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Bolsa fecha em alta de 1,17%, acima de 124 mil pontos, impulsionada por Petrobras e varejistas

A Bolsa encerrou o pregão desta segunda-feira, 24, em alta de 1,17%, aos 124.031,62 pontos, sustentada pela recuperação dos preços do petróleo que, por sua vez,…

Data de publicação:24/05/2021 às 10:41 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa encerrou o pregão desta segunda-feira, 24, em alta de 1,17%, aos 124.031,62 pontos, sustentada pela recuperação dos preços do petróleo que, por sua vez, ajudou os papéis da Petrobras a subir 1,57%. O bom desemprenho do varejo também contribuiu para os números positivos do Ibovespa.

A Magalu registrou a segunda maior valorização do dia, com avanço de 8,04%. Na mesma esteira, a Via (antiga Via Varejo) subiu 5,47% e a B2W, 3,92%. O movimento do setor se deve, em larga medida, à correção positiva da expectativa do PIB e ao anúncio de um possível prolongamento do auxílio emergencial.

Bolsa fecha em alta com Petrobras e varejo - Foto: B3/Divulgação

Com o resultado de hoje, o Ibovespa se aproxima do topo histórico, de 125.073,63 pontos, do dia 8 de janeiro deste ano. O dólar operou em queda nesta segunda-feira, em um movimento de realização de lucros e  com o mercado monitorando os reflexos dos avanços das projeções para o IPCA divulgadas no Boletim Focus. A moeda americana recuou 0,53%, cotada a R$ 5,325.

A alta do petróleo tem como pano de fundo as negociações do acordo nuclear entre Irã e Estados unidos, que poderiam retirar sanções ao país e, assim, permitir a entrada de um milhão de barris da matéria-prima por dia no mercado internacional. No entanto, o presidente do parlamento iraniano afirmou que o acordo de monitoramento de três meses com a ONU havia expirado e, portanto, a entidade não poderia mais acessar imagens de dentro de algumas instalações nucleares do país.

Com o esfriamento das tratativas, o mercado adaptou as expectativas para um cenário em que não vai haver oferta adicional de petróleo.

Sobe e desce na B3

Nesta segunda-feira, os papéis do Banco Inter dispararam 24,83% na B3 , cotados a R$ 223,29, por conta da reorganização societária da companhia. A empresa de meios de pagamento Stone anunciou que irá investir até R$ 2,5 bilhões no banco.

Na contramão, a Marfrig e a BRF vivem um dia de quedas de 1,71% e 2,67%, respectivamente. A desvalorização é reflexo da notícia sobre a compra de 24% das ações da BRF pela Marfrig.

IPCA, Focus e PIB para 2021

O Banco Central divulgou a nova edição do Boletim Focus nesta segunda-feira, que apontou aumento nas projeções da inflação e no PIB do país para 2021. Segundo o documento, o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação do País, para este ano subiu para 5,24%.

O otimismo quanto à recuperação da economia levou os economistas a reajustar o Produto Interno Bruto (PIB) mais uma vez para este ano, de 3.45% para 3,52%. Já a Selic, taxa básica de juros, para 2021 ficou estável em 5,50%.

Inflação segue na pauta

No cenário doméstico, a agenda voltada para a inflação segue na semana. Amanhã, 25, o IBGE divulga o IPCA-15 de maio, considerado prévia da inflação oficial que dá uma ideia de a quantas anda a inflação corrente no mês.

E, por fim, na sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anuncia o IGP-M, com a variação de preços no atacado, que tem rodado bastante acima da inflação oficial medida pelo IPCA.

São indicadores que ganham relevância e interesse, de acordo com especialistas, porque dá ideia de como está o comportamento de preços em um momento de transição para novo mês, que tem na agenda nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O encontro, que decidirá como fica a Selic, será nos dias 15 e 16 de junho.

A inflação é um fenômeno que passou a preocupar não apenas os brasileiros, mas o mundo, um fantasma que voltou ao radar como ameaça à estabilidade econômica, comenta Davi Lelis, especialista e sócio da Valor Investimentos.

O principal termômetro dessa preocupação, segundo ele, é o vaivém dos juros dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, de dez anos.

“O estresse dos juros desses títulos deixa o mundo preocupado, que vê nesse movimento um sinal de possível volta da inflação.”

NY: mercados em alta

As bolsas de Nova York abriram em alta nesta segunda-feira, com o mercado financeiro digerindo a fala da diretora do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Lael Brainard, sobre a inflação e atento a outro sinais que possam envolver o assunto.

O índice S&P subiu 0,99%, com Dow Jones na mesma esteira, em alta de 0,54% e Nasdaq, com avanço de 182%.

Brainard disse nesta segunda-feira, em evento virtual, que espera leituras altas de inflação nos próximos meses, devido ao processo de reabertura da economia, após as restrições impostas por conta do coronavírus, além de gargalos na cadeia produtiva.

No entanto, a dirigente do Fed ponderou que as expectativas de longo prazo dos índices de preços permanecem "bem ancoradas" e que a tendência aponta para o predomínio de forças desinflacionárias. De qualquer forma, Brainard garantiu que o Fed agirá caso o movimento inflacionário saia do controle.

Na próxima terça-feira, 25, serão conhecidos os dados de confiança do consumidor americano. Um aumento de confiança, segundo analistas, pode apontar para uma economia mais aquecida e uma inflação mais pressionada que poderia desembocar em alta dos juros.

À divulgação desses dados seguem-se outros, acompanhados com atenção pelos investidores, porque podem dar uma ideia ainda mais clara de como anda a economia americana.

O nível de estoque de petróleo, que pode impactar a inflação, será conhecido na quarta-feira – uma redução poderia indicar maior consumo em função de uma economia aquecida, a menos que tenha havido uma queda de produção.

Outro indicador bastante aguardado são os números referentes ao PIB trimestral dos EUA que serão divulgados na quinta-feira.

São dados que podem comprovar ou não as previsões de que a economia ganhou tração e cresce em ritmo superior às expectativas.

CPI da Covid: “capitã cloroquina”

Os investidores seguem acompanhando mais uma semana de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.

Após a oitiva do ex-ministro Eduardo Pazuello, que acirrou o clima de tensão, desta vez a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como 'capitã cloroquina, será ouvida por seus integrantes na próxima terça-feira, 25.

Na semana passada, Mayra entrou com um pedido de habeas corpus preventivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe daria o direito de ficar em silêncio durante a CPI, mas foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski. No entanto, ela fez uma nova tentativa, pedindo a Lewandowski que reconsidere a decisão.

No novo pedido, Mayra afirma que há sim uma investigação contra ela que esbarra nos limites do trabalho da comissão parlamentar. Ela alega ser alvo do mesmo inquérito que envolve o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na esteira da crise provocada pelo desabastecimento de oxigênio hospitalar em Manaus.

Bolsas asiáticas fecham em alta

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira, após a última rodada de PMIs mostrar recuperação da atividade econômica nos EUA e na Europa. Investidores, porém, se mantêm cautelosos em meio a recentes surtos de covid-19 em partes da Ásia e sinais de pressões inflacionárias.

O japonês Nikkei subiu 0,17% em Tóquio hoje, aos 28.364,61 pontos, e o chinês Xangai Composto avançou 0,31%, aos 3.497,28 pontos, interrompendo uma sequência de três pregões negativos.

O dia foi de ganhos também para o Shenzhen Composto - índice formado por empresas chinesas de menor valor de mercado -, com alta de 0,75%, aos 2.337,26 pontos, e para o Taiex, que se valorizou 0,22% em Taiwan, aos 16.338,29 pontos.

Por outro lado, o Hang Seng caiu 0,16% em Hong Kong, aos 28.412,26 pontos, e o sul-coreano Kospi recuou 0,38% em Seul, aos 3.144,30 pontos.

Na última sexta-feira, índices de atividade econômica, os chamados PMIs, mostraram que as economias dos EUA, da zona do euro e do Reino Unido seguem se recuperando com força dos choques da covid-19.

A situação da pandemia na Ásia, contudo, inspira cautela, com números elevados de casos e mortes pela doença na Índia e o Japão se esforçando para conter focos do vírus antes da Olimpíada de Tóquio, que terá início em julho.

Além disso, persistem temores de que a tendência global de avanço da inflação leve grandes bancos centrais a rever sua postura acomodatícia, e fortes quedas recentes do bitcoin, após a China prometer apertar o cerco a operações com moedas digitais, estão no radar.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul hoje, impulsionada principalmente pelo setor de energia. O S&P/ASX 200 avançou 0,22% em Sydney, aos 7.045,90 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

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