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Foto: Karolina Grabowska
Mercado Financeiro

Dólar sobe 2,57% no mercado à vista; conheça os motivos

Aversão ao risco no exterior, Ptax e riscos fiscais domésticos influenciam na alta da moeda americana

Data de publicação:30/07/2021 às 15:52 -
Atualizado 2 anos atrás
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O dólar fechou cotado a R$ 5,212, com alta de 2,57% nesta sexta-feira, 30, influenciado por uma conjunção de fatores que vão desde a aversão a risco no exterior, dia de Ptax, além do cenário doméstico, com os investidores apreensivos sobre os riscos fiscais do País.

Foto: Envato
Dólar sobe 2,57% com temor de risco fiscal e mercado externo - Foto: Envato

Em dia de Ptax, a pressão de investidores comprados – que apostaram na alta das cotações – em contratos cambiais aumenta. Os “comprados” defendem uma moeda mais forte hoje, que será referência na próxima segunda-feira, 2, para os ajustes nesses contratos e resultados corporativos de fim de julho.

Já os” vendidos” – que apostaram na queda – se beneficiaram das perdas recentes, mas ainda estão em desvantagem ante os comprados porque o dólar acumulava alta de 2,70% no início do dia de hoje.

Inflação americana

Nos Estados Unidos, os investidores estão avessos ao risco, com os resultados trimestrais mais mornos das big techs - a cereja do bolo foram os números da Amazon, que decepcionaram os analistas - além do temor sobre a inflação do país.

O Departamento do Comércio americano divulgou na manhã de hoje o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que é a medida de inflação preferida do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Segundo o órgão governamental, o PCE de junho subiu 0,5% ante maio. Na comparação anual, o índice o que estimula ainda mais o sentimento de apreensão do mercado sobre se, de fato, a alta da inflação americana será transitória, conforme defendido pelo Fed em seus últimos posicionamentos.

Riscos fiscais

Outro catalisador da correção de alta do dólar está no ambiente fiscal doméstico. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que o Orçamento do próximo ano prevê recursos de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões para acomodar o pagamento de R$ 250 a R$ 300 do programa Bolsa Família.

Guedes acrescentou que existe, porém, "fumaça no ar" sobre possíveis despesas extraordinárias no orçamento, que podem forçar alguma reprogramação.

Sem especificar quais seriam essas possíveis despesas extraordinárias, Guedes exemplificou que, às vezes, decisões de outros Poderes podem ter "enorme impacto" no Orçamento.

"Até o momento, sabemos que a programação para o Bolsa Família estava perfeitamente enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal e nos limites do teto. Temos sempre receio. Há fumaça no ar, mas prefiro já estarmos trabalhando num ataque direto a esse possível fator", disse Guedes.

Desemprego no País

Outro aspecto que influencia na subida acentuada do dólar é a divulgação do volume de desemprego no Brasil, que se manteve estável – subiu 14,6% no trimestre encerrado em maio ante 14,7% registrado nos três meses anteriores e somou 14,8 milhões de pessoas sem uma vaga no mercado de trabalho.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE e divulgada nesta sexta-feira.

O resultado veio acima da mediana esperada pelo mercado, de 14,5%, mas dentro do intervalo das projeções – de 14,2% a 15,2%. Além disso, a renda média real do trabalhador piorou, somando R$ 2.547,00 no trimestre, queda de 3,2% sobre igual período do ano anterior

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 215,5 bilhões no trimestre até maio, recuo de 2,5% ante igual período do ano anterior.

Sobre o autor
Julia Zillig
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