Em último pregão de 2022, Bolsa opera entre ganhos e perdas, dólar sobe
No radar, nomes que completarão quadro de ministros aqui, e perspectiva de reabertura da economia chinesa lá fora
O mercado financeiro inicia o último dia de negócios do ano com a atenção dividida entre o cenário doméstico e o internacional. Por aqui, o destaque é o anúncio dos nomes finais de ministros que completarão o primeiro escalão do novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No exterior, o foco continua sendo a reabertura da economia da China, em meio ao aumento de casos de infecção por covid-19, com a suspensão de medidas restritivas mais severas para conter a doença.
Embalada pela expectativa com a divulgação de novos nomes do Ministério e possível discurso do presidente eleito Lula, a Bolsa começa o derradeiro pregão de 2022 com valorização.
O Ibovespa, principal índice de referência da B3, cai 0,32%, para 109.886 pontos, por volta de 15h55 depois de abrir em alta, embicar acima de 111 mil pontos, ao bater 111.177 pontos. No mesmo momento, o dólar subia 0,74%, cotado por R$ 5,29.
A alta da bolsa e a queda do dólar refletem também o tom positivo das declarações do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a área fiscal. Em entrevista ao Globo, Haddad classificou como “um diálogo maduro” a conversa que teve com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e disse que, “neste momento, o mais importante é harmonizar a política monetária e a fiscal”.
Haddad acenou ainda com a arrumação fiscal no primeiro ano do governo, por meio de um robusto programa de corte de gastos públicos.
Bolsas da Ásia fecham negativas
O dia continuou negativo para as bolsas asiáticas, influenciado pela queda das bolsas americanas na quarta-feira. O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou com baixa de 0,94%, o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,79% e o Xangai Composto caiu 0,44%. Queda mais forte teve o sul-coreano Kospi, que caiu 1,93%.
A queda das bolsas asiáticas, para especialistas, ocorreu na esteira das perdas das bolsas americanas, movidas por duas preocupações: possível recessão nos Estados Unidos e de outras grandes economias, como consequência do aperto monetário, e incertezas com os desdobramentos da reversão da política contra a covid-19 sobre a economia chinesa.
Análise da Guide Investimentos aponta que os últimos dados econômicos apontam forte desaceleração de alguns indicadores americanos. “Ainda que o PIB e o mercado de trabalho sigam superaquecidos, estes são dados que demoram mais para sentir os efeitos da política monetária”.
Esse ambiente de expectativas influencia o comportamento dos mercados na Europa e nos EUA nesta quinta-feira. As bolsas europeias operam com movimento fraco e os futuros americanos registram uma leve valorização.