Wisir Research, Filipe Teixeira, acredita que os mercados de ações podem estar prontos para uma pausa após um mês de bons ganhos. Nesta sexta-feira, será a vez das companhias Alibaba, Coca-cola, entre outras, apresentarem seus números do período.

A AstraZeneca registrou lucro líquido de US$ 1,56 bilhão no primeiro trimestre de 2021, ou US$ 1,18 por ação, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira. Já a receita no período subiu de US$ 6,35 bilhões para US$ 7,32 bilhões. Só de vendas de vacinas contra a covid-19, foram US$ 275 milhões.

Na véspera, os destaques da véspera foram os resultados trimestrais das empresas Amazon, Microsoft, Twitter, entre outras, que refletem na alta do índice Nasdaq desta sexta-feira.

A Amazon superou a previsão dos analistas e registrou um lucro de US$ 8,1 bilhões nos três primeiros meses do ano, ou US$ 15,79 por ação diluída, alta de 224% na comparação com igual período do ano passado.

A empresa de Bill Gates registrou lucro líquido de US$ 15,5 bilhões no trimestre, que se deve sobretudo à adoção do trabalho remoto durante a pandemia, que exige a utilização de softwares.

O uso do aplicativo de trabalho online Team aumentou 1.000%, resultado que se soma  aos bons números da companhia. O lucro por ação no período foi de US$ 2,03, crescimento de 45% em relação aos primeiros três meses de 2020. 

Já o Twitter registrou lucro líquido de US$ 68 milhões nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, o que representa US$ 0,08 por ação diluída. O resultado ficou abaixo da previsão de lucro de US$ 0,14 por ação projetada pela FactSet

As receitas da companhia deram um salto de 28% entre janeiro e março deste ano, ante o primeiro trimestre do ano anterior, totalizando US$ 1,04 bilhão.

CPI da Covid: ataques virtuais

Com o governo Jair Bolsonaro no foco da CPI da Covid, senadores que integram o grupo dizem ser alvo de uma campanha orquestrada de ataques virtuais que tem como origem milícias digitais ligadas ao bolsonarismo.

As mensagens incluem desde a disseminação de fake news, como a publicação de declarações descontextualizadas, até ameaças veladas. Em outra frente, parlamentares passaram a receber "dossiês" apócrifos contra adversários políticos do presidente em seus gabinetes.

A articulação de bolsonaristas nas redes sociais vem sendo acompanhada de perto por Renan Calheiros e discutida com outros integrantes da comissão.

Nas primeiras 24 horas após a abertura da comissão, na última terça-feira, posts no Facebook com o termo "CPI da Covid" alcançaram mais de 3 milhões de interações

O relator da CPI escalou sua equipe para produzir e apresentar ao colegiado relatórios periódicos sobre o que realmente é debatido pela opinião pública nas redes sociais. 

Enquanto isso, o mercado financeiro está na expectativa dos depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Eduardo Pazuello e o atual da pasta, Marcelo Queiroga.

Covid-19: mais de 400 mil mortes

Na véspera, o Brasil contabilizou 3.074 mortes em decorrência da covid-19. Com isso, o País ultrapassou a marca dos 400 mil óbitos no período da pandemia, chegando ao total de 401.417 vítimas.

Enquanto isso, o número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou a 31.208.111, o equivalente a 14,74% da população total.

Reforma tributária em fatias

Os investidores seguem acompanhando os desdobramentos da reforma tributária na Câmara. Na véspera, o líder do governo na casa, Ricardo Barros, anunciou ontem, no plenário, um acordo para votar a reforma tributária em quatro etapas, começando com o projeto do ministro da Economia, Paulo Guedes, que cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) - fusão do PIS/Cofins.

A decisão, no entanto, não tinha ainda sido acertada em reunião com os líderes da Câmara, o que acabou causando uma saia-justa com os deputados e com o Senado. Barros teve que publicar uma mensagem mais tarde, nas suas redes sociais, informando que a decisão dependia ainda de consultas ao relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro.

Em reunião com líderes esta semana, o presidente Arthur Lira defendeu o fatiamento da reforma, mas ficou de debater com seus técnicos e bancadas sobre o assunto e voltar a conversar depois. 

Lira deu um ultimato no início desta semana para o relator Aguinaldo Ribeiro apresentar o seu relatório, que até agora não se manifestou publicamente.

Nos bastidores, Ribeiro resistia em apresentar o texto sem saber o rumo da reforma na Câmara e quais os planos de Lira. Uma reunião deve acontecer entre os dois.

Bolsas asiáticas fecham em queda

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira, após dados de manufatura chinesa mais fracos do que o esperado e diante da preocupante situação da covid-19 em partes da região, como Índia e Japão.

Na volta de um feriado nacional, o índice acionário japonês Nikkei caiu 0,83% em Tóquio hoje, aos 28.812,63 pontos. Já o Hang Seng recuou 1,97% em Hong Kong, aos 28.724,88 pontos, e o sul-coreano Kospi teve queda de 0,83% em Seul, aos 3.147,86 pontos. Em Taiwan, o mercado não operou em razão de um feriado.

Na China continental, o Xangai Composto se desvalorizou 0,81%, aos 3.446,86 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve perda de 0,29%, aos 2.298,93 pontos.

Dados oficiais mostraram que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria chinesa diminuiu de 51,9 em março para 51,1 em abril. Ainda que o resultado acima de 50 indique expansão da manufatura, analistas previam um recuo mais discreto do PMI, a 51,6.

Novos surtos de covid-19 na região asiática também inspiram cautela. Nas últimas semanas, a Índia vem registrando sucessivos recordes globais de novos casos diários.

No Japão, as mortes pela doença ultrapassam 10 mil, em meio ao que especialistas estão descrevendo como quarta onda de infecções no país. A Bolsa de Tóquio ficará sem operar até a próxima quarta-feira, 5, devido a feriados da chamada Semana Dourada.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho nesta sexta, e o S&P/ASX 200 caiu 0,80% em Sydney, aos 7.025,80 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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