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Mercado Financeiro

Ibovespa cai 0,76%, a 108,8 mil pontos, e cede 3,01% na semana; dólar sobe 0,77%

O mercado tem sido orientado pela PEC da Transição e sinalizações para a economia sob a gestão Lula, dia analista

Data de publicação:18/11/2022 às 19:25 -
Atualizado 2 anos atrás
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O Ibovespa devolveu os ganhos que ensaiou nos melhores momentos do dia e emendou a terceira perda consecutiva em quatro sessões na semana, nas quais a retração foi a 3,01% no acumulado até esta sexta-feira, 18, após tombo de 5% no intervalo anterior. Com a baixa de 0,76%, aos 108.870,17 pontos no fechamento da sessão, a referência da B3 eleva a 6,18% o recuo no mês, que limita o avanço do ano a 3,86%. Hoje, em dia de vencimento de opções sobre ações, o índice oscilou entre mínima de 108.511,71 e máxima de 111.584,86, saindo de abertura aos 109.706,43 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 33,4 bilhões nesta sexta-feira. Desde ontem, o Ibovespa permanece no menor nível de fechamento desde 29 de setembro.

Hoje, a retração nas ações de Petrobras (ON -1,84%, PN -1,69%) e Vale (ON -2,73%) se impôs ao Ibovespa, que não contou com o sinal único de outro setor de peso, o financeiro, ao longo da tarde. Ao fim, as ações de grandes bancos mostravam leve alta, inferior a 1%, à exceção de BB ON (-0,35%) e de Santander (Unit -0,18%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para São Martinho (+10,26%), Raízen (+4,09%), Qualicorp (+3,44%) e Hapvida (+3,27%), com IRB (-8,64%), Via (-8,30%), Magazine Luiza (-7,08%) e Americanas (-4,86%) no lado oposto.

Ibovespa
Bolsa cai em linha com exterior | Foto: Reprodução

A expectativa de queda para o Ibovespa continuou crescendo no Termômetro Broadcast Bolsa e atingiu 50,00% do universo de participantes na edição desta sexta-feira. A fatia dos que esperam desempenho negativo vem subindo nas últimas três pesquisas: era de 40,00% na da semana passada e de 18,18% na anterior. Os que esperam alta são 40,00%, mesmo porcentual do último levantamento. A estimativa de estabilidade caiu de 20,00% para 10,00%.

Na tarde desta sexta-feira, o Ibovespa se firmou em terreno negativo, acompanhando perda de fôlego em Nova York (ao final, contudo, em sinal único, positivo) e o prosseguimento da correção no petróleo, com o Brent negociado na casa de US$ 87 por barril e o WTI, de US$ 79, o que pressionou em especial as ações de Petrobras.

Apesar do leve ganho no fechamento desta sexta-feira, a semana foi negativa também para as três referências de Nova York. Mas a distância entre o desempenho de Wall Street e da B3 segue ampla no mês: perdas até aqui de 6,18%, em São Paulo, contra ganhos entre 1,44% (Nasdaq) e 3,09% (Dow Jones) por lá, em novembro. A receita para a distância continua atrelada às dúvidas sobre o comportamento das contas públicas no próximo ano, com o 'waiver' de cerca de R$ 200 bilhões proposto pelo futuro governo na PEC da Transição para cumprir promessas de campanha.

Nome de Haddad também afetou Ibovespa

No início da tarde, o relato de que o ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a ganhar força para o ministério da Fazenda chegou a pesar também na curva de juros, com os investidores ainda na defensiva quanto ao sinal da política fiscal no próximo ano. Após o desgaste produzido pelas discussões sobre a PEC da Transição, eventual confirmação de político muito próximo a Lula no comando da Economia seria um abalo a mais para o mercado. Os investidores vão colocando de lado a expectativa inicial por um nome de perfil técnico, mas seguem temendo a alternativa extrema, de alguém que possa vir a favorecer uma guinada populista na condução das contas públicas.

"O mercado acionário tem sido orientado pela PEC da Transição e por sinalizações para a economia, sob a gestão de Lula, para 2023. O estresse ganhou proporção relevante desde a semana passada, com ganhos na casa de 10% para o Ibovespa no ano, logo após a eleição, sendo reduzidos agora para a faixa de 4%, e Bolsa abaixo de 110 mil pontos, nível considerado como uma linha psicológica", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. "É um momento de ponderação, com a discussão sobre as contas públicas resultando em aumento dos prêmios de risco", acrescenta.

"Na abertura de hoje, houve certo alívio, com EWZ, o ETF de Brasil lá fora, subindo 2,5%, o real se valorizando e queda nos juros longos - além da alta do Ibovespa futuro, refletindo também a posição do Geraldo Alckmin (vice eleito), mais fiscalista (do que o futuro governo vem sinalizando)", aponta Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando também os sinais do Congresso no sentido de enxugamento da PEC ao longo da tramitação da proposta, o que se refletiu no "ralizinho" de ativos brasileiros observado pela manhã. "Mas ainda continuamos num nível de incerteza grande", ressalva o economista.

Dólar

Após dois pregões consecutivos de valorização, em que subiu 1,92% e chegou a tocar R$ 5,50 em máximas intraday, o dólar recuou nesta sexta-feira, 18, na contramão do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior. Profissionais do mercado atribuem a baixa de hoje a ajustes para correção de exageros recentes, quando investidores promoveram uma "reprecificação" da taxa de câmbio em meio a temores de piora do quadro fiscal e a especulações sobre o perfil da futura equipe econômica.

No fim do dia, o dólar era cotado a R$ 5,3748, em baixa de 0,50%. Apesar do refresco hoje, a moeda encerra a semana em alta de 0,77% e já acumula valorização de 4,04% em novembro. Em 2022, o dólar ainda cai 3,61% frente ao real. / Agência Estado

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