Itaú compra a corretora de valores Ideal por mais de R$ 650 milhões
Na primeira etapa do negócio, o banco vai adquirir 50,1% da corretora
Por um valor de R$ 651,3 milhões, o Itaú Unibanco anunciou a compra da Ideal Holding Financeira, corretora de valores digital, fundada em 2019 por executivos que trabalharam na Link, que atende majoritariamente a clientes institucionais. Agora, o Itaú passa a deter 50,1% do capital social e votante da corretora, podendo, em cinco anos, exercer a opção de compra dos 49,9% restantes.
Embora a Ideal tenha um peso forte no mercado de clientes institucionais, chegando até mesmo a ficar entre as líderes no ranking de volume de negócios da Bolsa de Valores brasileira, a B3, não foi esse o fator que mais chamou a atenção do Itaú. Em setembro de 2021, a corretora angariou cerca de R$ 100 milhões da Kaszek, com o objetivo de expandir sua área de atuação no varejo, ou seja, os investidores pessoa física da B3.
"Por meio dessa plataforma, o banco avançará em sua estratégia de distribuição de produtos de investimentos para clientes pessoas físicas por meio de canais de distribuição alternativos, em parceria com a Ideal. O negócio poderá, futuramente, acelerar a entrada do banco no mercado de agentes autônomos, em complemento ao modelo utilizado hoje."
Itaú Unibanco em fato relevante enviado ao mercado para comunicar sobre a aquisição da Ideal
O acordo de compra entre o Itaú e a Ideal
De acordo com o fato relevante, "a gestão e a condução dos negócios da Ideal continuarão autônomas em relação ao Itaú Unibanco, conforme os termos e condições de Acordo de Acionistas dessa transação. Nesse contexto a Ideal continuará atendendo seus clientes e o Itaú Unibanco não terá exclusividade na prestação de serviços".
O Itaú pontua que a aquisição, além de reforçar o seu ecossistemas de investimentos, permitirá:
- Que o banco tenha parceria com os profissionais da corretora e contem com a inovação da Ideal no setor;
- A oferta de produtos e serviços financeiros ("broker as a service") em modelo B2B2C por meio da plataforma white label;
- A possível aceleração da entrada no mercado de agentes autônomos de investimentos;
- O aperfeiçoamento na distribuição de produtos de investimentos para clientes pessoas físicas.
O negócio entre as duas companhias foi anunciado na última quinta-feira, 13, e está depende da autorização dos órgãos regulatórios para seu prosseguimento.