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FBCF fica estável em outubro ante setembro, aponta Ipea
Economia

FBCF fica estável em outubro ante setembro, com ajuste sazonal, afirma Ipea

Estabilidade do indicador veio após dois meses consecutivos de queda dos investimentos

Data de publicação:30/12/2021 às 15:09 -
Atualizado 3 anos atrás
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A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - medida dos investimentos em máquinas, equipamentos, construção civil e pesquisa - ficou estável (0,0%) em outubro, frente a setembro, com ajuste sazonal, segundo indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira, 30.

A estabilidade ocorreu após dois meses consecutivos de queda dos investimentos, que recuaram 1,5% em agosto e 0,9% em setembro, sempre na comparação ao mês imediatamente anterior. O indicador busca antecipar os investimentos medidos no Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FBCF fica estável em outubro ante setembro, com ajuste sazonal, afirma Ipea
Indicador de construção civil do FBCF subiu 0,5% em outubro, segundo o Ipea - Foto: Envato

Quando comparado a outubro de 2020, o Ipea identificou aumento de 10,6% dos investimentos. O indicador acumula agora alta de 21,3% no ano e avanço de 21,5% nos últimos 12 meses.

Consumo aparente de máquinas e equipamentos

De setembro para outubro, o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) - produção nacional destinada ao mercado interno, acrescida de importações - recuou 1%, após leve alta de 0,2% no mês anterior. A abertura do Came mostra que a produção nacional recuou 0,6% em outubro, enquanto as importações tiveram baixa de 2,5%.

Uma boa notícia foi a alta do indicador de construção civil, que avançou 0,5% em outubro, frente a setembro, na série dessazonalizada. O resultado recupera uma parcela, ainda que pequena, das perdas registradas em setembro, quando o indicador recuou 1,7%. O segmento avança 16,5% no acumulado deste ano e 15,1% nos últimos 12 meses.

O terceiro componente da FBCF, classificado como "outros ativos" (propriedade intelectual, lavouras permanentes, gado de reprodução) teve alta de 0,9% em outubro.

O que é Formação Bruta de Capital Fixo?

De acordo com a metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) representa os investimentos em ativos fixos, que aumentam a capacidade produtiva do país em um segundo momento e indicam o grau de confiança dos empresários.

Calculada a cada 3 meses, a FBCF, quando superior ao Produto Interno Bruto (PIB), mostra uma capacidade maior da economia crescer nos períodos seguintes, conforme pode-se observar na taxa de investimento:

Taxa de investimento = FBCF / PIB

Entre os ativos considerados como fixos, eles podem ser tanto tangíveis como intangíveis, sendo a FBCP obtida a partir de quatro componentes:

  • Construção, com um peso de 53,7%;
  • Máquinas e equipamentos, cuja participação é de 32,7%;
  • Propriedade intelectual, com 11,6%;
  • Outros ativos, que são os 2% restantes.

Como a Formação Bruta de Capital Fixo explica o fraco desempenho da economia?

Olhando para os seus dados mais recentes, podemos entender a falta de dinamismo na economia.

Construção

Apesar de sua maior representatividade na FBCF, a construção pouco contribuiu para o crescimento do país nos últimos anos. Isso se deve a:

  • Menor investimento público, em função das restrições orçamentárias;
  • Grande estoque de imóveis residenciais prontos, cujas vendas se retraíram por conta das maiores exigências na concessão de crédito imobiliário.

Máquinas e equipamentos

O segundo item, por sua vez, apresentou crescimento por questões pontuais. Tendo se concentrado mais nas frotas de caminhões e ônibus, ele retrata a:

  • Política de crédito subsidiado;
  • Substituição de frota para atender a maiores exigências ambientais.

Uma vez passadas essas influências, o crescimento só se sustentou em função do ótimo desempenho da atividade agropecuária.

Partindo desses resultados distintos que, grosso modo, representam 86% da FBCF, fica evidente que o nível de investimento no país ainda não retornou ao patamar dos anos anteriores à crise de 2015-2016. / com Agência Estado

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