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Investir direto em ações ou via fundos, ilustração.
Renda Variável

Investir direto em ações ou via fundos: qual a melhor opção?

Investir direto em ações ou via fundos: qual a melhor opção? Tendo já explorado em outro artigo os fatores que levariam a SELIC a 5%, a…

Data de publicação:21/11/2019 às 18:35 -
Atualizado 4 anos atrás
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Investir direto em ações ou via fundos: qual a melhor opção?

Tendo já explorado em outro artigo os fatores que levariam a SELIC a 5%, a verdade é que essa realidade chegou em 30/10/19, data da mais recente reunião do COPOM.

Diante desse contexto, já é consenso que o mercado de ações deve fazer parte da vida de todos. Mas, antes de entrar diretamente no tema, gostaria de reforçar algumas regras básicas de finanças pessoais.

Independentemente do nível da taxa de juros, uma reserva de emergência, que cubra entre 6 e 12 meses de despesas fixas, é o mínimo que todo investidor deveria ter em uma aplicação de baixíssimo risco antes de pensar em qualquer coisa em termos de renda variável.

Completada essa etapa, vale outro recado, igualmente importante. O mercado de ações não é onde alguém deve concentrar toda a sua riqueza. Outros ativos, como fundos imobiliários e de crédito privado (que investem parte dos recursos em dívidas de empresas), também são muito bem-vindos.

Feitas as devidas ressalvas, vamos aos fatos.

Investindo via fundos

Investindo via fundos

Nos fundos de investimento, o cotista paga para que uma instituição financeira faça a seleção dos ativos. Entre as vantagens oferecidas por esse modelo, temos:

  • Processo simplificado, pois o investimento é feito diretamente em uma plataforma;
  • Conveniência, dado que o investidor não participa diretamente da gestão;
  • Praticidade, visto que o próprio fundo cuida da custódia dos ativos, abate quaisquer custos e taxas e desconta o Imposto de Renda (IR) quando aplicável.

Tendo isso em mente, vamos considerar as alternativas disponíveis.

Exchange Traded Funds (ETFs)

Com uma conta aberta em uma corretora, o meio mais simples de começar é negociando cotas de fundos de índice:

  • A carteira é diversificada, algo extremamente difícil de ser feito por conta própria, quando considerado o peso de cada ação no índice;
  • O valor das cotas é bastante acessível, ao contrário do valor inicial exigido por alguns fundos;
  • A taxa de administração é extremamente baixa, dado que não há gestão ativa;
  • Tanto nas operações de compra como nas de venda, o prazo para a liquidação (débito ou crédito em conta) é o mesmo do mercado de ações (2 dias úteis, ou, no jargão do mercado, D+2).

Fundos de ações

Você gosta de investir em um setor específico ou se identifica com a filosofia de investimentos de uma gestora?

Os fundos de ações cumprem esse papel, com as casas de gestão se dedicando a setores onde possuem mais especialização.

O único cuidado é com o prazo para resgates. Ele é maior quando comparado aos fundos de ações mais tradicionais pois cada gestor estipula o período que for melhor para a carteira, de forma a não prejudicar os demais cotistas.

Fundos multimercados

Uma boa opção se você quer investir em vários ativos ao mesmo tempo. Os multimercados possuem bastante flexibilidade para compor as carteiras, tendo inclusive acesso a opções de investimento não disponíveis à pessoa física.

A mesma observação em relação aos prazos para resgates vale para os fundos multimercados. Quanto maior a volatilidade (oscilação no valor da cota) e a quantidade de ativos ilíquidos (de pouca negociação) no fundo, maior o prazo solicitado pelo gestor.

Investindo diretamente em ações

Investindo diretamente em ações

Montar a própria carteira de ações traz 2 possibilidades de ganhos:

  • Dividendos: parte do lucro que a empresa distribui aos seus acionistas, isento de imposto;
  • Ganho de capital: a valorização da ação no mercado.

Assim, manter as ações ou negociá-las depende essencialmente do seu objetivo e do prazo estimado para a execução da sua estratégia de investimentos, composta pela análise das empresas e pela a compra e venda dos papéis em si.

A análise das empresas

Por onde começar nem sempre é óbvio. Muitos pecam por olhar justamente para as empresas que mais se valorizaram no passado recente.  Como se esse desempenho fosse se repetir no futuro.

O mais sensato é partir para algo da sua própria rotina. Faz sentido pensarmos que você, como consumidor, adquire alimentos, medicamentos, bens de higiene pessoal e roupas?

Se focarmos nesse raciocínio, já temos 4 setores para pesquisar. Fazendo uma análise mais apurada, não é difícil de descobrir:

  • Quem investe em e-commerce;
  • Qual companhia usa um diferencial logístico para a gestão de estoques;
  • Que empresas adotam conceitos valorizados pelo consumidor, como a compra online e a retirada na loja ou em outros locais de conveniência;
  • Quem usa diferentes formatos de loja física.

Olhando para esses atributos, já se consegue escolher uma candidata para cada um desses mercados. Se elas implementaram esses diferenciais em suas operações durante os anos mais difíceis da economia brasileira, isso quer dizer que estão prontas para qualquer cenário.

As informações econômico-financeiras

Avaliar os dados financeiros de uma empresa depende das características de cada um. Um economista tem mais familiaridade com eles, diferentemente de um profissional da área da saúde, por exemplo.

Assim, cabe decidir entre fazer esse trabalho ou terceirizá-lo.

Cursos de análise fundamentalista estão disponíveis para quem tem facilidade com as demonstrações financeiras enquanto relatórios completos (pagos, obviamente, pois informação de qualidade exige tempo e dinheiro das equipes de pesquisa) estão ao alcance dos demais investidores.

A governança corporativa

Grande parte das companhias abertas já estão bem avançadas nesse ponto. A governança ganha destaque se você se interessar pelas ofertas públicas de ações (IPOs) das futuras privatizações.

A estrutura de governança e os direitos garantidos aos acionistas ficarão a cargo das negociações junto ao Congresso, responsável por aprovar o processo de desestatização. Quanto mais semelhantes às mais valorizadas empresas privadas, melhor.

A execução e o controle

Seguindo para a parte “prática” do processo, você consegue se controlar diante dos altos e baixos do mercado de ações?

A verdade é que pouca gente se sai bem nessa tarefa, principalmente quando se é iniciante. Dito isso, essas dicas são bastante úteis:

  • Separe o mesmo valor todos os meses e estipule uma data para a compra: isso evita as compras nos dias de euforia, quando os preços estão mais altos. Havendo a possibilidade da compra automática (ou agendada) pela corretora, faça uso desse recurso sem medo;
  • A melhor forma de ver o dinheiro trabalhando para você é reinvestindo os dividendos. Eles são creditados diretamente na conta, livres de impostos e taxas, podendo ser acumulados com os valores já destinados normalmente para investimentos;
  • Conforme a carteira aumenta, surge a oportunidade para a diversificação em outros setores, com maior potencial de crescimento, sem grande aumento de risco. É a chance de investir em algo bastante promissor, de forma relativamente segura.

Diferentemente dos fundos de investimento, a parte “burocrática” do investimento em ações fica por conta de quem executa as ordens; ou seja, você. Portanto, um mínimo de controle é necessário para registrar as operações:

  • Data da compra (ou venda);
  • Ação adquirida (ou vendida);
  • Quantidade;
  • Preço;
  • Corretagem e outros custos, quando cobrados.

Se em um determinado mês, as suas vendas totais ultrapassarem R$ 20 mil, o imposto de renda (IR) sobre o ganho auferido é devido, uma vez deduzidos todos os custos. Ele é de 15% para as operações comuns e de 20% para as operações de day trade.

O programa gerador do DARF (guia de recolhimento do imposto) está disponível no próprio site da Receita Federal. Ao baixa-lo, informe seus dados pessoais e utilize o código 6015. O DARF deve ser pago até o último dia útil do mês seguinte às operações.

Certifique-se de que possui toda a documentação em ordem. Isso será importante na hora de fazer a declaração de imposto de renda da pessoa física no ano seguinte.

Conclusão

Mesmo com os juros de 5% ao ano, ainda são válidas as regras básicas de finanças pessoais: fazer uma reserva de emergência e não colocar todos os ovos na mesma cesta. Entre as alternativas (e não a única alternativa) para a formação de qualquer patrimônio, está o investimento em ações, disponível tanto via fundos de investimento como por iniciativa própria.

Do lado da indústria de fundos, está a simplicidade, a conveniência e a praticidade. Os ETFs são a porta de entrada, enquanto os fundos de ações e os fundos multimercados agradam às preferencias individuais de cada um.

Se você se sente atraído pelo mercado de ações, um rico mundo se abre desde que você tenha interesse, tempo e se empenhe de verdade.  Recursos para decisões bem fundamentadas não faltam: cursos, dicas e materiais de pesquisa de altíssima qualidade estão nas prateleiras das principais corretoras do país.

Como em qualquer área da vida, faça bem feito, inclusive recolhendo corretamente os impostos, para poder aproveitar plenamente os benefícios. Como qualquer iniciado do mercado financeiro sabe bem, a renda decorrente de ativos financeiros é a que sofre a menor tributação no país.

Independentemente da opção escolhida, siga a análise fundamentalista ou de valor. De acordo com um artigo do Valor Investe, site de finanças pessoais do jornal Valor Econômico, os fundos de ações que adotaram essa estratégia foram os mais rentáveis durante o ano de 2019.

“Você se sairá melhor se gostar de algo que você tem aptidão. Se Warren [Buffett] tivesse ido para o ballet, ninguém nunca teria ouvido falar nele.”

Charlie Munger
Sobre o autor
Nohad Harati
Possui MBA em Finanças e LLM em Direito do Mercado Financeiro (ambos pelo Insper/SP). É gestora de uma carteira proprietária, além de ser responsável por um Family Office.
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