John Paulson tenta encerrar processo da esposa, que alega bilhões de dólares escondidos
Jenica Paulson pede US$ 1 bilhão em danos por ter sido enganada no patrimônio durante o divórcio
John Paulson, um dos investidores mais importantes no mercado financeiro, está tentando encerrar o processo de sua esposa Jenica, que o acusa de esconder bilhões de dólares em ativos no divórcio. O fundador-presidente e diretor executivo da Paulson 7 CO., empresa norte americana que atua na gestão de fundos de investimentos, afirmou que é ela quem está envolvida em uma “apropriação egoísta de dinheiro”.
Os advogados de Paulson, devem comparecer ao tribunal de Nova York para conversar com o juiz e pedir para que ele rejeite este processo, de acordo com informações da Bloomberg. Nos processos judiciais, eles alegam que Jenica Paulson sabia o tempo todo sobre fundos que ela afirma que John utilizou para esconder ativos. Isso porque Jenica assinou diversos desses documentos durante as duas décadas em que eles estiveram juntos.
“As declarações fiscais conjuntas foram autorizadas pela Sra. Paulson e identificaram os fundos pelo nome”, disse o fundador da Paulson & Co. em documentos judiciais, “portanto, refutando qualquer alegação de que os fundos foram 'secretamente' criados para enganá-la de distribuição equitativa sobre o que de outra forma poderia ter sido um bem conjugal”.
Os procedimentos matrimoniais no estado de Nova York são em sua maioria confidenciais, portanto, o caso fornece um raro vislumbre público de um divórcio que provavelmente será caro e demorado devido aos bens que estão em jogo.
John Paulson tem um patrimônio líquido de US$ 4,6 bilhões, e a família tem um portfólio abundante de investimentos imobiliários, incluindo um rancho em Aspen, Colorado, anteriormente propriedade de um príncipe saudita e uma propriedade nos Hamptons.
Paulson pediu o divórcio de sua esposa em setembro de 2021 no tribunal do estado de Nova York em Long Island. Em julho, Jenica o processou pedindo pelo menos US $ 1 bilhão em danos e alegou que ele usou um grupo de “conselheiros escolhidos a dedo” para estabelecer três fundos irrevogáveis para garantir que ela não recebesse sua parte dos ativos.
O processo de Jenica Paulson a apresentou como uma esposa leal que "de forma obediente e atenciosa” cultivou os negócios e as relações sociais de seu marido enquanto confiava nele para lidar com as finanças da família.
Ela afirma que John se aproveitou da confiança dela, “implementando um plano, durante um período de nove anos, para isolar os bens adquiridos durante o casamento do alcance da Sra. Paulson e, assim, privá-la de sua parte justa e equitativa. ”
Permitir que os fundos permaneçam com John “daria licença aos cônjuges ricos para abandonar os requisitos de justiça financeira e divulgação conjugal consagrados na lei”, argumenta Jenica Paulson em seu processo. John Paulson negou ter tentado enganar sua esposa, observando que os dois eram casados e felizes quando os fundos foram criados.
“Tal evasão não poderia ser verdade, dado que todos os fundos foram criados durante um casamento intacto e próspero que testemunhou por décadas a Sra. Paulson fazer suas declarações de impostos referenciando os fundos”, afirmou ele nos autos do tribunal.
“De fato, longe de um casamento problemático, em 2009, o ano em que o Sr. Paulson criou o último dos fundos, ele fez uma doação significativa para o Southampton Hospital em Long Island, que nomeou seu departamento de emergência para a Sra. Paulson. Isso dificilmente é a marca registrada de um marido ambíguo planejando se divorciar de sua esposa doze anos depois”, afirma a defesa de John Paulson.
John Paulson também argumentou que o processo de sua esposa era deficiente porque não nomeava como rés suas duas filhas adolescentes, que são beneficiárias dos fundos, e também foi arquivado tarde demais sob o estatuto de limitações do estado.
Junto com o marido, Jenica Paulson processou o J.P. Morgan Trust Co., que atua como administrador de dois dos fundos. A empresa também está tentando arquivar o processo, argumentando que não mostra como a empresa participou de qualquer plano para ocultar ativos e que parece estar tentando “contornar as restrições do processo de divórcio em andamento”.
John Paulson talvez seja mais conhecido por sua aposta bem-sucedida contra o mercado imobiliário dos Estados Unidos antes da crise do subprime de 2008, que rendeu US$ 20 bilhões para ele e para os investidores de seu fundo de hedge. Ele transformou o fundo em um family office em 2020 e foi nomeado presidente da Bausch Health Cos. em junho.
Paulson conheceu sua esposa, uma imigrante romena que obteve asilo político, anos antes de se tornar famoso. Ela serviu o almoço para ele e sua equipe no refeitório do Bear Stearns, e mais tarde ele a contratou como sua assistente. As informações são da Bloomberg.
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