Economia

Na China, unidade da Evergrande quer adiar pagamento de juros sobre bônus

A gigante do setor imobiliário enfrenta uma grave crise financeira desde o ano passado

Data de publicação:05/01/2022 às 08:58 - Atualizado 2 anos atrás
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A principal unidade da China Evergrande, a gigante imobiliária chinesa que enfrenta grave crise de liquidez desde o ano passado, terá reunião com investidores entre os dias 7 e 10 para discutir o possível adiamento de pagamentos sobre mais de 4,5 bilhões de yuans (US$ 708,1 milhões) em bônus.

Em comunicado à Bolsa de Shenzhen, o Hengda Real Estate Group, subsidiária não listada da Evergrande, disse querer postergar alguns pagamentos sobre bônus de três anos que foram emitidos em 2020.

Bandeira chinesa em frente à sede da Evergrande, em Xangai, em 22 de setembro de 2021 | Créditos: AFP/Hector RETAMAL

A unidade disse que pedirá que o pagamento de juros sobre bônus que vence no próximo sábado, dia 8, seja remarcado para julho, assim como o adiamento de uma opção que permite a investidores venderem seus papéis de volta neste fim de semana. Na reunião, também será proposto que os ajustes não sejam considerados um calote técnico.

Entenda o caso da Evergrande

Evergrande é uma das maiores preocupações financeiras da China desde que sua crise estourou, há cerca de três meses, e já se tornou, também, um problema para fora das fronteiras do país. Em suma, a gigante incorporadora imobiliária tem mais de US$ 300 bilhões em dívidas e o que o mercado espera é que a empresa deixe de pagar seus bonds, ou seja, seus títulos de dívidas.

O grupo possui 1.300 projetos em mais de 280 cidades. Mas seu alcance vai muito além da construção de casas. Hui Ka Yan, o dono bilionário da companhia, está envolvido com projetos dos mais diferentes segmentos: de veículos elétricos a produção de mídia, passando por água mineral e futebol.

Os problemas da empresa começaram em 2020, quando, supostamente, a Evergrande enviou uma carta ao governo provincial de Guangdong, alertando as autoridades sobre uma potencial crise de liquidez. O grupo mais tarde contestou a autenticidade da carta e, naquele momento, a crise foi evitada, quando um grupo de investidores renunciou ao seu direito de forçar um reembolso de US$ 13 bilhões com o vencimento de seus títulos.

No entanto, ainda há muitas dívidas vencendo e as agências de classificação de risco, ainda no ano passado, começaram a enxergar a inadimplência nos pagamentos.

Então, o que poderia salvar a Evergrande dessa crise? Resumindo, Pequim. E, desde o anúncio da crise, os investidores em todo o mundo estão na expectativa para ver como o governo chinês intervirá e se oferecerá um resgate ou exigirá uma reestruturação da empresa. Ou se deixará o destino seguir seu curso e arriscar o colapso da companhia e todo o caos que isso poderia trazer.

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Com Dow Jones Newswires, Bloomberg e Agência Estado.

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