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Fundo Verde
Economia

Luis Stuhlberger considera que conflito entre Poderes trava a Reforma Tributária

Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde, fala sobre reforma tributária, precatórios, cenário macroeconômico brasileiro e eleições de 2022

Data de publicação:27/08/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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O fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde, Luis Stuhlberger, um dos nomes mais reverenciados pelo mercado, falou sobre o cenário econômico brasileiro na tarde desta quinta-feira, 26, em entrevista ao Expert XP, evento sobre investimentos realizado pela corretora.

Entre diversas pautas, o gestor destacou que o governo dificilmente conseguirá a aprovação da Reforma Tributária, devido aos últimos confrontos entre o Judiciário e o Executivo. Já em relação à PEC dos Precatórios, outro tema presente no radar dos investidores, Stuhlberger considera que a questão deve se resolver de "uma forma pacífica".

Luis Stuhlberger
Luis Stuhlberger | Foto: Reprodução Infomoney

Reforma tributária

O gestor do Verde ressalta que a negociação da Reforma Tributária pode virar "uma discussão perigosíssima", tendo em vista que os lobbies que se fazem presentes não devem ceder, caso os setores que defendam não sejam beneficiados com a proposta. No entanto, com a atual tensão entre os poderes políticos, o que pode facilitar a aprovação da reforma é, justamente, Bolsonaro ceder às exigências de todos grupos.

Luis Stuhlberger defende ainda que a unificação de impostos federais em um único tributo já seria um grande avanço, em vez da proposta reformista mais complexa apresentada pelo governo.

"A noção de Justiça e patriotismo defendida pelo ministro da Economia Paulo Guedes com a reforma de fato é verdadeira. Mas não vejo como ideal trocar redução de alíquotas do imposto de renda para taxação de dividendos. Não sei se vai ajudar. O que ajudaria o País, seria a simplificação dos impostos, como prevê a PEC 45, sem onerar o setor de serviços", afirma o especialista.

No mesmo evento, o gestor de Estratégia Multimercado e Previdência da Verde Asset, Luiz Parreiras, se mostrou insatisfeito com a atuação de Paulo Guedes a frente do Ministério da Economia. Além de afirmar que o ministro "deixou muito a desejar" na gestão econômica do País e, principalmente, no andamento das pautas reformistas, Parreiras destacou que Guedes "é muito bom na teoria e no slogan, mas ruim na prática".

Dados econômicos, precatórios e desempenho da Bolsa

De acordo com Stuhlberger, a economia brasileira tem um conjunto de dados bons atualmente, com exceção da inflação, que permanece elevada pelos gargalos na cadeia de produção do País.

"O Brasil começou o ano muito mal, tendo uma escalada imensa de casos de Covid-19, períodos longos de lockdown e UTIs lotadas, o que quase provocou um colapso no sistema público de saúde. Além disso, o ex-presidente Lula teve suas sentenças anuladas no caso da Lava Jato", contextualizou Stuhlberger, explicando qual era o cenário até o começo do segundo trimestre de 2021.

Depois disso, entretanto, o desempenho do País surpreendeu muito, avalia o gestor. Ele destaca o forte avanço da vacinação, a elevação maior que o esperado para o PIB, a volta de uma arrecadação mais acentuada e a redução da dívida bruta como impulsionadores para o bom momento que o mercado brasileiro passou a viver.

Neste contexto, Luis Stuhlberger considera que a queda na Bolsa de Valores nas últimas semanas foi exagerada. A cautela dos investidores a partir de meados de julho vem de uma perspectiva de risco fiscal, principalmente com a PEC dos precatórios. O especialista aponta que essa questão deve se desenrolar de forma satisfatória no Congresso.

"Se a gente olhar para o lado puramente econômico, e resolvendo-se a questão dos precatórios, não se justifica o valuation (da bolsa), o sell-off (liquidação, na tradução) foi exagerado", afirma.

Como será a corrida eleitoral para Luis Stuhlberger

O gestor ressalta que o setor financeiro está preocupado com a agenda populista de Bolsonaro. A proposta para o aumento no novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, é exemplo disso. Com essa atitude do presidente, além dos conflitos com o Supremo Tribunal Federal (STF), Stuhlberger prevê o político afugentando, cada vez mais, parte do eleitorado que está indecisa e se considera "anti-Lula".

"Se ele (Bolsonaro) ficasse quieto e surfasse na melhora da economia, no avanço da vacinação e uma certa volta à normalidade depois de períodos ruins da pandemia, naturalmente poderia conquistar uma parte do eleitorado que está indecisa", ressalta o fundador da Verde Asset.

Luis Stuhlberger ainda comenta sobre o ex-presidente Lula. O gestor considera que o possível candidato do PT na corrida eleitoral de 2022 deve abandonar algumas ideias do governo de Dilma Roussef e as propostas de Fernando Haddad quando concorreu à presidência em 2018. A adoção de uma agenda mais direcionada ao centro, inclusive, pode aproximar o mercado financeiro de Lula.

Sobre o autor
Bruna Miato
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